O Trivium em 2005 ainda buscava sua identidade, coisa que após muitos anos acredito que eles tenham deixado de procurar, uma vez que a banda sempre foi mutante e nunca se prendeu a um estilo definido. Mas após o fraco "Ember To Inferno" de 2003, vieram com "Ascendancy" e uma prova de melhoria, mesmo que nada a ponto de soar um clássico. Longe disso, como no debut, muita coisa poderia ser limada desse álbum para que ele ainda pudesse ser tachado de bom. A veia metalcore é o que mais incomoda, principalmente quando Matt Heafy cisma de cantar limpo. Na resenha do álbum anterior eu disse que ele melhoraria nos trabalhos posteriores, mas naquele momento acho que estava sob efeito de algum destilado, pois hoje não vejo muita melhoria. Talvez uns 10%. Os riffs continuam bons, Corey Beaulieu e Heafy despejam muitos deles com uma pegada bem thrash metal, mas as caídas melódicas para entrada dos vocais limpos continuam sendo um problema. É aquele veículo que voa quando acelerado mas de repente passa sujeira nos bicos de injeção e ele perde potência na hora. Em vários momentos você se lembra de outras coisas muito boas já registradas, como o início instrumental de "A Gunshot To The Head of Trepidation" que remete ao black metal dos noruegueses do Old Man's Child e depois do solo de guitarra, ao Iron Maiden e suas guitarras gêmeas e por fim aquela batida de bateria a cargo de Travis Smith e do baixo de Paolo Gregoletto que copiou descaradamente a batida de Ride The Lightning do Metallica, "Drowned And Torn Asunder" com alguma coisa de Machine Head e claro, os vocais gritados que poderiam ter saído do Dew Scented. Sim, com tantas referências podemos dizer que o som deste play é quase uma colcha de retalhos para simpatizantes de Avenged Sevenfold. Quando eles tentam sair do lugar comum, como em "Dying In Your Arms", uma música bem mais clean, eles até se saem bem, talvez porque não temos os vocais gritados para comparar com os demais. O Play fecha com "Declaration" com seus 7 minutos e a presunção de ser o ponto alto do trabalho. Mas eu ainda fico com "Gunshot..." e todas as suas semelhanças a bandas melhores.
segunda-feira, 7 de abril de 2025
20 anos de (N) Utopia do Graveworm!!!
O Graveworm da Itália chegava a seu 5º lançamento em 2005, intitulado (N) Utopia e mais uma vez no cast da Nuclear Blast. Com uma bela arte de capa, em tons azuis e uma estátua de anjo em meio a um cemitério debaixo d'água e algumas embarcações quase no horizonte, a arte passa uma sensação de paz melancólica. Mas o que ouvimos quando "I, The Machine" abre o trabalho, é uma banda raivosa, com uma bateria acelerada e pedais duplos, riffs pesados com teclados fazendo uma camada cheia de energia e vocais guturais e rasgados duelando entre si. Com uma abertura como essa, temos o jogo quase certamente ganho, e se você não conhece o Graveworm ainda e ouvir essa música, vai arriscar um chute em Agathodaimon com a participação de algum vocalista convidado fazendo os guturais, pois os rasgados você seria capaz de apostar sua casa que são do Akaias. Não que o vocalista Stefano Fiori tenha mudado muito sua forma de cantar com o passar dos anos, mas o casamento com o instrumental mais refinado do Graveworm neste álbum trouxe uma vida nova para eles. Ok que "Engraved In Black" já tenha apresentado esta veia mais sofisticada, mas ele soa um pouco mais enraizado no som black que os italianos faziam no início de carreira. Já (N) Utopia mergulhou de vez no gótico, porém blackned death gothic, por assim dizer e para ficar melhor esclarecido. A segunda faixa é, sem dúvida, uma das coisas mais lindas que a banda já compôs, a música que leva o nome do álbum vem num rítmo bem mais arrastado que a anterior, mas tem uma aura clássica atemporal, com o vocal gutural predominante e um som de guitarra perfeito, pesado e brutal. "Hateful Design" já traz um riff que poderia facilmente estar num álbum de death metal de uma banda como o Kataklysm. Os teclados de Sabine Mair também fazem um papel aterrador nesta música e o melhor é que você percebe que a música funcionaria sem eles, mas eles foram a cartada da vitória num jogo de poker entre bandidos armados e perigosos. "Never Enough" traz um pouco de vocais eletrônicos no início, mas nada suficiente para te assustar, afinal já devia ter percebido que não estamos falando de uma banda purista, mas com pé no chão. O petardo segue inteligentemente alternando entre faixas arrastadas como "Timeless" ou a energética "Outside Down". Em minha versão, temos um cover pra lá de surpreendente para "Losing My Religion" de 1991 da banda de rock americana R.E.M. que o Graveworm conseguiu transportar para seu estilo com muita competência, sem estragar a original. Indico (N) Utopia para quem não teve oportunidade de conhecê-lo nos últimos 20 anos, de olhos fechados.
domingo, 30 de março de 2025
20 anos de The Pale Haunt Departure do Novembers Doom!!!
O 5º álbum da banda americana Novembers Doom já começa bem pela arte da capa. Deixando de lado o abstrato de Travis Smith, agora foi Attila Kis, um novato no meio, quem trouxe a cena belíssima do espantalho com sua mala, com uma paisagem belíssima de fim de tarde ao fundo, uma família de espantalhos entre uma casa decrépita e uma árvore solitária. A mais bela capa a estampar um álbum da banda até o momento. "The Pale Haunt Departure" é o nome do petardo e da música que o abre. "Death/Doom" de primeira, com uma carga de metal da morte bem agressiva e pesada, num misto de velocidade moderada e vocais hiper guturais. Não saberia afirmar que se trata de uma história conceitual, permanecendo a dúvida após a tradução de todas as letras, mas ao que tudo indica, temos um pai amoroso que tira a própria vida e vê seu espírito preso a um espantalho, explanando seus sentimentos confusos de perda e arrependimentos. A letra mais clara e uma de minhas faixas preferidas é "Swallowed By The Moon", quando o pai escreve uma carta de despedida para sua filha, que é a própria letra da música. A bateria de Joe Nunez soa como trovões, enquanto a voz de Paul Kuhr parece a dos deuses acima das nuvens pesadas do outono. Falar em outono, "Autumn Reflection" já tem momentos mais acústicos e vocais limpos. É bom deixar claro que a experiência de ouvir o Novembers Doom nunca é acompanhada por uma tristeza ultrajante como algumas bandas de Doom têm a clareza em demonstrar, antes traz uma melancolia bucólica de falta de esperança, a fase negra de maior raciocínio após o período de desespero pelo qual qualquer alma pode passar em períodos de angústia na árdua tarefa de sobreviver neste planeta. "Dark World Burden" apresenta bons e pesados riffs, além de um belo solo de guitarra e algumas partes pesadas que remetem até ao Gorefest da Holanda em sua brutalidade slow. O petardo segue com a cavernosa "In The Absence of Grace", "The Dead Leaf Echo", a balada "Through A Child''s Eyes" e "Collapse of the Falling Throe".
sábado, 22 de março de 2025
20 anos de Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken do Hammerfall!!!
Em que posição você colocaria o álbum "Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken" dentro da discografia da banda sueca Hammerfall? Lançado em 7 de março de 2005 através da mega Nuclear Blast, o 5º álbum vem depois do álbum de maior sucesso comercial até então, o ótimo "Crimson Thunder", mas que foi um divisor de águas na carreira, pois afastou uma parte do público acostumada à veia mais old school que o Hammerfall debutou no mundo da música em seus 3 primeiros trabalhos. Eu diria que o capítulo 5 foi uma tentativa meio frustrada de soar tão bem comercialmente quanto o anterior, retornando com uma veia mais heavy metal de outrora, porque sinceramente, este álbum, que não é ruim, ficou meio preso a amarras e sentimentos que emperraram um pouco a criatividade artística da banda. Mas em quais músicas vamos bater primeiro? Nenhuma. Como eu disse, não estamos diante de um trabalho ruim, mas algo bom, porém inanimado, como aquele aparelho de som que você gosta muito, mas que não faz nada mais pra você além daquilo que foi projetado para fazer. O início com "Secrets" é legal, e "Blood Bound" é ainda melhor, pois tem riffs mais pesados e um refrão tipicamente Hammerfall de fácil assimilação. Mas ainda tem algo faltando. Talvez um pouco de velocidade, ou uma sensação mais épica, não sei bem. "Fury of the Wild" já nem é tão lembrada pelos fãs, mas tem algo nela que me lembra Judas Priest, um instrumental bem anos 80 e a voz aguda de Joacim Cans como a cereja do bolo. Ela também carrega em seu refrão o nome do álbum, que foi curiosamente inspirado nos livros "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George RR Martin, que originou a série mais que famosa "Game of Thrones". "Hammer of Justice" também não causa alardes, mas é uma música bem legal, de andamentos médios, com um solo bem rápido e bonito. O legal é que as letras não são cafonas, e mesmo falando de martelos e justiça, você não vê aquela coisa de fantasia exacerbada, afinal infelizmente quando Joacim canta "eu vejo a injustiça em todos os lugares que vou" não podemos dizer que se trata apenas de fantasia. "Never, Ever" é a balada da vez, e ficou bem legal, com ótima interpretação. "Born To Rule" é uma das mais pesadas, num belo trabalho dos guitarristas Dronjak e Elmgren, enquanto "The Templar Flame", uma das mais curtas do disco, traz aquele tradicional ôôô exclusivo para um efeito bombástico de público nas apresentações ao vivo. "Imperial" é uma faixa instrumental que te leva pros tempos das tavernas e "Take the Black" traz um pouco de energia antes da faixa mais épica e controversa do álbum. Com mais de 10 minutos (no display são mais de 12, porém quando ela acaba temos uns minutos de silêncio para o retorno das vozes grotescas), "Knights of the 21st Century" traz nada menos que Cronos, o cara que criou o termo "black metal" no álbum de mesmo nome. Controverso não por isso, mas lembram daquela história em que o vocalista Joacim Cans foi agredido por um suposto fã de black metal pouco antes do lançamento de "Crimson Thunder"? (leia nossa resenha do álbum). Então, o convite para Cronos participar deste álbum, na minha opinião, foi uma baita forçação de barra, mostrando um certo temor dos músicos para novos fatos parecidos. Enfim, até gostei do contraste das vozes, mas achei bem desnatural.
