Enquanto a banda conterrânea e contemporânea Mayhem lançava seu 3º álbum completo, os noruegueses do Dark Throne, conhecidos como Nocturno Culto e Fenriz, já soltavam no mercado seu 11º petardo em 2004, intitulado "Sardonic Wrath". Com uma carreira consolidada dentro do black metal, a banda sempre primou pela simplicidade em sua música, mas este trabalho divide a opinião geral, e geralmente não é citado como o preferido na extensa discografia. O correto é que ele entrega justamente o que o Dark Throne sabe fazer de melhor. Um som cru, sujo, frio, alternando entre o acelerado e o médio, com vocais rasgados. Nenhuma melodia bonitinha, nada para desviar a atenção como o outdoor de uma mulher bonita na beira da estrada, aqui o som segue em linha reta. A intro "Order of the Ominous" é totalmente dispensável, barulhos irritantes que desanimam qualquer ouvinte. Mas "Information Wants To Be Syndicated" traz bons riffs e uma energia segura, baixando a pegada para algo mais arrastado no final, enquanto "Sjakk Matt Jesu Krist" é bem forte e dinâmica. Particularmente prefiro as músicas que variam o ritmo ou têm uma levada mais mórbida, que é justamente o que entrega "Straightening Sharks in Heaven", um estilo que conserva o som dos anos 90, antes que ele decidisse que seria melhor ser mais brutal ou mais melódico, em outras bandas, é claro. Talvez a birra de alguns com este play seja o sentimento de que poderia ser mais agressivo, expirando mais ódio, algo que você encontra na faixa "Hate Is The Law", mas não é o suficiente para te condenar ao inferno. O álbum, que foi dedicado ao mestre Quorthon, tem uma arte de capa bem legal, com todos aqueles anjos apontando espadas para pessoas num cenário totalmente obscuro. "Rawness Obsolete" finda o opus de forma arrastada e com uma aura extremamente maligna, lembrando aquelas faixas que o Marduk da Suécia gravou em "La Grande Danse Macabre" de 2001. Eu diria que vale a pena conferir este play caso você não seja aquele fã ferrenho do Dark Throne e curte black metal ríspido.
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