segunda-feira, 28 de outubro de 2024

20 anos de The System Has Failed do Megadeth!!!


Criatura, eu simplesmente amo este disco. É tão bom quando chega a hora de resenhar um álbum que a gente gosta pra caraca, de uma banda que a gente gosta mais ainda. Eu já estava feliz por "The World Needs A Hero" ter trazido de volta o Megadeth depois daquela coisa morna chamada "Risk", então, quando esse petardo foi anunciado em 2004, já fiquei naquela expectativa, nem ao menos apagada quando soube que a formação não teria David Ellefson, mas sim o mestre Mustaine com músicos contratados, sendo o mais aguardado Chris Poland, guitarrista original da banda, com o desconhecido Jimmy Sloas no baixo e um improvável Vinnie Colaiuta (Frank Zappa, Sting e Jeff Beck) na bateria. Nada disso impede de fazer de "The System Has Failed" o melhor álbum do Megadeth na era pós Risk, mesmo que eu também venere "End Game", "Th1rt3en" e "Dystopia". A começar pela capa que traz nosso amigo Vick em primeiro plano com uma fila de políticos famosos fazendo o que sabem de melhor, ou seja, conspirando e se vendendo. Mas vamos aos sons. O primeiro é "Blackmail The Universe", com algumas palhetadas que remetem àquela aura de "Dawn Patrol" do Rust In Peace. Uma música tipicamente Megadeth, thrash em sua essência da forma que eles se apresentaram ao mundo, mesmo que sem aquela agressividade inicial, porém com mudanças de andamento, aliás, algo constante neste álbum, cada música traz uma surpresa nos andamentos, alguns esperados e outros simplesmente inimagináveis. O vocal de Dave está ótimo, obrigado e até entendo quem não goste, mas eu acho sensacional. "Die Dead Enough" é o tipo de música que poderia estar em "Countdown To Extinction", com aquele ritmo mediano e refrão grudento. Já a terceira faixa é minha preferida, "Kick The Chair" (alô Datena) que também poderia levar o nome do álbum, é tão perfeita, com um início bem Rust In Peace, bateria empolgante e riffs quase cavalgantes, um refrão fortíssimo após um breakdown. "The Scorpion" é uma excelente surpresa, começa com uma melodia de guitarra enquanto sons de crianças brincando ao fundo, quando entra um riff médio e Dave cantando daquela forma mais aguda que remete imediatamente ao álbum "Youthanasia", com um peso adicional na guitarra. Em "Tears In a Vial" o baixo estalando chama atenção e uma aura "Cryptic Writings" vem à mente, e você começa a perceber que Mustaine tentou emular várias nuances de sua trajetória neste álbum, e melhor que isso, ele conseguiu. O álbum traz muitos solos de guitarra (chupa essa St Anger), alguns excelentes e outros nem tanto, mas o que importa é que eles não foram esquecidos. "I Know Jack" é um interlúdio de 40 segundos que serve de abertura para "Back In The Day", uma ode ao estilo de vida heavy metal, acelerada e que tem a mudança de andamento menos esperada do álbum, como se fossem duas músicas distintas emendadas, mas que eu acho sensacional, e é também uma de minhas preferidas. "Something That I'm Not" é uma música com energia, e sua letra me faz pensar que ele possa ter escrito pensando em algum ex amigo de outra banda famosa mas, não posso afirmar isso. "Truth Be Told" inicia como uma balada, mas quando carrega o refrão, você percebe que é um dos melhores do álbum, e novamente vem algo de Countdown... e com um dos melhores solos do álbum, mesmo que a segunda parte tenha um riff xerox de Hangar 18, e ainda tem um final apoteótico e raivoso. "Of Mice And Men" é uma música até legal que comete um pecado de repetir o refrão excessivamente, nada que não possa ser perdoado. "Shadow of Deth" nem chega a ser uma música completa, para Dave acho que o vale mais nela é a narrativa, mas eu fico com aquela melodia solada de guitarra. O trabalho fecha com "My Kingdom" que não decepciona, tem até aquele som de guitarra aberto de "When" do álbum anterior, mas mostra que as 3 últimas músicas estão 1 degrau abaixo do restante do álbum. Tudo bem, 9 músicas perfeitas em um álbum de 12 é algo pra se tirar o chapéu.   

 

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