sábado, 15 de março de 2025
20 anos de Goatreich - Fleshcult do Belphegor!!!
O 5º trabalho da banda austríaca Belphegor, lançado em 2005 e intitulado "Goatreich - Fleshcult", é mais um passo à frente na sonoridade caótica da banda do guitarrista e vocalista Helmuth, Sigurd na outra guitarra e Barth no baixo, desta feita com Torturer na bateria e Röderer nos teclados. A arte da capa é ainda mais macabra que a anterior, de "Lucifer Incestus", dispensando o erotismo mas mantendo a nudez de criaturas nojentas e torturadas. A mudança de gravadora (Last Episode para Napalm Records) ocorrida no trampo anterior se manteve e mostrou-se uma recompensa ao árduo trabalho da banda, alastrando a popularidade profana do Belphegor como uma das sete pragas do Apocalipse. O baterista alemão, cujo nome real é Florian Klein (hoje no Bethlehem), é um dos destaques do álbum. Algumas batidas secas e pesadas como no início da faixa título acabam dando um diferencial old school, mas no geral, as passagens agressivas e intrincadas mostram o poder de fogo que ele consegue imprimir sem tornar o som maçante e repetitivo. Anos atrás era quase impensável encontrar músicas mais arrastadas num álbum do Belphegor, mas ultimamente eles demonstravam maturidade para diversificar os petardos com momentos lentos e brutais. Temos 2 faixas assim em "Goatreich", "Kings Shall Be Kings" e "Sepulture of Hypocrisy" que remete aos anos 80/90 até no título. "Festum Asinorum" também possui uma lentidão intercalada a momentos mais violentos e vocais mais rasgados também, algo que se tornaria mais comum ao longo dos anos. Mas na maior parte do tempo o vocal de Helmuth é mais para o gutural cavernoso, e está muito bem desta forma. Se você não se importa com letras carregadas de blasfêmia como único ponto negativo no trabalho, pois soam muito adolescentes e dispensáveis, você vai curtir o death/black esmagador de "Goatreich - Fleshcult", caso tenha deixado passar batido nestes 20 anos. Totalmente indico.
sábado, 8 de março de 2025
20 anos de Angel of Retribution do Judas Priest!!!
O 16º álbum de estúdio da banda britânica Judas Priest chegou ao mercado cercado de expectativas. Tim Ripper havia saído após gravar dois álbuns que mostraram uma banda explorando um som mais moderno, pesado e soturno, e partiu para uma carreira parecida à que teve no Judas, porém agora no Iced Earth. Voltava a reinar nos palcos o metal god Rob Halford, aquele frontman que senta nas mesmas cadeiras em que Dio, Dickinson, Lemmy ou Ozzy também sentaram. Quando um vocalista clássico sai de uma banda, abrem se feridas difíceis de cicatrizar, e a única forma disso acontecer é as partes se reconciliarem traçando novos planos para a entidade em que se destacam. Então Halford estava de volta após 11 anos e gravando um novo trabalho após 15 anos, que foi o insuperável em todos os sentidos "Painkiller". Claro que KK. Downing e Glenn Tipton precisaram compor pensando na voz do mestre, e esquecer aquele som cheio de groove dos álbuns anteriores, afinal, estamos falando de heavy metal puro e simples, com pitadas de hard rock. A capa traz um anjo de metal e as músicas giram em torno de entidades celestiais e infernais. Abre-se o espetáculo com uma música muito boa, chamada "Judas Rising", para a alegria geral, com refrão forte, ritmo enérgico e guitarras "old school", e um título propositalmente evocando o nome da banda se reerguendo após um período obscuro. Depois dessa, há duas outras músicas ainda melhores, ao menos para este fã incondicional de "Painkiller", que são "Hellrider" e a poderosa "Demonizer". Esta trinca, que não vem em sequência no álbum, já mostravam que o retorno do vocalista foi a coisa certa a se fazer. "Revolution" começa num pique bem rock 'n roll pesado que agrada muito, uma pena o refrão ser tão melódico, mas você se acostuma. Temos algo mais hard rock como "Worth Fighting For" ou melódico, como "Eulogy", uma faixa acústica e sem bateria, com a voz de Halford provando mais uma vez que o cara não se destaca apenas gritando. Temos doom também, para quem curte coisas como "Candlemass", o trabalho encerra com uma faixa arrastada chamada "Lochness", que peca apenas em seu final com guitarras dissonantes forjando algo modernoso e desagradável aos ouvidos, mas o que são 40 segundos em uma música de mais de 13 minutos? Ian Hill e Scott Travis também fizeram um bom trabalho na cozinha, e "Angel of Retribution" foi um retorno bem sucedido de uma das bandas mais importantes da história do metal.
terça-feira, 4 de março de 2025
20 anos de Arrival of the Carnivore do Nocturnal!
