Depois de um período conturbado na história do metal nacional, que foi da metade dos anos noventa ao início dos anos 2000, várias bandas recomeçavam a pipocar em nosso território lançando álbuns de respeito que hoje se tornaram clássicos. O Imago Mortis do Rio de Janeiro chegava a seu segundo petardo em 2002, o ótimo "Vida: The Play of Change". Formado pelo frontman Alex Voorhees, Fabricio Lopes na guitarra, Alex Guimarães nos teclados, Fabio Barreto no baixo e André Delacroix (Azul Limão e Metalmorphose) na bateria, o álbum lançado pela Die Hard traz uma história conceitual de um cara que de alguma forma começa o álbum em uma ambulância e começa a ter vários devaneios no trajeto e no hospital, como encontros com o Caronte sobre a balsa, depois Deus e o diabo em seus sonhos e alucinações. Vale a pena dar uma conferida nas letras de Vida. Musicalmente falando este álbum é mais sólido que o debut, e tem um trabalho de guitarras que te deixa impressionado. O peso é gritante e as melodias têm enorme bom gosto. Ouça o riff de "Long River" para atestar. Outra música sensacional é "Three Parchae", que é uma música de gente grande, complexa e soberba. "Envy" também é de tirar o fôlego, abusando do "stop and go" e vocais rosnados da melhor qualidade. Voohrees tem a qualidade de cantar limpo com desenvoltura, mesmo que sua voz tenha mais impacto que beleza, ela casa perfeitamente ao som da banda, enquanto os vocais extremos dão aquele prazer a mais na audição, principalmente aos fãs de death/doom. Momentos mais clean também são brilhantes, como em "Me and God" que ainda tem um solo de guitarra espetacular. Excelente álbum, com algumas características mais progressivas, melodias bem tocadas e canções bem construídas, que tem mais agressividade em sua primeira metade e mais viagens na segunda parte.
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