quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
20 anos de Rain of a Thousand Flames do Rhapsody!!!
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
20 anos de Megalomania do Enslavement of Beauty
domingo, 26 de dezembro de 2021
20 anos de Chapter III do Agathodaimon!!!
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
20 anos de The Dreadful Hours do My Dying Bride!!!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
20 anos de Digimortal do Fear Factory!
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
domingo, 12 de dezembro de 2021
Vamos de HeadHunter DC, criaturas!
20 anos de Rebirth do Angra!!!
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
20 anos de Monumension do Enslaved!
domingo, 5 de dezembro de 2021
20 anos de At The Gates of Utopia do Stormlord!!!
domingo, 28 de novembro de 2021
20 anos de M-16 do Sodom!
domingo, 21 de novembro de 2021
20 anos de Empiricism do Borknagar!!!
Em 2000 o Borknagar da Noruega havia gravado seu álbum de maior destaque até então, o ótimo "Quintessence", contando com I.C.S Vortex nos vocais e baixo, tendo ele recebido prêmio de melhor vocalista de metal do seu país com este trabalho. Mas a turma de Shagrath e Silenoz foi esperta o bastante para contratar Vortex quando montaram um dream team do black metal para gravar Puritanical Euphoric Misanthropia. Porém Oystein Garnes Brun, que não quis ficar para trás, tratou de levar para a frente de sua banda um vocalista muito talentoso e já conhecido da cena mundial, o grande Vintersorg, famoso no Otyg e na banda que levava seu nome. Apresentando a mesma versatilidade que seu antecessor, no sentido de cantar rasgado e limpo, Vintersorg caiu como uma luva para o som do Borknagar, para forjar um excelente trabalho. "Empiricism" mistura com classe elementos do black metal com Folk e música progressiva, levando o ouvinte a diferentes estados de espírito no decorrer de seus 50 minutos. Mesmo sendo um músico com talento para vários instrumentos (guitarra, baixo, teclado), no Borknagar Vintersorg não assumiu o baixo, e a banda levou também o gabaritado Tyr, que já tocara em turnês com Emperor e Satyricon. O álbum é bem homogênio, com exceção de "Matter & Motion" que destoa um pouco com sua primeira metade apenas num arranjo de teclados de Lars Nedland, que é um ótimo músico, mas esta sonoridade me soa estranha até hoje, mas eu admito que preciso abrir melhor minha mente para aquilo que carrega o termo "progressive" no nome. Apesar da homogeneidade podemos citar momentos de beleza extrema, como em "The Stellar Dome", com guitarras preciosas de Oystein e Ryland, além de vocais limpos excepcionais, sejam em destaque ou com vocais rasgados em dueto. "The Genuine Pulse" que abre o álbum e "Four Element Synchronicity" também devem ser destacadas, além da indispensável "Gods of My World", o maior destaque do trabalho e "The View of Everlast" com toda a sua melancolia. "Empiricism" completa 20 anos e ainda é um trabalho atual, tendo influenciado muitas bandas de progressive black que surgiram desde então, muitas delas sequer conseguindo se igualar ao Borknagar.
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
20 anos de The Grave Digger do Grave Digger!!!
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
20 anos de First Strike Still Deadly do Testament!!!
domingo, 14 de novembro de 2021
20 anos de Down To Earth do Ozzy Osbourne!!!
terça-feira, 9 de novembro de 2021
Vamos de Overdose, criaturas!
Musica: Strangers in Our Own Land
Álbum: Addicted To Reality (1990)
Selo: Cogumelo Records
Estranhos em nossa própria terra.
