quarta-feira, 9 de novembro de 2022

20 anos de Into the Dark Vales of Death do Soulgrind!


Quando comecei a colecionar CDs em 1996, dei sequência no que geralmente fazia com os LPs, eu ia atrás de material de bandas que meus amigos não tinham ou nem conheciam. Eu achava um desperdício comprar algo do Iron Maiden, por exemplo, já que eu podia ouvir o vinil deles e gravar em fita cassete, enquanto um milhão de outros sons vagavam por aí para ser descobertos e apreciados. E foi assim com  muitas bandas que se tornaram enormes em alguns anos, como Anathema e My Dying Bride, enquanto outras nem tanto, mesmo que ocupem um lugar carinhoso em minha coleção. O segundo álbum do Soulgrind da Finlândia foi um destes álbuns que comprei em 96, o esquisito "LADIT A.D. 1999: BIHTTPOTB" seja lá o que isso signifique. Eu me empolguei com o início da música "Black Orchid" que ouvi na loja e levei o play, um dos poucos que me arrependo de ter comprado nesta longa trajetória metálica. Porque o álbum parecia um amontoado de ideias desconexas com uma base black doom que não conseguia empolgar. Troquei num Algaion anos depois e águas passadas, mas já tinha na coleção o terceiro álbum do Soulgrind, o bom "Whitesongs" e de lá pra cá sempre checo algumas coisas que a banda lança. Um dos motivos pelo qual acho que a banda melhorou tanto seu som é o fato de que o mentor do projeto, Lord Heikkinen fez tudo sozinho nos 2 primeiros álbuns, e só em Whitesongs o Soulgrind se tornou uma banda com vários membros, com destaque para a cantora Whisper, que está no grupo até hoje. "Into the Dark Vales of Death" é basicamente dark metal. As músicas são mid tempo e os vocais masculinos são basicamente black metal mas em algumas músicas fazem aquele grave estilo Moonspell, como em "Dance Through the Macabre Void", uma das melhores do play. Todos os membros contribuem com os vocais, inclusive o tecladista Azhemin, bem conhecido pelo "Thy Serpent" e que também passou pelo ótimo "Shape of Despair" e o baterista Agathon que falaceu este ano vítima de um tumor, com passagem por Barathrum e Gloomy Grim. É interessante a galera do metal extremo da Finlândia, parece que todo mundo toca ou tocou em todas as bandas. Os bons álbuns do Soulgrind têm uma característica perceptível, eles crescem, deixando as melhores músicas para o final do álbum, e aqui temos como destaque a excelente "Soulpanders" com muita agressividade e a doomzaça "Until Love Kills". Que bom que não desisti na primeira impressão.

 

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