segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

20 anos de Vermin do Old Man's Child!!!


O Old Man’s Child, cria infernal do guitarrista Galder, chegava ao seu sexto artefato em 2005, batizado de “Vermin”. A capa aposta mais nos tons do que na imagem em si, que me soa excessivamente computadorizada, mas já indica o clima mais soturno do registro. Mesmo sendo um álbum essencialmente de black metal, ele carrega nuances de dark metal que o afastam um pouco da agressividade pura — o que não significa, em hipótese alguma, que estejamos falando de algo “feliz”.

Os riffs de guitarra são bons, mas acabam sufocados pelos teclados. E não é exatamente uma questão de volume: é como um casal que aparenta harmonia em público, mas onde, nos bastidores, um lado lentamente silencia o outro. As guitarras estão lá, fazem seu papel, mas perdem protagonismo em momentos que poderiam ser mais cortantes.

Na bateria temos Reno Kiilerich, que já passou por palcos com nomes como Dimmu Borgir e Dew-Scented. Ele entrega um trabalho sólido, mesmo substituindo nomes mais pesados que já haviam passado pelo Old Man’s Child nos discos anteriores. Um dos grandes momentos do álbum é a participação de Eric Peterson, do Testament, no solo de “In Torment’s Orbit”. Dá pra sentir a diferença na pegada assim que o solo entra: há uma veia mais thrash nos riffs e uma agressividade mais direta que levanta a faixa de forma especial.

A atmosfera de “Vermin” orbita bastante em territórios que lembram o Dimmu Borgir e, se forçar um pouco a comparação, até os gregos do Septic Flesh vêm à mente, especialmente em “War of Fidelity”, quando Galder aprofunda sua voz em algo mais gutural. No geral, este não é um álbum regido pelo ódio direto. Ele soa mais clássico, mais melódico, por vezes até melancólico.

A selvageria dos primeiros tempos cede lugar a uma abordagem mais atmosférica, quase progressiva, mas sem cruzar de fato essa linha. Sabendo que Galder deixou o Dimmu Borgir e retomou o Old Man’s Child, não me surpreenderia se o próximo passo da banda mergulhasse ainda mais em dedilhados e, quem sabe, até vocais limpos. Seria ousado — e, se feito com as pessoas certas, poderia se transformar num retorno realmente triunfante. Agora, resta esperar.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário