quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

20 anos de Digimortal do Fear Factory!


Os americanos do Fear Factory chegavam a seu quarto álbum em 2001, e ficava claro que o processo de digitalização de seu som foi elaborado de forma gradativa a cada trabalho. Se em "Souls of a New Machine" tínhamos uma banda de Death Metal com incursões industriais, em Digimortal temos uma banda de Industrial com elementos post-thrash agressivos com muito groove. Mesmo que o som mantenha a pegada e a distorção do álbum anterior, o acima da média "Obsolete", aqui o metal perde mais espaço. Mas o peso está lá, fazendo os alto-falantes vibrarem como se estivessem prestes a explodir. Os vocais de Burton Bell continuam sendo um dos maiores atrativos, mesmo que as partes mais clean às vezes soem enjoativas, quando o cara berra, se torna uma fera descontrolada. Na faixa que abre o play, a ótima "What Will Become?" ele até soa como Max Cavalera, em trabalhos do Soufly ou Cavalera Conspiracy, Em "Invisible Wounds (Dark Bodies) o frontman surpreende com vocais que vão dos limpos (com uma captação excepcional) aos gritos com uma propriedade que poucos (naquela época) se arriscavam. "Acres of Skin" é uma das músicas mais pesadas da carreira, mostrando que o carismático Dino Cazares se consolidava como um dos guitarristas mais pesados do planeta. Se você aprova misturas inusitadas no metal, "Back The Fuck Up" é um prato cheio, com o vocalista B-Real do Cypress Hill dando uma palhinha num rap rasgado, daqueles que se tu botar pra rolar no talo, seu vizinho vai chamar a polícia achando que alguém invadiu sua casa e ligou seu som sem seu consentimento. Estas miscelâneas ficam legais, desde que você faça em uma única música em toda sua carreira. O baixo de Christian Wolbers não quer aparecer mais que ninguém, mas se faz presente e preenchendo espaços, como na agressiva "Hurt Conveyor". E o batera Raymond Herrera continua martelando muito bem seu kit, principalmente nas partes mais furiosas. Produção, equalização e timbragens perfeitas. O álbum fecha com a forte e introspectiva "(Memory Imprints) Never End".



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário