sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

20 anos de The Light At The End Of The World do My Dying Bride


Sabe qual o defeito de The Light At The End of The World? Ser lançado logo um ano depois da escorregada chamada 34.788%...Complete. Porque o álbum de nome estranho chegou em 1998 para botar todos os fãs pra correr, numa época em que as boas bandas realmente estavam trilhando caminhos desconhecidos e assustando a geração metálica (são muitos exemplos como Samael, Tiamat, Paradise Lost, Anathema...) e somando-se o fato de que adquirir material destes ingleses era tarefa árdua e ouvir algo novo praticamente impossível sem a existência da internet, quem iria se arriscar a pegar um importado sabendo que a peça anterior não se encaixava no veículo chamado Death/Doom? Então o álbum passou desapercebido por estas terras, e hoje é algo bem cult, além de ser maravilhoso, com aquelas vozes características de um Like Gods of The Sun e os tradicionais guturais ultra cavernosos de As The Flowers Withers. She Is The Dark prova isso já na abertura do play, e a linda Edenbeast com seus 11 minutos que inicia com guitarras perfeitas para o estilo. O álbum quase nada lembra o conhecidíssimo The AngelAnd The Dark River, sendo bem mais mórbido e antecipando como a banda soaria nos próximos trabalhos, todos de altíssima qualidade, diga-se. Edenbeast tem lá suas partes mais extremas em contraponto à morbidez, um prato cheio aos fãs do estilo, que se torna enfadonho quando algumas bandas apostam apenas na cadência. Os miolos precisam balançar em alguns momentos!!! Andrew Craighan, a guitarra que é a alma do MDB, assim como a voz de Aaron Stainthorpe, despeja arranjos pesados em The Night He Died, que ainda apresenta alguns teclados bem ao fundo. A faixa título, outra que ultrapassa 10 minutos, vem carregada de sentimentos de solidão, castigos pelo amor vivido e impossível de viver, anos de solidão e sonhos no mais profundo da mente. The Fever Sea vem mais brutal para quebrar o clima sorumbático e Into The Lake Of Ghosts que é um pouco diferente do restante do álbum e mesmo assim/ou por isso mesmo, consegue ser uma das melhores, pois tem uma batida mid tempo pouco comum à banda. O álbum ainda tem The Isis Script, Christliar e no melhor estilo Metallica com The Unforgiven, temos a terceira versão de Sear Me, aqui batizada de modo bem original de Sear Me III. Brincadeiras à parte, este é um trabalho que faz jus à tradicional destruição melancólica das almas perpetuada pelos ingleses. 

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