O sexto trabalho de estúdio dos noruegueses do Borknagar, nomeado "Epic", é a exata continuação do trabalho anterior, "Empiricism" que foi a estreia de Vintersorg como vocalista da banda do guitarrista Oysten G. Brun. Mas claro que 3 anos entre os trabalhos traria alguma mudança, que percebemos e relataremos a seguir, mas raramente encontrei um trabalho de uma banda que soasse como uma progressão tão natural e próxima, como se fossem irmãos gêmeos, a não ser é claro, quando foram álbuns lançados para serem um duplo, mas não sendo, como Lemuria e Sirius B do Therion ou Load e Reload do Metallica. Mas então o que difere Epic de Empiricism? Primeiro que "Epic" é um "Empiricism" melhorado. A mesma força progressiva aparece nos dois trabalhos, mas neste álbum ela está menos forçada e aparece de forma muito mais natural, sem parecer que a banda está te empurrando isso goela abaixo. Os músicos captaram a essência folk viking e casaram com o black metal, criando uma trinca entrelaçada onde os três poderes se equivalem e nenhum sobrepõe ao outro. Segundo que o trabalho vocal, seja o rasgado ou o limpo, estão muito superiores ao anterior, com músicos muito mais à vontade para rosnar ou cantar sobre um instrumental com muitas variantes, que permitem esta dualização de forma pura e desafiante. E algumas coisas que para alguns idiotas parece bobagem de jardim de infância, como aquele ôôô ôô no final da música (sensacional música) "Origin" quando apresentados por músicos que sabem o que querem e melhor ainda, sabem fazer isso de forma natural, deixa tudo muito mais rico e interessante e são estes pequenos detalhes que diferenciam os reis dos escravos. E todo equilíbrio durante as canções é de se louvar, seja nos momentos acústicos de "Sealed Chambers of Electricity" ou na agressividade de "Future Reminiscence" ou a combinação destes dois momentos na ótima "Traveller" e o interlúdio instrumental muito bem vindo de "The Weight of Wind". Além de Oysten e Vintersorg temos Lars Nedland nos teclados e backing vocals e Asgeir Mickelson no baixo e bateria, já que Tyr, o baixista anterior pulou fora. "Epic" é um trabalho para se ouvir inteiro, do alpha ao ômega, prestando atenção nos detalhes, e se o Metal e Loucuras fosse uma página escolinha, daquelas que dá notas para os álbuns, como se existisse uma regra pra fazer metal, "Epic" só não ganharia um 10 porque tem um tal de Hammond que eu costumo achar que não combina muito com metal extremo. Mas aqui não é uma página escolinha. 20 anos de um álbum épico!
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