Depois de uma caralhada de lançamentos desde sua formação em 2000, a banda Nocturnal da Alemanha chegava a seu primeiro álbum full, através do selo "From Beyond Productions", o esporrento "Arrival of the Carnivore". Praticando um "Black/Thrash" bem na linha inicial das famosas bandas de thrash oitentista de seu país natal, principalmente Sodom e Kreator, o Nocturnal consegue ser um pouco mais carniceiro que seus antecessores, porém sem a mesma capacidade de imprimir aquele algo a mais que torna suas músicas distinguíveis e memoráveis. Mas isso não é um empecilho quando você deseja apenas bater cabeça nos porões abandonados do underground. Após uma intro (Coven of Darkness) que começa com um som de águas correndo dentro de alguma caverna escura, temos "Temples of Sin" com andamentos medianos, e um de seus riffs chupado de Rainning Blood do Slayer e lá pela metade emenda um riff novo que começa sem bateria, que ficou bem diversificado. O legal de se ouvir e o motivo do Nocturnal ter chamado atenção de vários bangers esparramados pelo globo, é a rifferama constante em todas as músicas e o contrário de algumas bandas do estilo que criam um riff repetitivo em cada música. Depois temos "Satanic Oath" e "Preventive War", duas faixas na casa dos 2 minutos, rápidas e rasteiras, com aquela ideia punk que o black/thrash prega. Já ""Burn This Town" traz o diferencial dos vocais cantados (?) em coro e como bônus podemos ouvir o baixo pela primeira vez (hehe). Aí temos uma sequência de bate estacas com "War of Spirits", "Merciless Murder", "Victorius Night" e destaque para os ótimos riffs thrash de "Nuclear Strike". O play fecha com a mais trabalhada "Awakening The Curse of Souls", uma música mais arrastada numa tentativa de soar épica e mostrar que a banda tinha talento para montar um arsenal mais diferenciado para os próximos lançamentos. A arte da capa traz aquele bodão forte segurando um esqueleto e vários ossos ao fundo em tons verde e escuro e os membros que gravaram o petardo foram Mayhem nos vocais, Avenger na guitarra e único membro que permanece até os dias de hoje, Vomitor no baixo e Hellbastard na bateria.
sábado, 22 de fevereiro de 2025
20 anos de Stabbing the Drama do Soilwork!!!
"Stabbing the Drama" é o sexto álbum de estúdio dos suecos do Soilwork, um dos principais nomes do death melódico mundial. E um dos mais massacrados pela crítica de bumbum atrás dos PCs. É compreensível que alguns fãs tenham torcido um pouco o nariz para o direcionamento de "Stabbing the Drama", uma vez que a banda se afastou um pouco do death melódico aqui e encheu o peito de ar metalcore americano. A veia progressiva foi meio que deixada de lado e os vocais de Speed Strid não estão muito rasgados, mas gritados com raiva. Essas mudanças foram ruins? Foram boas pra caraca, criaturas! As músicas ganharam uma objetividade muito maior, com construções nem tanto simplistas, mas ainda assim num direcionamento mais metal bate cabeça que outrora, independente das passagens com vocais limpos, que servem muito mais para criar refrãos instigantes e um tanto dramáticos. A arte da capa, com o punho segurando uma faca, asas e chamas ao fundo, remete a um estilo revolucionário, e acompanha a simplicidade que a música tentou imprimir, e não é que o som também foi uma revolção dentro da discografia do Soilwork? Uma nova troca de baterista, com a entrada de Dirk Verbeuren (atual Megadeth) pode ter contribuído para esta pegada mais metal da banda e fica difícil citar destaque em um trabalho tão homogênio. Talvez "Fate In Motion" e "If Possible" não estejam tão bem no nível das demais, porém o restante do trabalho é bem forte, pesado e agressivo. Mas assim mesmo vou citar uma faixa não muito falada que acho sensacional neste play que é "Stalemate" e a inversão de vocais limpos/agressivos que Strid faz no refrão ficou perfeita. Os guitarristas Peter Wichers e Ola Frenning despejam riffs muito bem projetados, ao passo que já não mandam aqueles solos magníficos da era "Natural Born Chaos". Ola Flink continua aparecendo pouco com seu baixo, e os teclados de Sven Karlsson foram um pouco mais explorados, o que pode parecer uma contradição na mudança do som da banda, mas agora eles tendem a destoar mais das guitarras mais pesadas. Eu não sou fã de Metalcore, salvo raras exceções, mas a mudança neste play foi muito bem vinda.
sábado, 15 de fevereiro de 2025
20 anos de Rogues En Vogue do Running Wild!!!