Levantando nossas mãos
Dançamos para nossos deuses
E diz
Uma velha oração
Chorando mais uma vez
Ainda somos estranhos em nossa própria terra
Um dia
Você cruzou a água azul
Vindo de lugar nenhum
De terras distantes
Dizendo palavras tão estranhas para mim
Nós pensamos que vocês eram amigos
O homem branco veio
Nos trouxe dor
Com raiva em seus corações
Espalhando medo
Sangue e lágrimas
Rasgando nossas almas
Nós fugimos
Escondendo-se de suas grandes armas
Tentando escapar
Era tarde demais
Estávamos muito doentes e cansados
Quase morrendo
Homem branco mentiu
Meu povo chorou
Podíamos ouvir os sons mortais
Terras invadidas
Mãos gananciosas
Apodrecendo nosso solo sagrado
Hoje a mesma história ainda continua
Eles disseram que levariam nossas terras
Então está feito
Mas agora meu coração está enterrado em minha terra
Estou correndo pelas montanhas
Estou andando com o vento
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
20 anos de Secret of The Runes do Therion!!!
sábado, 6 de novembro de 2021
Entrevista com HeadHunter DC!!!
M&L – O Headhunter D.C. não pára. A maior pausa entre lançamentos foi entre Punishment At Dawn e ...And The Sky Turns To Black…. E agora saiu a coletânea A Hail To The Ancient Ones... Podemos dizer que é um tributo da banda a seus ídolos?
Baloff - 666 saudações deathmetálicas a todos!!! Sim, com certeza o é! Nós já temos um 'know how' em participações em álbuns-tributo desde 1996 quando fizemos parte do antológico "Omnisciens - Tributo ao Dorsal Atlântica", mas ainda antes disso a banda já prestava homenagens a algumas grandes e inegáveis influências e fontes de inspiração para a nossa música e nossa história, tocando covers dessas bandas em nossas apresentações ao vivo. Lembro que por volta de 87 a banda tocava "Blasphemer" do Sodom e em 89 chegaram a tocar "Children of the Grave" do Black Sabbath, ambas ainda com o primeiro vocalista Eduardo "Falsão". Depois, já comigo nos vocais, costumávamos tocar outra do Sodom, "Sodomy and Lust", "Deceiver" do Napalm Death, isso ainda no início dos 90s, depois "Buried Alive" do Venom, Call from the Grave" do Bathory em meados daquela década, "Zombie Ritual" do Death a partir de 2004 e mais recentemente "The Exorcist" e "Burning in Hell" do Possessed e "Seven Gates of Hell" do Venom, essas sendo as que me vieram à mente no momento, então como podem ver já temos um histórico de tocar covers que vem dos primórdios da banda. Alguns deles estavam planejados para serem incluídos na coletânea através de gravações ao vivo e de ensaios que tenho em meus arquivos, mas isso infelizmente não foi possível porque o tempo total do tracklist passou do limite da mídia do CD, que é de 80 minutos, então tivemos que limitar a compilação em 14 músicas, caso contrário teria que ser um lançamento duplo e assim encarecer o seu valor final de venda. De qualquer forma, fiquei bem satisfeito com o resultado final de "A Hail to the Ancient Ones…", o qual se trata de uma grande oportunidade de se ter todos os covers gravados em estúdio pela banda reunidos em um único lançamento. Um verdadeiro brinde aos Antigos que foram (e continuam sendo) tão importantes para nós enquanto banda e para nossa própria formação como metalheads. Últimas cópias disponíveis através da banda!
M&L – Temos algumas versões bem antigas, como Álcool da Dorsal. Claro que algumas formações diferentes gravaram todas estas versões, mas quais são as versões favoritas neste álbum e por quê?
Baloff - Difícil citar essa ou aquela versão como favoritas, cara, pois cada uma delas representa uma formação, uma era, um momento diferente na história da banda, então apesar de se tratarem de covers e não músicas próprias, tem muito de diferentes pessoas que já passaram pela banda em cada uma delas. A do Dorsal, como já foi citada, realmente tem uma representação especial por ter sido nossa primeira participação em tributos, por ter sido gravada totalmente ao vivo em estúdio, por ter sido para o primeiro álbum tributo a uma banda de Metal brasileira, além da verdadeira história alcoólica que cerca sua gravação - confiram nos 'liner notes' no booklet do CD! Outras versões que gosto muito por diferentes (e não menos importantes) aspectos são as que fizemos para músicas do Mortem, Necrovore, Sanctifier, ThrashMassacre (2 tracks!), Possessed, Black Sabbath (pelo desafio de se fazer uma versão deathmetalizada para um clássico do Heavy Metal - assim como a do Maiden), Bathory e por aí vai. Se eu continuar falando acabarei citando todas as 14 versões aqui, hahahaha!!!
M&L – Apesar de a banda estar sempre ocupada, já fazem 9 anos deste o último álbum de inéditas, o excelente ...In Unholy Mourning... Há previsão para um próximo full?
Baloff - Pois é cara, dessa vez a maldição dos hiatos entre álbuns alcançará o seu maior patamar de 10
anos, mas tenham certeza de que todas esses atrasos independem totalmente de nossa vontade e não condizem aos nossos planos de entrarmos em estúdio para registrarmos nossas músicas mais atuais. É claro que, como costumo dizer, sempre precisamos de um tempo especial para termos a inspiração certa, afinal de contas não fazemos música efêmera ou sazonal, mas a verdade é que diferentes fatores têm nos levado a espaços cada vez maiores de tempo entre um álbum e outro e sei como esses longos hiatos atingem o fã e admirador da banda, que mal podem esperar por um novo lançamento de inéditas. Lembro de quando o Immolation demorou 5 anos para lançar o "Here in After" ou como o Sadistic Intent demora até hoje pra lançar seu tão longamente aguardado début full length "The Second Coming… of Darkness", e eu como fã de ambas ficava e fico tentando conter a ansiedade… De qualquer forma, já temos o próximo álbum 100% escrito já há algum tempo, mas infelizmente veio a pandemia para atrasar ainda mais o que já estava atrasado e mais recentemente as 3 (três!) mudanças de formação de 2017 pra cá que nos forçou a voltarmos ao processo de passar as novas músicas aos novos integrantes, mas temos trabalhado duro pra cumprir essa etapa da melhor e mais prazerosa forma possível e assim estarmos finalmente prontos pra entrarmos em estúdio e darmos vida em forma de morte total ao nosso novo álbum. A idéia é gravarmos no início de 2022 e termos o álbum lançado ainda no primeiro semestre ou no início do segundo. Aguardem!
M&L – São 30 anos do lançamento de Born...Suffer...Die. Você esperava chegar aos dias de hoje com o Headhunter D.C. quando gravou o primeiro álbum?
Baloff - É difícil dizer hoje se eu imaginava que chegaríamos tão longe quando gravamos o "BSD", mas tendo em vista todos os meus esforços e dedicação voltados ao Headhunter D.C. durante esses quase 35 anos seria no mínimo justo que fôssemos lembrados como uma banda referência em Death Metal no Brasil, mesmo que não existíssemos mais - e nem estou falando em talento e qualidade musical aqui, mas de um legado de resistência e fidelidade ao gênero de Metal que um dia escolhemos tocar e defender. Felizmente toda a história conquistada pela banda ao longo de tantos anos e com tantas pedras no caminho se mostra hoje pelo respeito e reconhecimento dos fãs, a quem todos esses esforços sempre foram voltados, e por tudo o que a banda representa para todo um cenário de Metal da Morte no Brasil, na América do Sul e no mundo subterrâneo. Ainda falando sobre nosso début, vê-lo ainda sendo uma referência em termos de Death Metal no Brasil após 30 anos é motivo de muito orgulho para mim!
M&L – Por falar no debut, tivemos uma edição comemorativa de 25 anos com DVD que ficou linda. Já pensaram em uma edição de 30 anos? Ficaria perfeita com o logo atual da banda, que é um dos logos mais belos do metal.
Baloff - Obrigado pelos elogios ao nosso logo! Perceba que o mesmo vem evoluindo em sua concepção desde 1993 quando o fiz já nesse formato para o "Punishment At Dawn". De lá pra cá ele veio sendo desenvolvido em seu estilo, ganhou nova perspectiva e aparece como é hoje. Sim, eu tenho esperado por algo especial para uma edição de 30 anos do "Born...Suffer...Die" para 2021, principalmente por um novo lançamento em vinil, seja ele em picture ou não, mas a verdade é que até agora a Cogunelo não se manifestou sobre uma nova edição comemorativa do álbum, seja ela qual for. Apesar do ano já estar chegando ao seu fim, vamos esperar um pouco mais e ver o que acontece.
