Seis anos após seu último trabalho, o EP "Despise The Sun" e nove anos após um último full, o Suffocation da terra do tio Sam se reunia para tirar o atraso deste hiato e colocar um novo petardo no mercado fonográfico. A bolacha da vez é este "Souls To Deny", um álbum de 38 minutos com todas as características que o death metal dos anos 90 esbanja. A arte da capa, é claramente uma obra do mestre inglês Dan Seagrave, naquele mesmo estilo da arte de "Transcend To Rubicon" do Benediction de 1993 ou "Where Ironcrosses Grow" do Dismember, também de 2004, num cenário apocalíptico com uma perspectiva de profundidade excelente, dando uma amplitude gigante para um cenário bizarramente pequeno na palma de suas mãos, e ainda melhor com o logotipo do Suffocation por cima de tudo. Na formação, temos a ausência do guitarrista Doug Cerrito, mas Terrance Hobbs tem a seu lado Guy Marchais que, a meu ver, trouxe um pouco mais de melodia ao som do Suffocation. Como o baixista Chris Richards não chegou a um acordo para o retorno da banda, eles gravaram o petardo ainda com o posto vago, ficando o baixo, que é bem tímido no álbum, dividido entre Hobbs e o baterista Mike Smith, que retornava à banda, depois de gravar os 2 primeiros álbuns, "Effigy of the Forgotten" de 1991 e o conhecidíssimo "Breeding the Spawn" de 1993, e esse cara toca muito! Musicalmente a banda não mudou muito seu som, apenas incorporou mais técnica sutilmente, enquanto temos algumas guitarras tocando sons distintos na mesma sequência, como você pode ouvir na porrada que encerra o álbum, a poderosa "Tomes of Acrimony". Não temos muitos blast beats intermitentes, mas eles aparecem por aí, enquanto os break downs estão por toda parte, para a alegria dos bate cabeças. No início da faixa "Souls To Deny", temos o som de almas penadas gritando, enquando o vocalista Frank Mullen grunhe, e isso remete ao "Subconscious Terror" de 1990 do Benediction. "Souls To Deny", o álbum, não é aquele clássico para se lembrar imediatamente quando o assunto é o Suffocation, mas ele cumpre bem seu papel de retorno à ativa da banda, e não deixa a desejar em suas composições, todas fiéis ao death metal brutal proposto por eles. O ponto negativo para este álbum é a produção, que poderia ser bem melhor, dando mais potência a tudo, inclusive os vocais, que parecem não estar na posição correta quando ouvimos o play. No mais, pule no mosh e divirta-se.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
20 anos de Lepta (Лепта) do Arkona!!!
Considere esta resenha uma continuação da última que publicamos, já que estamos falando do segundo trabalho do Arkona, banda russa que debutava em estúdio em 2004 e em alguns meses já chegava a seu segundo play em uma média de 6 meses. Agora "Lepta", sucessor de "Vozrozhdenie", chega sem muitas alterações em relação a seu predecessor. Não que você não vá identificar algumas características determinantes entre eles. A começar pela arte da capa, agora temos algo bem mais chamativo, mostrando que a banda de Masha não foi forjada para se esconder do mundo, mas pretendia entrar rapidamente para a elite do folk metal mundial, coisa que realmente conseguiu. As músicas neste segundo trabalho continuam dependentes dos teclados, e muita coisa apresentada nele se baseia em melodias das teclas, mas se engana quem pensa que não irá encontrar muito metal em todo o álbum. Os vocais rasgados de Masha estão mais aparentes, ficando de lado aqueles rosnados quase guturais tão interessantes no debut. Você pode até achar o uso da flauta um pouco abusivo, mas estamos falando de uma banda de folk, então engula isso. Ele também é um trabalho bem mais curto (aleluia), 41 minutos é o bastante para apresentar seu som, o que não dá pra aguentar são álbuns de 80 minutos onde 30 são claramente "encheção de linguiça". Os vocais limpos da moça continuam lá, mas percebi que houve uma redução neles, talvez para compensar uma perda na obscuridão do debut, pois este trabalho é mais direto. Em alguns momentos a coisa descamba para o viking metal com gritos de guerra, como encontramos no Valdr Galga do Thyrfing, o que ficou bem legal. Enfim, o Arkona chegou querendo um lugar ao sol, e nada mais justo para quem veio de um dos países mais gelados do planeta (confesso que essa foi horrível). Um álbum que não vai te decepcionar, caso não tenha tropeçado nele nestes 20 anos.
sábado, 16 de novembro de 2024
20 anos de Vozrozhdenie (Возрождение) do Аrkonа!!!