Então descobrimos que os piratas envelhecem e cansam, e aquela antiga crença de que o rum conserva em parte sua juventude acaba sendo suplantada por um álbum alemão de "quase" power metal chamado "Rogues En Vogue". O álbum foi o décimo quarto da carreira do Running Wild, lançado em 2005 e nem mesmo a arte estranha da capa consegue erguer a moral desta peça. Não é um trabalho que soa ruim, ele apenas parece o fruto de uma árvore cansada. A abertura com "Draw The Line" agrada, mesmo que a produção possa ter falhado em algum ponto, pois o som não soa aberto, tem um certo tilintar de paredes metálicas, como uma estação abandonada no subsolo de alguma história pós apocalíptica de Stephen King. Mas a guitarra e a voz de Rock 'n Rolf (ou Rolf Kasparek, como preferir) são perfeitamente distinguíveis como sendo o Running Wild, e assim sempre foram, louvado sejam os deuses dos mares. A sequência com "Angel of Mercy" tenta seguir a mesma linha, com a bateria alguns BPMs mais rápida, mas peca pelo refrão um pouco irritante. Rolf sempre foi o dono da banda, e na época do lançamento deste álbum ele tinha apenas 43 anos, bem jovem para um pirata, mas com a longevidade da carreira da banda, já deveria ter uma visão de que precisava se cercar de novos músicos para manter seu som relevante. Mas como pirata dominador, seus ciúmes da embarcação que comanda não permite que alguém cheque perto do timão, nem por um segundo. A bateria programada é o maior exemplo disso, uma vez que ela soa simples e sem vida (o que é mesmo), e o baixista Peter Pichl que gravou apenas 4 faixas do petardo não foi suficiente para impedir o naufrágio em alto mar. Mas eu repito, não é um álbum ruim, mas é morno, e vai alegrar aquele churrasco com os amigos numa tarde quente de sábado. Algumas músicas mais rápidas e vocais mais enérgicos talvez tivessem melhorado o ranking dentro da discografia. Ouça as faixas citadas e "Skull & Bones"!
sábado, 8 de fevereiro de 2025
20 anos de Harnessing Ruin do Immolation!!!
O sexto álbum de estúdio dos americanos do Immolation, "Harnessing Ruin", lançado em 2005 pela Listenable Records, foi o primeiro trabalho dos caras a dividir opiniões, com críticas mais severas ao death metal praticado por eles. Primeiro porque ele veio logo após um trabalho cultuado como "Unholy Cult" (perdão pelo trocadilho, não foi proposital). Segundo que alguns fãs culparam a troca de bateristas, com a saída de Alex Hernandez e a entrada de Steve Shalaty. Eu já prefiro direcionar a culpa a um cara fora da banda, chamado Paul Orofino, produtor quase um 5º elemento do Immolation que produziu e mixou vários de seus trabalhos, mas que fez um trabalho bem abaixo da média em "Harnessing Ruin". Tudo está bem abafado, contribuindo para uma suave torcida de nariz. Tudo bem que os guitarristas Robert Vigna e Bill Taylor também não estavam lá muito inspirados neste período. O álbum até apresenta bons momentos, como na abertura com "Swarm of Terror" ou naquelas puxadas de cordas de "Challenge the Storm". Tirando essas duas músicas, o restante é bem mediano. Vi muitas pessoas criticando os solos de guitarras, mas creio que estão enganadas. Podem não ser os solos mais versáteis das galáxias, mas eles acabam salvando algumas músicas. "Dead to Me" poderia ser citada como um destaque, mas ela será citada como uma tentativa de fugir da mesmice, com aquele vocal sussurado e enfadonho de Ross Dolan, sobre um dedilhado que passa longe do death metal tradicional. O som proposto pela banda, um death com bases bem complexas, tocadas de traz pra frente e sem nenhum nexo (proposital é bom que se fale), já é motivo para não cair de cara com sorriso no rosto, mas sim com um pé atrás. E quando esse som não é realçado por uma gravação decente, e muito menos por músicos bem inspirados, a audição se torna um martírio. Me martirizei umas 6 vezes essa semana para tentar soar mais positivo, afinal o Immolation merece uma resenha bacana. Mas não consegui.
domingo, 2 de fevereiro de 2025
20 anos de Arcane Rain Fell do Draconian!!!
