domingo, 24 de outubro de 2021

20 anos de A Fine Day To Exit do Anathema!

 


Considero "A Fine Day To Exit" o último registro da segunda fase do Anathema da Inglaterra. Mesmo não tendo acompanhado muita coisa da terceira fase, o que percebemos é que este álbum é um divisor de águas, onde a banda começou a deixar de lado aquele detalhe essencial que ainda interessava aos antigos fãs de death/doom, que é a melancolia. Se o peso e os guturais já eram coisas de um passado distante, a tristeza ainda mantinha fiés seguidores do termo "doom" em seu melhor estado, e assim abre o opus, com "Pressure", uma grande música, mas que talvez mostre Vincent Cavanagh um pouco tímido em relação àquilo que ele já era muito bom, soltando a voz com mais expressão, talvez sentindo o que a música precisava, algo em melhor estado ao ser ouvido ao vivo. Não me entendam mal, a música é perfeita, só senti que o vocalista estava um pouco preso se comparado a músicas do "Judgement" por exemplo. A segunda faixa para muitos é ainda melhor, "Release", mantendo a tristeza em evidência e com o som do baixo destacado de Dave Pybus (que depois foi para o Cradle of Filth), talvez o melhor baixista do Anathema após a era Duncan Patterson. "Looking Outside Inside" muda um pouco o clima do álbum, como se alguém estivesse saindo do limbo acordando para a vida após um longo período de luto, mas com os sentimentos presos ao passado. O play segue com as boas "Leave No Trace" e "Underworld" mas volta a se destacar com a belíssima "Barriers", com a ajuda da voz angelical de Lee Douglas, irmã do baterista John Douglas, na banda desde sempre. Então temos uma música bem diferente, "Panic", tanto na letra que soa confusa, quanto no ritmo acelerado, fugindo do padrão do álbum. Ela destoa? Não! Pelo contrário, é um dos grandes momentos do trabalho, mesmo que isso possa parecer loucura. Então temos outro momento belíssimo, com a faixa que nomeia o álbum. Mesmo que a letra tente provar o contrário ("você tem que enfrentar isso de frente/então você pode inverter essa coisa/porque isso não está certo), o que vemos na arte de capa e contra capa do álbum mostra que o personagem não conseguiu enfrentar da forma correta, não é mesmo? Enfim, a música triste do Anathema mais uma vez nos fazendo pensar e questionar sobre as mazelas da vida! O álbum fecha com "Temporary Peace", com uma das melhores melodias da carreira da banda, totalmente acústica, com Danny Cavannagh mostrando que seus sentimentos gotejam das pontas dos dedos. Temos uma faixa escondida após frases e efeitos sonoros no decorrer do tempo detinado à "Temporary Peace" e uma faixa escondida chamada "In The Dog's House", que não acrescenta em nada ao opus.  

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