sábado, 16 de outubro de 2021

Entrevista com Attomica!!!

 


O Attomica de São José dos Campos, SP, é um dos expoentes do metal nacional. Formado em 1985, a banda gravou seu primeiro álbum em 1987, um dos álbuns mais agressivos da história do death/thrash nacional, mas ficou mais conhecido com o som mais técnico apresentado no segundo play, o clássico Limits of Insanity. Conversamos com o fundador André Rod, baixista e vocalista que falou de vários capítulos na longa história deste ícone do metal nacional. Aproveite a leitura, ouvindo o melhor do Thrash nacional.

M&L – Vamos fazer um retrospecto da carreira do Attomica. O primeiro álbum foi o homônimo de 1987 com o símbolo da radioatividade ou da bomba atômica em evidência. A sonoridade do debut beirava o death metal e se passaria facilmente por um trabalho da cena mineira, concorda?

André Rod - Nós não tínhamos uma ideia formada sobre a proposta, só queríamos ser uma banda inovadora e mais rápida do planeta. Ali existe um pouco de cada vertente do metal e fizemos isso sem pretensão alguma, apenas aconteceu.


M&L – E aqueles riffs cavalgados de Marching Over Blood são a satisfação de todo headbanger que se preze!

André Rod – Sim, essa combinação riffs de guitarras mais a acentuação pesada da bateria e baixo criaram o clima perfeito para que os headbangers pudessem se satisfazer à vontade. Marching over Blood é até hoje uma das músicas mais cultuadas pelos fãs.

M&L – Ele saiu pela Equinox Discos que em pouco tempo fechou as portas. Houve interesse de outra gravadora a qual poderia ter dado um melhor respaldo à banda naquela época?

André Rod – Na verdade anteriormente tínhamos um contrato com o selo Enigma e logo após as gravações resolvemos cancelar o acordo com a gravadora, assumimos todo o restante da produção e fizemos o lançamento pelo selo Equinox. Acho que nós nos viramos bem mesmo sem gravadora apesar de achar que foi um erro não fechar com o selo Enigma.

M&L – Em 1989 saiu o clássico Limits of Insanity pela Cogumelo, mas ele não conta com o vocalista Laerte Perr. Vocês chegaram a pensar em outro vocalista ou você assumiu a bronca naturalmente, mesmo os estilos de voz sendo tão diferentes?

André Rod – Esse álbum era pra ter sido gravado por Fabio Moreira vocalista do álbum Disturbing the Noise. Ele chegou a estar com a banda no início das composições, mas como morava em outro Estado foi difícil mantê-lo em nossa cidade por muito tempo, foi aí que tive que assumir os vocais.

M&L – Neste segundo álbum temos uma banda mais técnica e menos agressiva. Houve algum tipo de


reação negativa dos fãs por isso, ou pelo contrário, o álbum foi melhor aceito que o debut?

André Rod – Os fãs mais radicais acredito que tenham se incomodado mais pelo fato da mudança radical nos vocais e nem tanto pela parte instrumental. Tivemos uma melhora expressiva na qualidade de gravação comparado com a do primeiro álbum e hoje Limits of Insanity que foi lançado pelo selo Cogumelo Records ganhou seu espaço na cena juntamente com os demais trabalhos da banda.

M&L – Então em 1991 vocês gravaram um dos melhores álbuns de Thrash do metal nacional, o poderoso Disturbing The Noise, com outro vocalista, Fábio Moreira. Fale sobre aquela época.

André Rod – Disturbing the Noise foi o segundo álbum lançado pela Cogumelo Records e também gravado no Estudio JG assim como Limits of Insanity. Fabio Moreira retornou para ajudar nas


composições e gravar os vocais, estivemos em Belo Horizonte para os trabalhos de gravação por volta de quinze a vinte dias.

M&L – Estes dois álbuns foram gravados nos estúdios J.G. de Belo Horizonte. Era o que havia de melhor no Brasil entre o fim dos anos 80 e início dos 90?

André Rod – Sem dúvidas, acho que para o estilo era um dos melhores para época. Contava com a produção e técnica de Gauguin que com certeza foram determinantes para qualidade sonora dos álbuns.

M&L – Algum tempo depois a banda entrou num hiato e retornou anos depois com uma mudança sutil no nome, voltou atrás novamente e lançou o destruidor álbum 4 em 2012.

André Rod – Sim... a pausa teve início em 1994 e a volta dos ensaios foi por volta de 2002 que resultou no show que deu origem ao álbum ao vivo Back and Alive de 2004. O show aconteceu em dezembro de 2003 e teve a participação de todos os integrantes da formação que gravou o álbum Disturbing the Noise. Este álbum ao vivo foi lançado pela Hellion discos com a supressão de um T no nome da banda. Fabio Moreira foi convidado somente para este show. A banda continuou em formato quarteto até se consolidar com uma nova formação para a gravação do novo álbum de estúdio o Attomica 4 já com dois T’s de volta para o nome.

M&L – No quarto álbum o saudoso Alex Rangel era o vocalista, e também a quarta voz diferente. Você acha que a troca de vocalistas impediu o Attomica de ser ainda maior ou chegar mais longe do que a posição em que está hoje?


André Rod – A troca de vocalista em uma banda sem dúvida nenhuma é o fator que causa maior impacto em comparação aos outros integrantes, mas acho que isso não influiu na condição atual, existem vários fatores mais determinantes.

M&L – Daí você deu um basta nesta troca e resolver gravar os vocais novamente no álbum seguinte, o ótimo The Trick. Mas sua forma de cantar hoje é bem diferente.

André Rod – Com o falecimento de Alex Rangel resolvi assumir os vocais novamente, tínhamos compromissos para cumprir e essa foi a solução imediata que achamos pela urgência.

M&L – The Trick é muito bem gravado, tem ótimas músicas como a empolgante Feeling Bad, a cavalgada Kill The Hero, uma porrada chamada The Last Samurai e também The Trick-You Bet, que tem um momento que lembra os mestres do Black Sabbath. Há uma riqueza de variedades no álbum e mesmo assim ele soa homogênio. A experiência contou muito na concepção deste álbum, não?

André Rod – Acho que sim ... Também optei em não mais compor no estúdio, faço isso em casa e depois do mapa da música pronto apresento aos músicos e fazemos os arranjos e adaptações necessárias se for preciso. Talvez isso tenha contribuído também para a homogeneidade das composições.


M&L – E ele é dedicado a Alex Rangel, contando com a música Mistery cantada por ele. Foi o resgate de algo antigo até então não aproveitado ou o Attomica contava com o Rangel para a gravação de mais um álbum?

André Rod – Alex Rangel seria o vocalista do álbum The Trick, a música Mistery foi gravada para servir como um single de divulgação do novo álbum que ainda nem tinha um nome. O álbum é dedicado a ele em forma de homenagem por seu companheirismo, dedicação e contribuição.

M&L – Obrigado pela conversa, é um prazer ter o Attomica em nossa página neste momento em que comemoramos 12 anos de celebração ao nosso querido Heavy Metal. As palavras são suas.

André Rod - Nós é que agradecemos o convite para estar com vocês, obrigado a todos os fãs, amigos e parceiros. Forte abraço Nilson Blast e parabéns ao Metal e Loucuras ! Vida Longa !!!

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