M&L – A banda trabalhou com a Cogumelo no início de carreira e viveu um tempo da cena mineira bem de perto. É verdade que vocês moraram em Belo Horizonte entre 91 e 93?
Baloff - A primeira vez que pisamos em BH foi em 91, quando ficamos na capital mineira entre 10 e 15
dias para gravamos o primeiro álbum, mas foi em 93, ano da gravação de "Punishment At Dawn", que resolvemos passar uma temporada maior e acabamos morando por quase 1 ano por lá. Temos uma história de profundo respeito e admiração pela cena mineira, pois a acompanhamos desde os seus primórdios e sempre tivemos contatos com suas bandas, desde as mais conhecidas até as mais obscuras, e esse tempo que moramos em Belo Horizonte só estreitou ainda mais esse elo. Eu fazia parte do fã clube do Overdose entre 85 e 86, recebia os newsletters pelo correio e peguei o split com o Sepultura com a banda assim que saiu. Também tinha contato por carta com o Magela, que era o empresário do Sarcófago, na época da Warfare Noise 1 e tal, então daí começaram os meus laços com o Metal mineiro, portanto fazer parte desse cenário tão de perto e fazer parte do cast da gravadora que fez tudo aquilo acontecer numa proporção maior também é um grande orgulho e muita honra para nós.
M&L – Algumas bandas de BH já estavam gravando seu segundo ou terceiro álbum quando vocês chegaram. Como foi a recepção ao Headhunter em BH, pelas bandas e pelo público?
Baloff - A melhor possível! Nos sentíamos em casa e assim continua sendo sempre que estamos no berço do Death Metal brasileiro. Estávamos em contato direto com as principais bandas de BH, como Chakal, Overdose, SexTrash, Impurity, Atack Epiléptico, The Mist, Lou Cyfer e outras que ainda estavam começando, como Lustful, Pathologic Noise, Aberration, Sanatório, Insurrection, Divine Death entre outras apenas para citar algumas, e tínhamos todas essas bandas e seus membros como grandes aliados, assim como todos os maníacos e maníacas com os quais tínhamos contato e que ajudaram a nos fazer sentir como se estivéssemos na própria Salvador. Nosso show no antológico Metal BH 3 com Chakal, Holocausto e Calvary Death foi um grande exemplo do quão fudida foi a receptividade do público mineiro para o Headhunter D.C.. Quem estava lá sabe do que estou falando! Enfim, são tantas histórias daquele período que um dia escreverei um livro a respeito em algum lugar do futuro… (risos)
M&L – Punishment At Dawn é um dos maiores álbuns da história do death metal. Em 93 ouvi uma entrevista de vocês para o programa Headbanger Attack apresentado pelo Laranja do Chakal, e vocês disseram que buscavam uma sonoridade do death europeu neste play. Quais eram estas influências?
Baloff - Putz, bem lembrado esse programa do Laranja! Não lembro quem deu essa entrevista, se o Ualson, eu ou ambos, mas lembro muito bem do mesmo. Sim, para as então músicas novas que fariam parte do então novo álbum, estávamos altamente influenciados pelo que acontecia na Europa em termos de Death Metal àquele momento. Apesar da dificuldade que ainda existia em estarmos antenados em tempo real com o que rolava por lá naquele período, sempre tivemos bons contatos no exterior que nos deixavam sempre atualizados com as novidades que vinham do Velho Mundo. Naquela época, o Ualson tinha contato com todos os selos mais importantes do Metal Underground mundial, então sempre recebíamos lançamentos da Century Media, Peaceville, Nuclear Blast, Roadrunner, sem falar de nossos contatos com as próprias bandas através das quais adquiríamos seus materiais via trocas de fitas e LPs. Bandas como Morgoth, Entombed, Dismember, Unleashed, Merciless, Convulse, Carcass, Carnage, Pungent Stench já chamavam nossa atenção desde sua fase de demos e primeiros EPs e álbuns, e àquele momento eram bandas que estávamos ouvindo bastante e que inevitavelmente acabaram exercendo uma grande influência em nossas novas músicas, porém sem jamais esquecermos das tradicionais bandas americanas de Death Metal que nos influenciaram desde o início, como Possessed, Death, Morbid Angel e Immolation.
