terça-feira, 27 de abril de 2021

Vamos de Metallica, criaturas!



Blackened (1988) - And Justice For All...


Negro é o fim

O inverno ele irá trazer

Lançando tudo o que você vê

Na escuridão


Morte da mãe terra

Nunca irá renascer

Fim da evolução

Nunca irá se recuperar


Nunca


Fogo

Para começar a dançar a dança dos mortos

Negro é o fim

Para começar a dançar a dança dos mortos

Tinja nosso mundo de negro


A incineração da terra

Mostra o que ela vale

Nicotina mortal

Matar aquilo que poderia ter sido


Calafrio

Nada sobrou para matar

Nunca visto antes

Respirar nunca mais


Nunca


Fogo

Para começar a dançar a dança dos mortos

Negro é o fim

Para começar a dançar a dança dos mortos

Tinja o nosso mundo de negro

Negro


Oposição, contradição, premonição, compromisso

Agitação, violação, mutilação, morte do planeta

A cor mais escura

Terra incinerada

A verdadeira morte da vida

Fim, término, anulação, raça humana

Expectativa, libertação, população, devastação

Veja a nossa mãe

Colocada à morte

Veja a nossa mãe morrer


Decadência latente

Tirar-lhe o fôlego

Milhões de nossos anos

Em minutos desaparecem


Escurecimento em vão

A decadência permanece

Tudo dito e feito

Nunca mais a luz do Sol


Nunca


Fogo

Para começar a dançar a dança dos mortos

Negro é o fim

Para começar a dançar a dança dos mortos


Fogo

É o resultado da hipocrisia

A mais negra potência

No fim da humanidade

Tinja o nosso mundo de negro

Negro

domingo, 25 de abril de 2021

20 anos de Wages Of Sin do Arch Enemy.


Enfim, o sucesso! Você, que ama os 3 primeiros álbuns dos suecos do Arch Enemy com Johan Liiva nos vocais, pode até afirmar que este trio de ouro é o melhor em sua preferência, mas negar que a guinada na carreira do Arch Enemy foi Ages of Sin com a entrada da vocalista (e letrista) Angela Gossow, isso não pode. O exímio guitarrista Michael Amott (ex Carcass), líder da banda, junto com sua trupe fabulosa, composta pelo baterista Daniel Erlandsson, o baixista mais que conceituado Sharlee D'Angelo (Mercyful Fate, King Diamond, Witchery, etc;) e o guitarrista e irmão Christopher Amott (hoje no Dark Tranquillity) aproveitaram a presença da moça para imprimir mais melodia no Death Metal do grupo, e criaram faixas fantásticas, com riffs fabulosos e solos de guitarra certeiros. O álbum foi tão bem recebido que rendeu um contrato à banda com a grande Century Media, que dura até hoje. E os vocais de Angela? Simplesmente perfeitos, guturais rasgados, daqueles que pegavam qualquer banger mal informado de surpresa ao saber que se tratavam de uma mulher cantando. Tudo bem que a loira não foi a primeira, mas serviu para chamar a atenção para quem já fazia algo parecido, como a alemã Sabina Classen do Holy Moses, assim como serviu de inspiração a muitas outras belas moçoilas com o passar dos anos. As faixas de destaque são muitas, você pode escolher algo mais porrada como na poderosa "Dead Bury Their Dead", ou simplesmente focar na quadra que abre o trabalho, composta por "Enemy Within", "Ravenous", a ótima "Burning Angel" ou a perfeita e uma das melhores de toda a carreira "Heart of Darkness" que vai deixar o refrão martelando em sua mente o resto da semana. Um clássico perfeito e atemporal completando 20 anos que precisa ser conhecido por qualquer banger que se preze no planeta Terra. 

