domingo, 10 de outubro de 2021

20 anos de World of Glass do Tristania!!

 


Poucas vezes uma banda teve a chance de nascer dentro de um movimento efervescente, se tornar um dos ícones deste estilo e conquistar o mundo em pouco tempo. O Tristania da Noruega lançou seus dois primeiros trabalhos em 98 e 99 e de cara se tornou a maior banda do popular "A Bela e a Fera", uma mistura de death, gótico, doom e metal sinfônico, que se alastrou pelo planeta com ótimas e péssimas bandas ganhando notoriedade. Eles sobrepujaram inclusive seus conterrâneos e um dos fundadores do estilo, o Theatre of Tragedy, no quesito popularidade. Tinham tudo que o estilo pedia, uma banda jovem, com garra, com músicas bombásticas e uma vocalista linda que balançava marmanjos (e moçoilas) pelo mundo. Mas uma mudança drástica estava por vir antes do lançamento deste álbum que completa 20 anos. A saída de seu fundador e principal mente criativa, o guitarrista e vocalista Morten Veland. E este trabalho foi o último a conter influências de seu fundador. Ok, o estilo teve uma queda grotesca de popularidade e decaiu com a mesma força com que havia subido, mas na era World of Glass ele ainda era predominante, com bandas como Epica ainda por surgir, e o terceiro full do Tristania vendeu horrores, tanto pelo que o álbum apresenta, quanto pelo que a banda significava, mas ele não tem o mesmo apelo dos anteriores, apesar de ser um grande álbum. Sem analisar o contexto e apenas a banda, um dos fatores que chama a atenção é que a melancolia teve uma queda, sendo mais forte em uma ou outra música como "Deadlocked" e "Selling Out". Outro fator é que com a saída de Morten, Vibeke ganhou mais espaço com suas vozes angelicais e o álbum não traz o mesmo peso nas guitarras de outrora, com baixo, teclados e violinos se destacando mais. Duas faixas são inquestionáveis e foram as escolhidas para abrir World of Glass, as excelentes "The Shinning Path" e "Wormwood", enquanto o exagero em elementos eletrônicos em "Lost" acaba sendo um dos responsáveis pelo desequilíbrio homogênio que um clássico pede. Ainda temos ótimos momentos em "Hatred Grows" adicionando mais peso,"Tender Trip On Earth" e na faixa título. World of Glass conserva a vontade de ser grande dos álbuns anteriores, com pompa, mas foi o último com esta característica, pois os trabalhos posteriores mostram uma banda tímida fazendo um som mais simples. Ele também marca a saída da banda da Napalm Records, retornando anos depois. Quando foi lançado, torci o nariz. Com os anos me arrependi de não tê-lo adquirido. Com o relançamento no Brasil há pouco pela Hellion, finalmente posso apreciar melhor, e com certeza perceber qualidades que há vinte anos ignorei. 

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