M&L – Baloff, essa pandemia veio para mudar geral muitas coisas. Na cena metal, o que você acha que mudará quando as coisas se normalizarem?
Baloff - Na verdade eu acho que muita coisa já vinha sendo mudada dentro da cena brasileira ainda antes da pandemia, entre essas coisas a queda definitiva das máscaras de muita gente que se escondia em pele de lobo, mas que se revelaram verdadeiros cordeiros de deu$ conforme foram se aproximando as eleições de 2018. Muitos outrora "mestres do Metal nacional", inquisidores da cena, "anti-uaite", pseudo-radicais e os então chamados formadores de opinião de internet passaram a mostrar suas verdadeiras faces e condutas cheias de conservadorismos, preconceitos e demais "valores" cri$tãos, contradizendo tudo aquilo que um dia falsamente pregaram para criar uma imagem de fodões. Posers! 100% gado
bozonarista apoiadores do fascismo e do "deu$ acima de tudo"! Sem salvação para esses aí, a não ser o reino dos céus como promete a cristandade hipócrita! Fora isso, eu realmente não sei como serão as coisas quando voltarmos à normalidade - se é que teremos uma novamente. Hoje vemos muita gente sentindo falta dos shows, shows esses que eles mesmos não iam quando rolavam vários. De qualquer forma, espero que todo esse pesadelo tenha servido para se criar uma consciência coletiva referente a diferentes aspectos, entre eles as próprias relações humanas, caso contrário teremos um mundo ainda pior fadado a um fim triste e catastrófico.
M&L – Uma honra gigantesca ter um dos maiores representantes do death metal nacional em nossa página, para comemorar 12 anos de amor ao metal. As palavras são suas!
Baloff - Foi um prazer responder às suas perguntas, e desde já agradeço pelo suporte e pelo espaço para espalharmos nossa palavra. Vida longa ao Metal e Loucuras e parabéns pelos 12 anos! Aguardem pelo nosso novo álbum e por um Headhunter D.C. ainda mais comprometido com a verdadeira essência do Death Metal! Espero ver todos na estrada em 2022, no jubileu profano de 35 anos do Headhunter Death Cult! Nós cavalgamos nas asas da resistência! Death Metal rules supreme! I.D.M.W.T.!!! 666
HEADHUNTER DEATH CULT Anno Pestilentia 2021:
*Sérgio "Nekrobaloff666" Borges:
Screams of Unsalvation & Rotten Death Prayers...
*Danilo "D. Morbidus" Coimbra:
Mass Death 666-String Guitar...
*Tony "T. Ungodly" Assis:
Pestilential 666-String Guitar...
*Stanley "Pandaemonic" Serravalle:
Low-end Fretless Damnation...
*Daniel "De La Muerte" Brandão:
Drumonster from Beyond...
Contatos do Culto da Morte:
facebook.com/headhunterdc
instagram.com/headhunterdc
youtube.com/user/headhunterdc87
headhunterdeathcult@hotmail.com
terça-feira, 2 de novembro de 2021
20 anos de Supercharger do Machine Head!
domingo, 31 de outubro de 2021
20 anos de Unholy March do Evil do EvilWar!!
sábado, 30 de outubro de 2021
Entrevista com Overdose!!!