 

terça-feira, 20 de abril de 2021

20 anos de Stigma Mortuorum do Argentum


A banda Argentum (prata em latim) mescla Black e Doom metal e é proveniente do México. Pouco conhecida no Brasil, seus 2 álbuns de estúdio nunca foram lançados por aqui, assim como a maioria dos bons grupos abaixo dos EUA. Considerada cult por aqui, seus seguidores lutam para conseguir material físico, mas Stigma Mortuorum talvez ainda seja encontrado para importar, visto que foi relançado em 2017 pela mexicana Azermedoth. O som é arrastado, com raros lampejos de velocidade comedida, como em "Descensus Nigram part II (Nocternarum). Assim como no debut, os vocais cavernosos de Khabee (hoje no Rex Defunctis), são um diferencial, e vez ou outra também aparecem de forma limpa e bem característica da banda, já utilizada no clássico "Ad Interitum Funebrarum". Já deu para perceber que a banda usa e abusa do latim em seus títulos, não? Neste álbum a presença dos teclados também está mais forte, além das guitarras, pois neste play o Argentum conta com 2 guitarristas. Com uma bela arte de capa que, assim como no debut, foi alterada no relançamento e ficou com o logo da banda maior e mais visível, uma vez que nesta versão ele está bem tímido no canto direito. Para quem curte som arrastado, mórbido, com teclados, o Argentum é um prato cheio. Não espere técnica nem pompa. Argentum é o famoso tosco bem trabalhado, se é que vocês me entendem. A banda está parada com disputa pelo nome na justiça, mas ano passado lançou um single chamado "Umbradiabolus", o que pode ser considerado uma esperança de que novos petardos estejam por vir.

 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

20 anos de Poets And Madmen do Savatage.


O cenário para a construção do derradeiro álbum do Savatage não era o mais propício. Chris Caffery teve que tocar todas as guitarras, já que Al Pitrelli se mandou para o Megadeth. Zak Stevens, com novidades na família, preferiu se distanciar da banda, e os idealizadores Jon Oliva e Paul O' Neill estavam bem dedicados ao projeto Trans-Siberian Orchestra. Tudo isso com certeza influenciou no resultado de Poets And Madmen, principalmente porque os vocais de Zak haviam caído como uma luva no som do Savatage, e o retorno de Jon aos vocais provou que ele não tinha a mesma potência e agudos dos primeiros anos da banda. Então, o álbum ficou uma merda? Não! Ficou um pouco diferente, mais pesado, mais Power Metal e um pouco menos sinfônico, mas com momentos de arrepiar. "Stay With Me Awhile" começa com uma melodia de teclado bem triste, mas a distorção da guitarra mostra muito peso, apesar da melancolia percorrer toda a faixa. Em "There In The Silence" temos mais uma música forte, e você já se acostuma com a voz rouca e potente de Jon, além de termos um ótimo solo de guitarra, e um final excelente, com baixo de Middleton e bateria de Jeff Plate bem distintos. Então temos em "Comissar" o primeiro momento mágico do álbum, uma música pesada e excelente, com os vocais acompanhando fielmente a melodia de baixo e guitarra e corais bem colocados. num primeiro momento em tom de marcha e depois com velocidade, com outros solos vertiginosos. "I Seek Power" é outra que merece menção, pois começa bem calma e logo ganha peso e tem um refrão forte. Mas falemos do maior atrativo deste play, a espetacular "Morphine Child", talvez o maior hino criado pelo Savatage, ao lado de "Chance" e "Hall of the Mountain King". Uma canção épica, com peso, melodia, lindos corais e uma das melhores interpretações de Jon Oliva em sua história. Que riff perfeito, delicioso de se ouvir, teclados bem postados, tudo numa perfeita simetria. As demais músicas do álbum seguem no mesmo padrão, com bons momentos, principalmente na pesada "Awaken" com o baixo estalando, na melodiosa "Man in the Mirror" e na semi-acústica "Back To Reason". A capa é uma boa pintura de Edgar Jerins e deixa aquele sentimento de que estamos há 20 anos longe de uma das melhores bandas de metal americana.  