Para o segundo e fundamental álbum de estúdio da banda sueca Draconian, "Arcane Rain Fell", de 2005, a banda perdeu um de seus guitarristas presente no debut, Magnus Bergström, e trocou de baixista, retornando Jesper Stolpe, que havia gravado as demos da banda, de 96 a 2002 e não participara do debut em 2003. O que percebemos de "Arcane..." em relação a "Where Lovers Mourn" é que a banda deixou praticamente de lado as influências góticas e carregou no peso death/doom. Quando adquiri este opus e conheci o Draconian, costumava dizer que ele é a perfeita junção de My Dying Bride e Theatre of Tragedy, porque tinha o peso e morbidez dos trabalhos mais pesados dos ingleses, e a voz angelical feminina dos noruegueses. O início com a faixa "A Scenery of Loss" é inesquecível. Aquele som de trovões e chuva enquanto uma guitarra extremamente triste ganha volume é uma das introduções mais bonitas que já ouvi e marca completamente este álbum logo de início. O peso da guitarra de Johan Ericson é estonteante, baixo e bateria (Jerry Torstensson) ajudam no carregamento do peso e o vocal gutural de Anders Jacobsson tem a agressividade necessária para enaltecer os sentimentos furiosos que os temas de revolta em relação ao divino pedem, enquanto muitos momentos falados complementam a tragédia. Os teclados de Andreas Karlsson conseguem criar uma atmosfera perene que em nenhum momento rouba a cena. E a doce voz de Lisa Johansson quebra a imundície da escravidão subterrânea e rastejante dos lamentos, transportando o ouvinte a um estado flutuante e purgatório, derrubando todas as armas erguidas em busca de sangue. Ela é a brisa suave em meio ao caos de uma terra devastada pelos ataques de uma natureza cansada de ser molestada e ultrajada pelo homem. A voz de anjos, erguidos e caídos, quando o ser humano não sabe mais a qual divindade servir, aos céus ou aos infernos. A arte da capa, em indispensáveis tons de cinza, mostra um anjo sentado abaixo de uma árvore sem folhas, debaixo de uma tempestade, com a cabeça apoiada em uma das mãos, e um semblante de desolação de dar pena. Com exceção da primeira faixa, o restante do material não precisa apresentar destaques, pois o Draconian descobriu a poção mágica da alquimia, e transformou um álbum de death/doom metal em ouro puro. "Arcane Rain Fell" não é apenas indispensável em qualquer coleção dos amantes deste estilo. Ele veio para ficar num patamar tão elevado, que mãos impuras jamais poderão tocá-lo.
domingo, 26 de janeiro de 2025
20 anos de The Last Supper do Grave Digger!!!
Confesso que de início tive um pouco de dificuldade de gostar de "The Last Supper", décimo primeiro trabalho dos alemães do Grave Digger, lançado em 2005. Isso veio após algumas audições a "25 To Live", gravado ao vivo em São Paulo durante a turnê de "Supper" e por isso, com muitas músicas deste álbum no set. Hoje não posso negar que é um grande trabalho, não comparado a pérolas como "Tunes of War" mas ainda assim mantendo a banda relevante no cenário internacional. A intro "Passion" é bem melancólica, e emenda com a abertura igualmente triste da faixa título. É neste momento que você olha para a capa do álbum e incorpora a tristeza do filho de Deus que, desta feita representado sozinho, faz sua última ceia com a certeza de que o que lhe aguarda é a morte. Arrepios à parte, logo a música ganha um riff de peso estrondoso e com a ajuda de um refrão poderoso, se torna um dos melhores momentos do álbum. Na sequência temos uma porrada power metal chamada "Desert Rose", rápida com um belo solo de guitarra, serve para animar os ânimos e convida ao headbanging. "Grave in the No Man's Land", que abre o CD 2 do álbum ao vivo tem um riff muito metal, digno de bandas como o conterrâneo dos Diggers, o Running Wild. Ela tem um ritmo médio para rápido, sem muitos exageros, mas mantém a atenção de quem ouve o petardo em alta, enquanto Chris Boltendahl canta com charme metálico e seu tom rouco característico, nos dando vontade de pegar o encarte e cantar junto. Os riffs de Manni Schmidt continuam sendo despejados em "Hell to Pay" e "Soul Savior" é aquela música que poderia estar em qualquer um dos primeiros álbuns da banda, heavy metal de primeira, com refrão na medida. "Crucified", a música mais longa do álbum, tem um ritmo bem lento, mas o peso da guitarra e a forma como ela muda depois dos 4 minutos para originar o solo não deixam que a faixa se torne enfadonha, além da interpretação de Chris que é bem interessante, considerando sua voz rouca e pouca convidativa a belas melodias, é um contrapeso interessante aqui. O álbum continua com as faixas "Divided Cross", "The Night Before", "Black Widows", "Hundred Days" e a balada "Always And Eternally". Mais uma obra do Grave Digger a passar no teste do tempo.
20 anos de Character do Dark Tranquillity!!!
