Que coisa linda. O Immortal finalmente incorporava o "Epic" ao seu Black Metal esporrento, um dos pilares da Noruega e a horda que mais buscou se afastar do estereótipo "não sei tocar". Com Abbath em grande forma gravando guitarras, baixo, teclados e voz, Horg socando a bateria e as letras de Demonaz, a banda laçava seu álbum menos brutal da carreira, porém impossível de se condenar, a começar pela inspiradíssima Withstand The Fall of Time, com quase 9 minutos, quase uma regra no trabalho, já que quase todos os temas são longos. Os vocais rasgados e roucos já conhecidos estão lá, e bem inteligíveis para o padrão. Solarfall vêm ainda mais épica, cheia de nuances com dedilhados intercalados à massa distorcida constante. Uma das melhores da carreira. Já Tragedies Blows The Horizon trás alguns riffs quebrados e estranhos em seu início, daqueles que parecem querer dizer: "Hei, ainda somos nós, feios e causando incômodos como sempre." Porém logo se encaixa na proposta do play, com muitos dedilhados que antecedem uma rifferama pesada daquelas que abrem muitos sorrisos. A arte gelada da capa também é a melhor da banda, nos transportando para as histórias de Blashyrkh, com seus tons azuis e brancos. Where Dark And Light Don't Differ é outra faixa com aquela rifferama black metal contendo algumas paradinhas e alguns efeitos para deixar os vocais um pouco mais cavernosos. O play foi lançado originalmente pela Osmose e produzido pelo sueco Peter Tagtgren, que fez um ótimo trabalho. A faixa At The Heart Of Winter possui um riff muito bonito, após um interlúdio nos teclados, quase Heavy Metal, com aquela distorção cortante do metal extremo. E o clássico fecha com Years Of Silent Sorrow, pra fazer você bater cabeça, tocar air guitar e vociferar em seu caminhar com o coração negro e vazio de volta ao lar, na companhia de espíritos sombrios através da neve. Um lindo artefato Black Metal completando 20 anos e criado para a posteridade.
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