quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Entrevista com LifeForce!


 

ENTREVISTA COM LIFEFORCE

O Heavy Metal oferece muitas alternativas a quem ama o estilo, e este é um prêmio sensacional, já que o fã de Metal é o mais fiel em se tratando de música, neste mundo. Não só aquele afortunado que consegue seguir carreira como músico em uma banda, como todos os outros que de alguma forma se aproximam da cena e trabalham indiretamente com algo que os realize, seja como roadie, manager ou o cara que escreve no blog falando da música que ama e com as bandas que segue. Mas há aqueles, como o Alexandre do Lifeforce, que vivenciam formas diferentes e, em períodos distintos de sua vida teve sua imagem forjada em 2 lados diferentes da mesma moeda, dando seu melhor para a banda de acordo com o que o momento pedia. Falamos com ele sobre algumas destas coisas, além do vocalista Juliano Barcellos e do tecladista Matheus Cutini sobre o novo álbum da banda, o ótimo Apokalipsis, e você confere esta conversa a seguir:

M&L – Alexandre, você é o único remanescente da formação original do LifeForce, mas parece que pouco tempo atrás abdicou da guitarra. Conte como está sua participação na banda atualmente.

Alexandre Lopes: Boa tarde, agora são 14:30 hs. Obrigado pela oportunidade pra falar um pouco do Lifeforce. Verdade, sou guitarrista de formação e toquei na banda desde o início e até 2011 quando a banda parou. Convidei o Júnior pra gente dividir as guitarras. Quando o Juliano entrou, ele trouxe o Matheus com ele e já naquela época percebi que estava com um grupo de músicos fora de série na mão. Depois de alguns anos, a mesma galera que fazia parte da banda em 2011, exceto o baixista, me convidou para retomar os trabalhos. Fiquei muitos anos parado musicalmente falando e por achar que a configuração ideal pra banda é uma guitarra e um teclado. Logo em seguida, tínhamos que fazer o Showlivre dali há um mês e meio, gravamos com um baixista de estúdio muito conhecido aqui, Hugo Maciel, porém ele não poderia ficar na banda por ter assumido outros compromissos prévios. Então comprei um baixo e aprendi a tocar as músicas em tempo recorde! Fizemos o Show livre, gravei dois singles, mas não é a minha praia ser baixista então, passei o bastão assim que pude. Sou um funcionário do Lifeforce, o que for preciso fazer pra ajudar, farei o melhor possível. Manager, tour manager ou apenas conselheiro, estou aí.

M&L – E quando você vê a banda num palco não rola um saudosismo e aquela vontade de subir e mandar um solo de guitarra?

Alexandre: Sendo sincero, não. Kkkkkk. Passei muitos e muitos anos fazendo isso. Me sinto grato por ter a sorte de um grupo talentoso de jovens continuar este projeto que iniciei. Hoje eu curto ver eles fazendo isso, sem nenhum tipo de ressentimento, fico feliz mesmo. Hoje toco no Desert Voices, que é outra banda que produzo. Assim que a banda estiver madura, também vou abrir espaço pra que ela siga pelas próprias pernas. Acho que esse é o meu propósito hoje. Ausência total de Ego. Um dia quero poder ouvir um álbum do Lifeforce sem nenhuma música minha Kkkk


M&L – A banda acaba de lançar seu segundo full, do qual falaremos. Mas o debut foi lançado 17 anos atrás e é óbvia e natural a evolução musical. O que vocês aprenderam com o primeiro lançamento que pôde prepará-los para o novo play?

Alexandre: Na verdade, tivemos que reaprender e estamos aprendendo ainda. 17 anos atrás o mundo era outro, os formatos de mídia, o público se renovou, é tudo diferente. Já estamos planejando como lidar com a produção dos novos conteúdos, inclusive as músicas.


M&L – Quais as principais influências que a banda carrega em termos de som?

Alexandre: Kiss, Accept, Iron Maiden, Metallica, Savatage e Dream Theater entre outras. O Lifeforce foi uma banda cover antes de produzir material próprio e eram exatamente essas bandas que tocávamos.

M&L – Por que houve esta reformulação completa no line-up ao longo dos anos?

Alexandre: Por vários motivos diferentes. Algumas vezes temos que fazer ajustes para que o line-up seja mais homogêneo e esteja com a mesma pegada e expectativas. Outras vezes são companheiros que, por diversos motivos, desistiram desta vida tirana de metal nacional autoral. É praticamente um amor platônico e incondicional, poucos estão dispostos a fazer esse sacrifício. As músicas são complexas, e apesar de termos partituras de todas as músicas e instrumentos, trocar qualquer músico da formação demora em média 6 meses, se o cara for muito bom.

M&L – O metal nacional é muito rico, porém ele se notabilizou por sons mais extremos como o thrash e o death metal. Vocês acham que o metal progressivo já alcançou o máximo que pode oferecer em nossa cena, ou ele ainda caminha à sombra de outros estilos em busca de seu lugar ao pódio?

Alexandre: De todas, esta é a pergunta mais difícil. Na verdade, não sei responder, posso apenas dizer o que acho kkkkk Tirando as bandas “majors” como Sepultura, Angra e outras médias como Korzus, Viper, Shaman, que são grandes se comparadas a nós, mas são menores que as duas primeiras, acho que estamos todos no underground. Questão de momento. Hoje vejo muito interesse por bandas femininas com vocais guturais, mas não sei dizer quanto tempo dura isso. Acho que o metal extremo aqui no Brasil vai continuar forte por mais algum tempo.