O Apkoha (ou Arkona) é uma banda russa de folk/pagan metal, criada em 2002, e este Vozrozdenie é seu álbum de estreia, mesmo que tenham lançado outro trabalho no mesmo ano, mas esta é outra história. A Rússia é, aos nossos olhos, um mundo diferente daquele que vivemos no Ocidente, seja geograficamente ou socialmente, e uma banda daquela região que quebra estas fronteiras, certamente merece nosso respeito, independente de qual sub gênero de metal eles toquem. Digo isso porque o folk ou pagan metal que o Arkona faz, foi um estilo que ganhou grandes proporções em determinado período, com bandas como Turisas e Eluveitie, mas que tem um público bem distinto, e nunca foi abraçado por toda comunidade metal, recebendo muitas vezes alcunhas de um estilo risível, para não aprofundar muito em polêmicas. Mas este álbum, mesmo que apresente aqueles instrumentos típicos da música celta, ainda tem muitas características metal, com bons riffs de guitarra e vocais rasgados, femininos e masculinos. É difícil citar alguma música quando não se entende nada do que está escrito e impronunciável, mas podemos dizer que a vocalista Masha "Scream" (a princípio a idealizadora do projeto) tem um grande destaque no trabalho, seja com sua voz limpa ou rasgada e nos teclados que são preponderantes em toda a obra. Mas o trabalho não parece uma colcha de retalhos, como algumas obras do estilo, pelo contrário, ele tem bastante coesão, as melodias folk são bem encaixadas na estrutura das músicas e não soam forçadas. Os vocais extremos dão aquele toque black metal, enquanto a bateria também arrisca ataques acelerados. Existem informações de que este e alguns outros lançamentos do início de carreira do Arkona foram relançados tempos depois, com foco no mercado ocidental, mas a versão que ouvimos para esta resenha foi a original russa. Um começo com pé direito de uma banda que inclusive, já veio tocar no Brasil em duas ocasiões uns 12 anos atrás.
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
20 anos de Graveyard Classics 2 do Six Feet Under!!!
Sabe quando você está com seus amigos tomando todas num bar, e quando todo mundo está pra lá de Bagdá alguém elogia alguma coisa legal que você fez no passado e de repente você e todos os outros decidem fazer algo parecido novamente, mas é claro que não será da mesma forma, afinal hoje vocês estão bêbados! É a minha visão patética quando penso que Barnes e cia decidiram gravar Graveyard Classics 2. A primeira versão, lançada no ano 2000, foi algo interessante de se ouvir, pois tivemos vários hinos do rock e metal, como Black Sabbath, Deep Purple e Venom sendo executados por uma boa banda com um vocal destoante e ultra gutural. Eu amo death metal e o vocal gutural, e acho muito foda quando uma banda faz uma versão ultra violenta de algum clássico antigo, como o Cannibal Corpse fez com "No Remorse" que, convenhamos, nem é tão antiga, mas... voltemos ao bar onde nossos amigos estão reunidos, despojados, com garrafas por todos os lados e um deles diz: "a versão mais legal daquele álbum do ano 2000 foi TNT do AC DC!" Opa, concordei com aquele camarada, ele falou uma coisa legal, TNT realmente ficou demais na voz de Chris Barnes. Daí outro cara fala, "Deveria fazer um disco só com cover do AC DC." Nessa hora já fico mais atento à conversa, pois essa não parece uma ideia muito boa, afinal AC DC nem é uma das minhas bandas favoritas, mas alguém levanta uma garrafa e grita "ISSO". Outro camarada se levanta e diz olhando nos olhos de Chris, "mas tem que ser o álbum 'Back In Black', o maior sucesso dos caras", e todos gritam e brindam e já vão pegando seus instrumentos enquanto o barman já imita um sino com batidas com uma colher numa garrada de rum pra dar início a "Hells Bells" e eu olhando pra todos os lados sem entender nada, e pergunto para um amigo: "Eles estão de zoeira, não é?", mas ele diz que não, que eles eram loucos assim mesmo e que um cara da Metal Blade estava no meio deles e iria gravar aquela porra. Depois desta viagem e após 20 anos eu vejo esse trabalho como um suicídio comercial, mas tudo bem, ele não é ruim de ouvir, acredito que apreciado muito mais por um fã de death metal que por um fã de AC DC, e rola legal naquele churrasco com os amigos, até que alguém peça pra colocar o original. Mas caras, não façam isso novamente. E pra não dizer que não falei da capa, parece um xerox mal impresso em uma impressora precisando trocar o toner.
sábado, 9 de novembro de 2024
20 anos de Nymphetamine do Cradle of Filth!!!
