A primeira parte de "Leaders Not Followers" veio em forma de EP em 1999, e é provável que tenha sido tão aclamada que o Napalm Death gravou a parte 2 em formato de full álbum em 2004. Álbuns cover nunca são jogo ganho, e alguém sempre irá reclamar que a banda tenha assassinado alguns de seus clássicos preferidos, mas temos dois pontos a dizer sobre isso. O primeiro é que a trupe que ousa gravar as músicas de outros precisa ser uma banda competente e com seu público fiel, algo que estes ingleses se encaixam perfeitamente. Segundo, que eles foram espertos o suficiente para colocar poucos clássicos aqui, e muitas músicas são um tanto obscuras no cenário, e foram transformadas de forma que ouvintes incautos talvez nem saibam que estão ouvindo um trabalho de versões. Dito isso, vamos aos destaques desta bolacha, que são nada menos que 19 faixas em aproximados 43 minutos de caos, pancadaria e muito bom gosto. A primeira surpresa vem na primeira faixa, "Lowlife", da banda Cryptic Slaughter, onde os vocais urrados de Barney Greenway são acompanhados pela voz esganiçada do baixista Shane Embury de uma forma sensacional, depois de um início apenas na bateria de Danny Herrera e as guitarras de Mitch Harris galopando num breakdown de tirar sorriso em qualquer rosto carrancudo. "Face Down in the Dirt" já merece citação por me fazer lembrar de alguma coisa de nosso Ratos de Porão, música composta pelo The Offenders. Importante falar que quase tudo neste álbum tem uma origem hardcore e punk, que casou perfeitamente com o grind death metal do Napalm. "Messiah" do Hellhammer é outro momento especial da bolacha, mesmo que o som seja menos visceral que a maioria das músicas, ficou muito bom. Uma trinca de respeito começa na 9ª faixa, a música "Master" da banda e álbum de mesmo nome que é uma das maiores obras do death metal americano e ficou a cara do Napalm, seguida de "Fire Death Fate" do Insanity, banda americana de death metal, música que está em seu álbum "Death After Death" de 1993, e a clássica "Riot of Violence" do Kreator, a música mais diferente deste álbum de versões, porque mesmo que seja de uma fase mais agressiva dos alemães, presente em seu segundo álbum, "Pleasure To Kill", ela tem muitas variações rítmicas, contrastando com as demais canções mais retonas que casam com o som do Napalm, mas que não precisa repetir que adorei. E para não estender demais nossa resenha, finalizamos citando (e não poderia ser diferente) uma versão poderosa para "Troops of Doom", presente em "Morbid Visions" do Sepultura, forjada em nossa terra mineira, com aquele riff carregado de maldade que só a MGArea conseguia fazer e influenciou outras localidades do mundo inteiro, proferida pela lenda Napalm Death com precisão e com Barney ainda mandando em português aquele famoso 1 2 3 4 no início. "Leaders Not Followers part II", estreia da banda inglesa na Century Media, não é apenas um caça níquel para compor coleção. Ele é imprescindível para quem curte metal extremo com influências de hardcore. Fico aqui com este riff inicial e maravilhoso de "Bedtime Story", do Dayglo Abortions!
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