 

domingo, 11 de abril de 2021

20 anos de Plenty of Power do Anvil


Plenty of Power é o décimo full dos canadenses do Anvil e é um divisor de opiniões. Há quem ama e quem odeie, mas não vamos nos prender ao gosto das pessoas. A verdade é que o álbum pode não estar à altura de alguns clássicos da banda, mas mesmo assim é um bom trabalho, honesto e de puro Heavy Metal, principalmente se levarmos em consideração que aqueles anos não foram particularmente perfeitos para as bandas da velha guarda metálica. A arte da capa é bem legal, com aquela escavadeira, e mostra que o Anvil mais uma vez fazia as coisas à sua maneira, pois não vemos monstros e demônios voando ao redor da máquina, algo normal para quem já colocou outras máquinas como trens e tanques de guerra em suas artes. "Plenty of Power" está recheado de riffs, com distorção pesada e vocais roucos, que se não fosse pela bateria ritmada como em "The Creep", soaria como o Motörhead. As batidas de Reiner são secas e fortes e formam uma cozinha coesa com Glenn Five. Uma faixa pesada e com letra bem atual é "Computer Drone" e te faz pensar em Judas Priest instantaneamente, com Lips arriscando uma abertura maior na voz e o baixo bem na cara. Aliás, Lips e Ivan Hurd têm uma caderneta cheia de riffs e melodias em algum lugar, pois não temos o sentimento de algo repetitivo durante a audição das 11 músicas do play. Outras faixas de destaque são a faixa título que abre o álbum, "Groove Science", "Beat The Law", a pesada e suja "Disgruntled" e a rocker "Dirty Dorothy" que aparece como faixa bônus. Um álbum pra ouvir tomando uma gelada com os amigos (mas não durante a pandemia).

 

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Metal & Loucuras: 12 anos de amor pelo Metal!


 

10 músicas com a letra "U" que você precisa ouvir antes de morrer!º

 


O Metal & Loucuras separou 10 hinos que não podem faltar no seu playlist.

1º - Anathema - Under A Veil (Of Black Lace) (1993) Serenades é simplesmente o melhor álbum de Death/Doom gerado neste planeta, e esta faixa ultra depressiva é um grande destaque. Após um início arrastado, entra uma linda passagem no violão, quando aquela voz monstruosa declara seu amor por alguém que se foi e o instrumental volta numa crescente, se tornando raivoso e o peso quase explode os alto-falantes. A perfeição da miséria da alma!

2º - Kreator - Under The Guillotine (1986) A série Dark se rendeu ao clássico Pleasure To Kill do Kreator, tendo o álbum aparecido algumas vezes e com a faixa título tendo papel significativo na história. Mas este clássico dos mestres do Thrash alemão tem várias músicas essenciais, sendo Under The Guillotine uma das melhores, tendo influenciado muito algumas bandas mineiras dos anos 80. Uma música extrema que beira o Death Metal.

3º - Tiamat - Undressed (1992) - Os suecos estavam atingindo a perfeição. Muitos acham que ela veio no álbum seguinte, mas para mim Clouds é seu masterpiece. Doom Metal melancólico cantando por um vocalista que sabe passar dor e ódio através da voz. Undressed fecha um dos álbuns mais importantes para o Doom nos anos 90.

4º - Mindflow - Under An Alias (2008) Que nível os paulistas do Mindflow conseguiram nesta época! A música ficou muito conhecida no Brasil através de um jogo de guitarras na internet, mas ela carrega todas as características de um clássico. Um vocalista que canta com a alma, e instrumentos beirando a perfeição. Pra encher os olhos de quem tocou esta música no jogo sem errar uma nota até criar calos nos dedos.

5º - Sepultura - Under Siege (Regnum Irae) (1991) O início assusta, pois as vozes urradas não estão lá. Mas logo o tradicional Thrash extremo da banda mineira soca sua cara com punhos de aço. Que som foda de bateria temos aqui. E que massa sonora estas guitarras. Parece uma parede onde você bate e volta com força pro abismo. 

6º Twisted Sister - Under The Blade (1982) a banda de Hard Rock mais malvada das galáxias. Com um frontman às vezes polêmico, mas que quase sempre fala apenas verdades. E uma música com peso, num disco de estreia emblemático que tratou de mostrar ao mundo, e às madames da tradicional família americana, que o Rock iria sempre gritar mais alto que qualquer estilo. Sem vozes bonitas e melodia de FM nesta música. A sujeira comanda e manda todo mundo praquele lugar.