O mundo dá voltas e mais voltas e poeticamente falando, isto é incrível. Ter a oportunidade de conversar com alguém que há quase 30 anos já era seu ídolo, tocando numa banda que você ama desde a primeira audição de Século XX num split emprestado por amigos, é mais que sonho realizado, é um dos ápices nesta jornada gratificante que se tornou o Metal e Loucuras. Overdose faz parte da gênese do metal nacional, e sua importância para a prosperidade desta cena está cravada nos pilares da existência do Heavy Metal. São dinossauros vivos em um país de terceiro mundo que não valoriza esta arte imortal que é o metal e isso já é digno de muito respeito. Cláudio, guitarrista fenomenal e pessoa sensacional, com seu jeito mineirês de ser, desceu do palco de um festival no estacionamento do Mineirão em 1997, quando tocaram junto de Megadeth, Queensrÿche e Whitesnake, e foi abordado por dois moleques que pediram autógrafo num pedaço de papel de pouco mais de 3 centímetros, que ele concedeu com um sorriso no rosto. Um destes moleques era eu, que jamais imaginava que estaria aqui hoje trocando palavras com este músico fenomenal. Um pouco da história do Overdose segue para vosso deleite, criaturas noturnas. Aproveitem, pois o mundo continua dando voltas!
M&L – Há mais ou menos 1 ano conheci uma pessoa, tratando de serviços profissionais e, conversa vai e conversa vem, quando ele soube que tenho um espaço do Heavy Metal em casa, ele disse que tinha o prazer de fazer parte do início do metal em Minas. Pensei que ele estava “viajando” mas se tratava de Rubão, o baterista de uma das primeiras formações do Overdose. O que vocês lembram desta época?
Cláudio - Rubão é um grande cara e foi muito importante no começo do OverDose em 1983. Foi uma época muito divertida, pois foi o nascimento do OverDose. Tudo era novo e nós éramos a primeira banda de Heavy Metal de BH. Os shows eram muito legais, e aos poucos fomos polarizando todos os fãs de Metal. Ensaiávamos na sala de estar da casa do Rubão e vários amigos começaram a ir aos nossos ensaios. Época de ouro, na qual o OverDose começava a se definir enquanto banda e a criar nome no espaço musical da cidade.
M&L – Há muitas lendas envolvendo Sepultura e Overdose nos primórdios, como aquela que diz que vocês convidaram o Sepultura para o split de 1985 e que os caras arranhavam o lado do Século XX do vinil quando iam apresentar o álbum aos gringos. Mas nunca ouvimos o Overdose depreciando a banda dos Cavalera por estas coisas. Elas realmente não passam de lendas ou o Overdose não se ressente delas porque sabe que teve sua oportunidade e espaço no exterior?
Cláudio - Não sei exatamente quais são as lendas, ou o que elas possam trazer de verdade. Essa história dos caras do Sepultura falarem para os amigos arranharem o lado do OverDose foi uma das que mais ouvi, não sei se é verdade ou não. Ainda somos amigos do Paulo e do Andreas, mas não tem como negar que esperávamos ter tido mais apoio do Sepultura em determinados momentos, principalmente quando estávamos no mercado mundial.
M&L – Na virada dos anos 80 para 90 tínhamos bandas do Brasil gravando em Belo Horizonte e procurando um contrato de lançamento com a Cogumelo. Por que Overdose lançou o ...Conscience... pela Heavy Discos (Dorsal, Azul Limão e outros)?
Cláudio - Fizemos uma reunião com os caras do Sepultura e fechamos um acordo no qual iríamos
pressionar a Cogumelo para aceitar algumas exigências no contrato para os próximos discos. Depois de um tempo, sem nenhuma comunicação prévia, ficamos sabendo que o Sepultura tinha assinado com a Cogumelo e já ia lançar seu próximo disco. A Cogumelo acabou negando a nossa proposta e ficamos sem gravadora. Tivemos que gravar o Conscience com o nosso próprio dinheiro e depois fizemos um acordo com a Heavy Discos para distribuir o álbum.
M&L – You’re Really Big! veio com capa futurística e com Nuclear Winter como carro chefe. Muitos fãs aguardam este relançamento. Fale deste álbum.
Cláudio - O Big é um dos álbuns que mais gosto do OverDose! Considero esse álbum como um dos precursores do Prog Metal, pois em 1989 ainda nem existia nada que fosse classificado nesse estilo. As guitarras são muito trabalhadas, com um virtuosismo que não existia na época no Brasil, foi inspiração para muitos guitarristas por aqui. O disco contou com a participação especial do Fábio Ribeiro, tecladista que depois integrou o Angra e o Shaman, entre várias outras bandas. Realmente está sendo um dos relançamentos mais esperados e está previsto para o começo do ano que vem.