M&L – Agora falemos do novo álbum. Quando apresentaram a arte do single “Knights of Apocalypse”


eu pensei que já fosse a arte definitiva do full. O trabalho que a “Design Lara” fez foi simplesmente fantástico. Por que resolveram investir em uma arte tão linda para um single, que é um lançamento que serve apenas de aquecimento para o trabalho principal?

Alexandre: Muita gente achou isso. A arte da capa ficou pronta primeiro. Quando eu vi a capa do single eu disse wow! Kkk Isso se reflete nas vendas de camisas, esgotamos o primeiro lote com a capa do single em três dias. Até eu fiquei surpreso. Vamos ter que esperar pra ver se vamos fazer mais e só depois lançar a do álbum. Essa questão o Matheus pode esclarecer melhor.

Matheus Cutuni: Sabemos que no heavy metal o trabalho artístico é muito apreciado, criticado e valorizado pelos fãs. Essa arte foi feita pensando exclusivamente nos fãs e ouvintes do estilo, com o intuito de saciar e satisfazer a todos. Um presente!


M&L - Já a arte oficial do álbum também ficou muito caprichada, lembrando lançamentos de bandas clássicas como o Stratovarius. A arte foi desenvolvida através do conceito do álbum?

Alexandre: Na verdade, não temos essa referência. Sempre gostei de capas que mostrassem a terra de uma maneira artística. Posso citar o álbum Jean Michel Jarre, Oxygene e o Plastic World do GZR.

Matheus: O conceito da arte de capa foi desenvolvido por mim. Com a finalidade de impactar o público, o artista desenvolveu uma arte que demonstra um Apocalipse sem parecer tão agressivo, um momento trágico, mas com elegância e grandiosidade. Esse conceito exigiu que o artista Aurélio Lara fizesse uma verdadeira obra de arte digna de um quadro emoldurado!

Alexandre: Se for reparar bem , tanto o apocalipse cristão: fogo e o pagão: gelo, estão representados na capa

M&L – Conte sobre a história por trás de “Apokalipsis”.

Alexandre: Sempre quis fazer um álbum conceitual e sempre achei fascinante o tema do Apocalipse. Toda aquela destruição e figuras bizarras. Kkkkk Pensei, por que não juntar as duas coisas? Aí veio o problema, como falar do apocalipse sem ser repetitivo ou parecer pregação doutrinária? Não queria vincular a banda a qualquer religião ou doutrina. Eu queria apenas falar do tema. Eis a solução: O álbum tem 13 músicas e uma intro. Dividir o texto bíblico em 13 partes. Vamos imaginar um sujeito vivendo no tempo do fim e contando os acontecimentos em primeira pessoa. Quem tem familiaridade com o texto bíblico vai reconhecer. Pra quem não conhecesse vai parecer apenas uma história fantástica.

M&L – Juliano, seu vocal é mais agressivo que o de Roberto Cassani, que gravou o debut em 2005. Você já testou material antigo com sua voz? E as músicas antigas estão soando muito diferentes do original?

Julliano Barcelos: Na minha primeira passagem pela banda, tive a oportunidade de cantar Eternally e Highborn que são do primeiro álbum e em ambas eu fiquei bem satisfeito com o resultado final. Somos dois cantores diferentes, então é natural que as músicas soem diferentes e com algumas adaptações em termos de região e técnica em geral. De qualquer forma, eu darei o meu melhor nelas e espero de coração atender as expectativas dos fãs. Espero que curtam.

Alexandre: É a terceira passagem do Julliano pela banda, já avisei que agora ele só sai morto! kkkkkk

M&L – Quais são as músicas de “Apokalipsis” que você mais curtiu gravar? 

Juliano: Revelations two: pela complexidade rítmica das estrofes foi muito divertida de gravar. No começo senti até um pouco de dificuldade já que a melodia da voz não estava escrita em partitura, mas depois de ouvir um pouco e com o auxílio do Matheus que esteve comigo nas gravações o tempo todo, tudo correu bem e no final acabou sendo a minha favorita, ao lado de "At The End of Times". Essa última tem uma alta intensidade que contagia demais.

M&L – E quais são os próximos passos do LifeForce?

Alexandre: Aprender como nos posicionar nesse mercado em constante evolução, tentar fazer o álbum chegar a um maior número de pessoas, conseguir uma boa distribuição pra ele, ou seja, pretendemos que as pessoas conheçam a apreciem o álbum, fazer shows cada vez mais, sair pelo mundo, quem sabe? kkk

M&L - Muito obrigado pela participação no Metal e Loucuras. É um prazer tê-los conosco enquanto comemoramos 13 anos de trabalho ao mesmo tempo em que vocês comemoram o lançamento do novo álbum. A palavra final é vocês!

Alexandre: Agradeço muito pelo espaço e me sinto honrado em poder falar pros seus leitores. Já te disse isso diretamente, respeito e valorizo muito o trabalho de vocês. Assim como nós, fazem por amor à música. Sem pessoas como vc, nossa caminhada seria ainda mais difícil. Muito Obrigado.


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