Eu, particularmente, considero "Nymphetamine" o último grande álbum de uma fase anterior aos álbuns mais marcados pelo gótico, mesmo que este play já tenha introduzido muitas nuances próximas deste estilo mais clean, em em contraste ao black metal mais ríspido (não cru) que estes ingleses fizeram em trabalhos anteriores. Outrossim, ele é um trabalho muito superior ao "Damnation And A Day", única aposta da Sony Music, pois aqui eles migraram para a Roadrunner, aquela mesma que ganhou muita grana com Sepultura, Obituary e Deicide e um tempo depois praticamente abandonou seus filhos preciosos. Mas cara, esse álbum tem muita guitarra. Germs Warfare que entrou na banda certamente contribuiu para isso, há momentos, como no final da música "Nemesis" que parece que você está ouvindo um álbum de Thrash Metal ou o início de "Filthy Little Secret, e outros como em "Absinthe With Faust" que parecem ter saído de um álbum de death metal, além de solos por todos os cantos. A participação especial de Liv Kristine do Leave's Eyes e claro, o eterno Theatre of Tragedy, trouxe um personalidade marcante para este álbum, primeiro porque ela canta com sua voz angelical a la Aegis na faixa título do álbum, que é repetida numa versão poderosa no final, e não apenas faz seu papel, mas deixa implícita sua marca, como se a música tivesse sido escrita para ela. Outras músicas são especiais neste trabalho, como a mezzo time "English Fire", que tem o melhor trabalho de teclados do álbum. Não posso deixar passar aquela que hoje em dia (20 anos depois) se tornou minha faixa preferida de Nymphetamine. A sensacional "Gilded Cunt". Ok, você que manja de inglês deve estar falando, "fica criticando o funk nacional por causa das letras e manda essa". Ok, as letras inúteis do funk brasileiro são apenas um percentual de todo o lixo que ele representa, então pegue a letra inteira de "Gilded Cunt" para tirar a impressão de pura pornografia e luxúria. Mas o melhor dessa canção não é a sugestão erótica, e sim o lado extremo que ela evoca, a fúria do instrumental e a raiva com que Dani grita as estrofes, como se estivéssemos de volta ao cenário caótico e saudoso de "The Beauty And The Beast", meu álbum preferido do Cradle of Filth, aquele que me fez me apaixonar pela banda, após uma audição anterior que me fez torcer o nariz. Enfim, "Nymphetamine" tem uma produção excelente que deixa todos os instrumentos equilibrados, tem os teclados na medida certa, necessários sem soarem pretenciosos, uma bateria acelerada e um vocalista ainda raivoso, com participações singelas de vocais paradisíacos. A capa não é a mais bela da banda mas corrige o erro do álbum anterior. Um grande álbum.
sábado, 2 de novembro de 2024
20 anos de Illusion's Play do Shape of Despair!!!