M&L – E Addicted To Reality apresentou, além de um logo novo, um som um pouco mais pesado que os dois full anteriores. A receptividade deste álbum foi fundamental para o que viria nos álbuns posteriores?
Cláudio - Pelo contrário, pois a receptividade não foi tão boa na época, hoje em dia mais pessoas gostam dele do que quando foi lançado. O Addicted é um disco de transição entre o Prog Metal do Big e o Thrash do Circus, e acho que ficou mais marcado por isso do que pela qualidade de suas músicas e da originalidade da mistura. Acho que foi muito injustiçado, pois nosso antigo público achou ele muito pesado e a galera do Thrash achou muito leve. Pessoalmente, gosto muito do Addicted, pois acho as músicas muito boas, indiferentemente do rótulo.
M&L – Chegamos em 1992, com um dos melhores registros que o metal nacional já teve, o Circus of Death. Essa mudança de um som mais melódico para a agressividade do Thrash foi natural ou o Overdose resolveu sair do lugar comum e tentar algo diferente?
Cláudio - As duas coisas, de uma certa forma. Tivemos que sair da nossa zona de conforto, pois já tínhamos um estilo próprio de compor e tocar. Mas eu, o Bozó e o André estávamos ouvindo mais bandas de Thrash do que qualquer outra, a pesar de que nunca fomos radicais em nada. Só o Fernando relutou um pouco para aceitar a Sweet Reality, pois achou muito pesada. A partir daí, comecei a compor músicas mais na onda das bandas que estávamos curtindo: Metallica, Anthrax, Forbidden, Exodus, Pantera...
M&L – E por que Circus of Death foi relançado com aquela capa horrível tempos depois? (político com nariz de palhaço) “risos”. Imposição do mercado americano ou a banda queria fugir da imagem de crítica religiosa que a capa original passava?
Cláudio - Por um lado, realmente sofremos muitas críticas pela capa original, como se fosse uma falta
de respeito com Jesus Cristo. Mas a crítica religiosa é somente uma das que pretendemos fazer na capa, acabou ficando uma coisa meio chata ser taxado de satanista! (risos). Mas, o que foi decisivo foi a tentativa de criar um estilo mais próximo do Progress e do Scars, que já haviam sido lançados no exterior. Queríamos que fosse uma foto ao invés de desenho, mas também não gostamos do resultado, por isso o relançamento voltou a ter a capa original.
M&L – Progress of Decadence traz uma sacada no título e na imagem da capa, podendo ser lido como Decadence of Progress. A crítica social foi muito além neste trabalho, que também é um dos mais pesados da carreira. Nele o Bozó começou a tocar percussão, incorporando um pouco de ritmo brasileiro ao som.
Cláudio - A crítica social acompanha o OverDose desde os seus primórdios, mas realmente ficou mais ácida e menos poética nesse álbum. A saída do Fernando contribuiu pra isso. Antes o Fernando era o meu parceiro nas letras, e o Fernando é um puta escritor, muito bom nas rimas e nas poesias. Já o Sergio, que passa a ser o meu parceiro com a saída do Fernando, é mais pro Punk e Hardcore de New York. As minhas letras sempre foram políticas, mais descritivas do que realmente poéticas, então perdemos esse lado poético e ganhamos em críticas sociais. A percussão do Bozó surgiu das brincadeiras que o Bozó fazia nos ensaios desde os anos 80. Ele costumava fazer percussões brasileiras no surdo da bateria. Daí surgiu a ideia de acrescentarmos elementos percussivos no som da banda, queríamos fazer algo que fosse realmente novo dentro do Metal. Logo após o Circus, ainda em 92, já tocávamos Street Law nos shows. Como todos gostaram da ideia, outras músicas com percussão foram surgindo.