O Dark Tranquillity sempre foi uma das melhores bandas do death melódico da Suécia, em minha opinião. Com uma carreira iniciada em 1991 e hoje com 13 álbuns de estúdio, é natural que uma banda tenha seus altos e baixos, porque agradar a gregos e troianos o tempo inteiro é tarefa impossível. E mesmo que meu álbum preferido destes caras seja o "Projector", um dos trabalhos mais diferentes de sua carreira, não dá para dizer que "Character", seu sétimo opus, não seja um grande trabalho. Muito pelo contrário, ele se sobressai a Haven e Damage Done, seus predecessores. O motivo é simples. Character é mais pesado e menos melódico que eles. Ainda existe um pequeno flerte com o eletrônico, e muitas melodias de teclado, muito bem executadas por Martin Brändström, algumas vezes empregando uma nuance estelar como em "Out of Nothing", e outras soando mais sinistro e melancólico como em "The Endless Feed". Mas o teclado é indispensável em um trabalho como este, e ele consegue um grande destaque, mesmo que tenhamos riffs de guitarras por todos os lados, são os teclados que dão vida a este lançamento. Ok, outro ponto fortíssimo aqui é o vocal de Mikael Stanne. Mesmo abrindo mão das vozes limpas, ele está rosnando como um bom cão de raça, e outro vocalista não teria feito melhor nesta peça. Ele consegue soar raivoso nos momentos mais agressivos e maquiavélico nas pausas melódicas. Em "Character", mesmo que os riffs de Martin Henriksson e Niklas Sundin fiquem repetitivos algumas vezes, a banda tentou imprimir características próprias a cada faixa, motivo de destaque para os teclados, mas algumas faixas como "Am I 1?", com uma veia mais melódica, provoca sensações que podem ser desconforto ou júbilo, dependendo do ouvinte, e isso por si só já mostra que a banda procura um diferencial, ao invés de soar igual do primeiro ao último riff. A arte da capa é bem interessante, com aquela imagem de tecnologia futurística em declínio e abandono. "Character" é um dos melhores trabalhos de Dark Tranquillity? Ouça, caso não o conheça e responda. Em minha opinião, ele é sim um dos melhores. E já está a 20 anos por aí sem soar enjoativo.
domingo, 19 de janeiro de 2025
20 anos de Enemy of God do Kreator!!!
Quatro anos após meter novamente os pés no Thrash que o projetou para o mundo, com "Violent Revolution", o Kreator da Alemanha retornava com mais um petardo, agora denominado "Enemy of God". Lançado pela Steamhammer e produzido por Andy Sneap, o 11º trabalho de estúdio da banda de Mille Petrozza e Ventor, acompanhados de Giesler no baixo e Sami na 2ª guitarra, veio carregado de expectativas de sua legião, se a banda manteria a sonoridade clássica ou voltaria a incorporar elementos eletrônicos ou góticos em sua música. Para a felicidade geral da nação, "Enemy" é um petardo genuinamente thrash, mesmo que uma veia melódica um tanto excessiva o assombre durante seus 55 minutos. O som das guitarras é pesado e possui algum groove, uma gordura que te lembra que os tempos de Coma of Souls jamais voltarão, então, se você odeia o peso que bandas como Machine Head imprime ao seu som, há aquele risco eminente de se recusar a apreciar esta obra, mesmo que as músicas de Kreator sejam mais extremas e também mais rápidas. O vocal gritado de Mille ainda é excepcional, então não há o que reclamar disso. E algumas estruturas são bem mais complexas, como podemos conferir em "Dying Race Apocalipse", uma música que começa com muita melodia, mas ainda tem um peso fenomenal, e que eu acho que serviu para ditar as regras do que o Kreator viria a fazer em álbuns futuros. o trabalho é bem homogêneo, mesmo que as músicas não soem iguais, mas temos alguns destaques individuais. "Dystopia" e "Suicide Terrorist" podem ser lembradas de imediato, após uma audição atenta do play, principalmente esta segunda com sua agressividade estonteante. Mas o ponto alto mesmo fica por conta das 2 faixas de abertura. A música "Enemy of God" que foi a faixa com vídeo clipe usada para promover o trabalho, é um arrasa quarteirão que abala as paredes do quarto. Ela é extrema e raivosa, como há muito não se ouvia do Kreator, e as imagens do vídeo ajudam a criar este estigma maligno da música que critica tanto as religiões quanto os governos do mundo. Em seguida temos a sensacional "Impossible Brutality", emendada na primeira por viradas de bateria, com uma estrutura mais elaborada, privilegiando o peso e uma letra apocalíptica sobre alienação e escravidão. Imperdível. Temos a participação do guitarrista Michael Amott (Carcass e Arch Enemy) no solo da música "Murder Fantasies". A arte da capa mostra a cabeça do tradicional mascote do Kreator, numa mistura de aparelhos eletrônicos e seria uma arte melhor sem aquelas imagens à esquerda da cabeça. "Enemy of God" não supera "Violent Revolution", mas é um álbum muito acima da média, com uma nova abordagem musical dos mestres do thrash alemão, sem experimentações como nos anos anteriores, mas ainda mostrando uma banda muito relevante no cenário, e mantendo sua base de fãs empolgados e felizes com a volta definitiva ao estilo que todos amam.
domingo, 12 de janeiro de 2025
20 anos de Test of Fire do Vulture!!!