7º - Megadeth - Use The Man (1997) Até você se acostumar com o início meio country e Mustaine soando ainda mais como um pato, a música parece um erro. Mas ao ouví-la várias vezes, com aquele final acelerado, percebemos que a banda estava em um nível espetacular, rico em possibilidades e, mesmo que se afastando do Thrash, ainda era um dos maiores nomes do metal mundial. A letra fala das drogas, sobre os que acham que usam mas são usados por elas.

8º - Samael - ...Until The Chaos (1992) Peso sempre foi uma coisa ausente na maioria das bandas de Black Metal, muitas com aquelas guitarras de abelhinha irritantes. Mas estes caras da Suíça provaram que era possível exagerar no peso e se manter fiel às raízes negras. Esta música fecha um álbum perfeito, onde a feiura caminha no inferno de mãos dadas com a beleza de melodias mórbidas. Baixo, guitarra e bateria, tudo soando na medida certa.

9º - Chakal - Useless Denial To Hear (1993) Com um som de guitarras fantástico, esta música a princípio até engana, pois parece que vai seguir o tom mais humorado de outras faixas do mesmo álbum, porém ela se torna séria, pesada, com um belo trabalho de bateria, e fecha aquele que consideramos o melhor álbum do Chakal. Aumente o volume, e curta as paradinhas que antecedem o belíssimo solo de guitarra.

10º - Overdose - Última Estrela (1983) Toda banda deveria ter um hino enaltecendo o estilo ao qual fazem parte que faça a galera cantar junto e comemorar da platéia. Última Estrela não é apenas um hino do Overdose ou do Metal Mineiro. É um hino do Metal Nacional. Simples, mas de uma importância e significado infinitos para os primórdios de nosso metal. Que aquela estrela brilhe para sempre, o desejo mais legítimo do Metal & Loucuras.

domingo, 4 de abril de 2021

20 anos de Am Universum do Amorphis.


Nunca uma banda levou tão a sério o significado de seu nome. Amorphis, traduzindo do finlandês, seria algo como sem forma, sem estilo definido, justamente o que ouvimos através dos anos de vida desta banda importantíssima para o metal europeu. Claro que a base de fãs da banda é formada por aqueles que curtem metal sombrio, pesado e com melodias, como dark metal, melodic death e afins. Abandonando a crueza do Death a partir do clássico Elegy de 1996 e aprofundando na natureza gótica em Tuonela de 1999, os músicos chegaram ao extremo do inverso de sua sonoridade original em Am Universum, pois pegaram aquele vírus que atacou várias bandas na Europa na virada de milênio, que saíram de uma zona mais extrema para explorar caminhos mais alternativos, atmosféricos e progressivos, numa linha pop gótica que tornou vários deles mais conhecidos, ao passo que afastou uma boa parcela de fãs. A lista é grande, Paradise Lost, Tiamat, Katatonia, só para citar alguns... Falando da arte da capa, como tomaram gosto pela simplicidade no álbum anterior, temos algo que, além de simples, é bizarro. Parece um pedaço de pata de alguma ave numa caixa, mas eu não saberia dizer o que é, a não ser que é de um mal gosto terrível. O que eu mais busco nesta vertente de metal são melodias melancólicas, mas nisso o álbum é pobre, podemos citar "Shatters Within" como uma delas, sem peso, mas uma boa faixa, e "Veil of Sin", numa veia mais pop. "Alone" e "Crimson Wave" são duas que se destacam nas guitarras, e esta segunda até influenciou muito em uma melodia que apareceu anos depois num álbum do Tiamat, se não me engano no Amanethes. Ela inclusive tem uma parte onde um teclado Hammond convive com o improvável saxofone, aquele instrumento que em minha visão, deveria ficar a quilômetros de distância de um álbum de metal (o que nem é o caso aqui, diga-se). Fãs daquela fase Host do Paradise Lost com certeza curtem muito a "Forever More", um dos momentos mais inspirados do álbum, além de "Captured State", que segue a mesma linha mid tempo e que o vocal de Pasi Koskinen até lembra o de Nick Holmes, um pouco mais agressivo que no restante deste álbum. E estes são os destaques de um álbum que não deve ser tão lembrado na discografia do Amorphis, mesmo que fãs ferrenhos defendam esta fase mais "clean" como essencial na trajetória dos finlandeses.