M&L – Em 1995 o Overdose lançou Scars por um selo gringo, e só em 2018 este álbum foi lançado no Brasil. Acha que isso fez com que o público tivesse um conhecimento menor deste play? Nele Bozó até criou um dialeto novo que ficou sensacional.
Cláudio - Acho sim, não só por não ter saído no Brasil, mas também porque não teve apoio da
gravadora na divulgação e investimento em geral. Quando o Scars foi lançado, a diretoria da nossa gravadora tinha acabado de ser trocada. O presidente que foi embora foi o A&R que contratou o OverDose, mas o novo presidente contratou o My Dying Bride. Nesse momento deixamos de ser a atenção da gravadora, pois todos os investimentos estavam voltados para a nova banda. O Scars é um disco que não foi trabalhado pela gravadora, considero o mais injustiçado do OverDose!
M&L – A banda encerrou atividades por volta de 1997 e ficou quase 20 anos fora de cena. Os fãs imploravam por um retorno e ele veio. Uma das primeiras apresentações foi aquela ao lado do Mineirão promovida pelo Bloco dos Camisas Pretas. Confesso que a única vez que chorei num show foi naquele dia ouvindo Anjos do Apocalipse, algo que pensei que nunca aconteceria de ouvir. O que significou pra vocês aquela apresentação?
Cláudio - Que doido o lance da Anjos, muito massa saber isso! O Bloco dos Camisas Pretas foi muito foda, mais de 20 mil pessoas, foi emocionante demais!!! A sensação de estar de novo no palco é muito foda, tinha muitos anos que eu não tocava! Foi muito massa ver a galera cantando as músicas do OverDose, principalmente a meninada! É muito gratificante ver que o som da banda sobrevive há décadas!
M&L – Tiago Vitek foi anunciado recentemente como novo baterista e já está ensaiando. Há planos de voltar aos palcos assim que vencermos esta pandemia?
Cláudio - Há sim, estamos ansiosos pra voltar aos palcos!!! E aproveitem, pois eu e o Bozó somos dois velhinhos de 55 com corpinho de 80!!! (risos) Daqui a pouco não vamos mais conseguir subir no palco, principalmente ele cantar! (risos).
M&L – A pergunta que não quer calar. Todos anseiam por um novo álbum do Overdose. Isso está nos planos?
Cláudio - Não temos planos de lançar um novo álbum, talvez um single com 2 músicas. Tenho duas músicas novas guardadas aqui, esperando o Sergio fazer letra pra elas. Também estou na torcida, vamos ver se a gente consegue engatilhar pelo menos essas 2 músicas novas!
M&L - O que vocês acham que vai mudar na cena metal e no mundo, em relação à pandemia que vivemos nos últimos dois anos?
Cláudio - Difícil prever quais serão as mudanças. Acho que uma maior interação entre os fãs e os músicos através das lives e redes sociais deve continuar. Ainda estou preocupado com o fim da pandemia, pois ainda há muita gente morrendo. Após a pandemia, a crise econômica me preocupa muito, pois a bomba sempre estoura para o lado dos mais fracos. Me preocupo muito com a miséria e a fome, que vêm aumentando muito nos últimos anos e cresceu muito com a pandemia. Em um mundo onde temos um incrível acúmulo de riquezas, a fome não pode ser aceita.
M&L – Uma honra ter o Overdose em nossa página, neste momento especial em que comemoramos 12 anos. O espaço é todo seu!
Cláudio - Eu gostaria de agradecer pela oportunidade, é um grande prazer participar dessa comemoração! Gostaria também de agradecer aos fãs de OverDose por quase 40 anos de reconhecimento e carinho. Continuamos na estrada por causa de vocês!!! Sigam o OverDose no Facebook e no Instagram e ouçam no Spotify, Deezer e outras plataformas. Se alguém se interessar pelos relançamentos do OverDose, pode me procurar no Facebook -"Claudio David", que tenho algumas cópias pra vender, ou procurar nas lojas especializadas. Os relançamentos são em digipack, com o CD completamente remasterizado, com DVD de shows de época e livreto com letras e fotos. Abraços para todos!!!