quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

20 anos de Monumension do Enslaved!


Este é um dos álbuns em que mais tive dificuldade em começar a resenhar. Começando pela arte da capa, que parece simples, mas contém vários elementos embutidos, e sentindo falta do logo clássico. E mesmo que a clareza não seja sua maior qualidade, é uma bela arte. Mas e o som? Longe de ainda ser o clássico e indecifrável black metal norueguês, Monumension se inicia com "Convoys To Nothingness", uma das músicas mais estranhas que você ouvirá na vida. As mudanças de andamentos, ritmos e melodias é tão abrupta e repentina que a sensação é de estar num carrinho de trem fantasma dentro do labirinto de Fauno numa velocidade não permitida. Os vocais de Grutle Kjellson de início caminham pela escuridão a que estamos acostumados, mas o instrumental parece uma jam frenética. O primeiro sentimento é de desorientação e uma certeza de que será a última audição do opus. Quando entra "The Voices" esta certeza vai ganhando força e você já não sabe porque ainda não apertou o stop e venceu a tentação de colocar Frost no lugar. E quando rola "Vision: Sphere of the Elements" você já descobriu que quer ouvir o álbum até o fim. Sim, em meio ao borrão de piche ainda se encontra muitas flores e o jardim das trevas poderia ser aquele rodeando a torre negra perseguida pelo pistoleiro e Vision... em especial, é uma faixa bem interessante, assim como outras como "The Cromlech Gate", "Enemy I" e a quase tradicional "Smirr". Os vocais limpos acabam sendo um aperitivo bem vindo e a faixa bônus "Sigmundskvadet" uma canção viking sensacional. Imaginei que não voltaria a ouvir este trabalho após a resenha, mas já voltei a algumas músicas enquanto termino. Como é louco e caótico o nosso mundo.

 

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