O Vulture é uma banda de death metal da cidade de Itapetininga, que fica a mais ou menos 180 km da capital São Paulo, e começou sua trajetória em 1995 com a alcunha de "Damnation", mudando para Vulture no ano seguinte, quando gravou sua primeira demo de forma independente com 7 músicas, incluindo uma versão de "Countess Bathory" do Venom. "Test of Fire" saiu pela Die Hard em 2005, conhecido selo nacional, e foi muito bem recebido pelos fãs de metal da morte. Formada por Yuri Schumamn na guitarra, e os irmãos André Xavier na bateria e Adauto Xavier se ocupando provisoriamente no baixo e guitarra e vocais, a banda nomeou seu debut de forma criativa, afinal de contas toda estreia é uma prova de fogo para qualquer banda, pois ela determina se a banda tem um futuro, ou morre após o primeiro ato. Neste caso, "Test of Fire" passou no teste, pois a banda já conta hoje com 5 full albuns nestes 20 anos. A arte da capa é simples, com um crânio chifrudo abaixo do logo da banda em destaque com formas tribais ao fundo, num misto de vermelho e amarelo. Mas se você prestar mais atenção verá uma massa de corpos ao fundo. As letras são um tanto filosóficas e seguem a tendência de questionamento da fé. As músicas são extensas, entre 6 e 7 minutos, com muitos riffs de guitarra, e é impossível não lembrar de Amon Amarth ao ouvir o Vulture. Hoje em dia, a banda sueca já tem seu extenso séquito, quase na mesma proporção que um bando de haters, devido a coreografia que seus fãs fazem nas apresentações, quando todos se tornam vikings por uma hora, mas em 2005 a banda poderia ser lembrada como referência sem nenhum risco. Os vocais de Adauto seguem a mesma linha, aquele gutural compreensível e forte, que abala estruturas, enquanto os riffs pesados e o tempo todo se alternando mostram uma banda que ensaiou e tocou muito antes de gravar seu álbum. Em alguns momentos o som fica bem melódico, como no final de "Walls of Flesh" e em outros mais raros, temos um som mais cadenciado, como em "Vicious Void", onde o som do baixo fica mais em evidência. Também temos uma letra em português, a "Empalação Brutal", pra galera que gosta de cantar junto. O Vulture começou sua jornada com força e uma pegada longe de se mostrar principiante.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
20 anos de Anno Aspera: 2003 Years After Bastard's Birth do Barathrum!!!
Fico me perguntando porque diabos um álbum com este nome foi lançado em 2005, ou seja, 2 anos depois daquilo que o título sugeria. Enfim...este "Anno Aspera: e tal" era o oitavo álbum da banda finlandesa Barathrum. Fazendo um comparativo com alguns dos últimos trabalhos, este play resgata um pouco mais da raiva e sujeira que os primórdios da banda traziam, sem músicas de astral elevado, como encontramos em "Saatana" por exemplo. O início com "Antikristus Neutrostar" já revela uma banda com a capirotagem renovada na fila do chifre. Parece uma centena de demônios gritando, dando risadas e gemidos, até que todos conseguem gritar o nome da intro em uníssono, uma coisa bem arrepiante que incomoda de cara qualquer ouvinte. As músicas seguem o padrão Barathrum. Nada excepcionalmente rápido, a maioria das músicas naquele ritmo mediano, exceto a última faixa, "Anno Aspera" que tem uma vibe quase funeral doom em sua primeira metade. Os instrumentos (baixo, guitarra e bateria) estão bem definidos pela mixagem, e mais sujos também, mostrando uma aura maléfica mais apurada. As músicas, mesmo que a banda se esforce para imputar uma característica própria em cada uma, no conjunto da obra acabam soando muito homogêneas, sem que alguma nos chame atenção de imediato. Talvez "Angelraper" com sua agressividade e retidão seja a candidata a isso, mesmo que a banda não lance mão de nenhum artefato, instrumento ou voz diferente para posicioná-la em algum pódio. A capa do opus também é bem direta e crua, com a cor preta predominante e destacando o logo vermelho em chamas. Um ponto negativo para ele, e algo não muito importante pra quem vive do lado ocidental de cá, são as letras obscenas e blasfemas, que deixaria qualquer músico do funk carioca envergonhado. Se você costuma ofender os amantes do funk (e não estou defendendo este estilo nojento) dizendo que suas letras só têm putaria, repense conhecendo algumas letras de alguns álbuns de metal extremo como "Anno Aspera".
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