O Shape of Despair é uma banda finlandesa de funeral doom com nuances atmosféricas, que chegava em 2004 com "Illusion's Play", seu terceiro full álbum, lançado pela Spikefarm Records. Conservando a mesma formação do álbum anterior, "Angels of Distress", de 2001, e com poucas alterações desde o debut, incluindo aí o vocalista Pasi Koskinen, aquele mesmo do Amorphis, a banda se consolidava em um nicho de metal totalmente underground, o funeral doom, apreciado apenas por aqueles que reviram ossos das catacumbas mais obscuras, em busca de um som com total ausência de espírito e muita desolação. O play abre com uma música instrumental de mais de 6 minutos, e por aí se tem noção de que a banda não se preocupa com parâmetros e segmentos. Doa a quem doer, aprecie se puder. Já a segunda faixa, "Still-Motion", passa dos 16 minutos e traz um som de guitarra ultra pesado, rastejante, com uma bateria hipnótica e envolvente, onde o vocal gutural penetra em sua mente, levando palavras de sofrimento, busca interior para reconstruir um passado, mesmo que distante de sua própria fé. Os teclados de Jarno Salomaa, que também toca guitarra junto a Tomi Ullgrén (Impaled Nazarene), entram e fazem um papel preponderante nesta música, transformando aquele death doom carregado em um som atmosférico e viajante, que dura mais de 6 minutos. Já "Entwined In Misery", mesmo possuindo teclados pingando de todos os poros, não tem uma seção rítmica extremamente longa que possa te fazer trocar de faixa, mas momentos que funcionam como uma válvula de escape para o peso. Aos poucos você vai percebendo vocais limpos (masculinos e femininos, estes a cargo da Natalie Koskinen), um diferencial que pesa quando você se concentra no som, uma vez que no caso de você ouvir este álbum estudando para a prova de matemática de amanhã, certamente não irá se dar conta de suas existências clean. O Shape sabe subir e descer a ladeira, passando por curvas apertadas, porque corre numa velocidade de caramujo, e fazem isso muito bem, alternando momentos drásticos a outros bem sensíveis. Sabe quando você puxa 40 kg na academia e volta devagar para o ponto de partida? É mais ou menos isso que eles fazem nestas músicas, principalmente em "Fragile Emptiness". Um álbum indicado para os amantes da música fúnebre, e que sobreviveu ao teste do tempo porque o doom é assim, se arrasta pela eternidade e não se prende a nada que se possa chamar de moda.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
20 anos de The System Has Failed do Megadeth!!!
Criatura, eu simplesmente amo este disco. É tão bom quando chega a hora de resenhar um álbum que a gente gosta pra caraca, de uma banda que a gente gosta mais ainda. Eu já estava feliz por "The World Needs A Hero" ter trazido de volta o Megadeth depois daquela coisa morna chamada "Risk", então, quando esse petardo foi anunciado em 2004, já fiquei naquela expectativa, nem ao menos apagada quando soube que a formação não teria David Ellefson, mas sim o mestre Mustaine com músicos contratados, sendo o mais aguardado Chris Poland, guitarrista original da banda, com o desconhecido Jimmy Sloas no baixo e um improvável Vinnie Colaiuta (Frank Zappa, Sting e Jeff Beck) na bateria. Nada disso impede de fazer de "The System Has Failed" o melhor álbum do Megadeth na era pós Risk, mesmo que eu também venere "End Game", "Th1rt3en" e "Dystopia". A começar pela capa que traz nosso amigo Vick em primeiro plano com uma fila de políticos famosos fazendo o que sabem de melhor, ou seja, conspirando e se vendendo. Mas vamos aos sons. O primeiro é "Blackmail The Universe", com algumas palhetadas que remetem àquela aura de "Dawn Patrol" do Rust In Peace. Uma música tipicamente Megadeth, thrash em sua essência da forma que eles se apresentaram ao mundo, mesmo que sem aquela agressividade inicial, porém com mudanças de andamento, aliás, algo constante neste álbum, cada música traz uma surpresa nos andamentos, alguns esperados e outros simplesmente inimagináveis. O vocal de Dave está ótimo, obrigado e até entendo quem não goste, mas eu acho sensacional. "Die Dead Enough" é o tipo de música que poderia estar em "Countdown To Extinction", com aquele ritmo mediano e refrão grudento. Já a terceira faixa é minha preferida, "Kick The Chair" (alô Datena) que também poderia levar o nome do álbum, é tão perfeita, com um início bem Rust In Peace, bateria empolgante e riffs quase cavalgantes, um refrão fortíssimo após um breakdown. "The Scorpion" é uma excelente surpresa, começa com uma melodia de guitarra enquanto sons de crianças brincando ao fundo, quando entra um riff médio e Dave cantando daquela forma mais aguda que remete imediatamente ao álbum "Youthanasia", com um peso adicional na guitarra. Em "Tears In a Vial" o baixo estalando chama atenção e uma aura "Cryptic Writings" vem à mente, e você começa a perceber que Mustaine tentou emular várias nuances de sua trajetória neste álbum, e melhor que isso, ele conseguiu. O álbum traz muitos solos de guitarra (chupa essa St Anger), alguns excelentes e outros nem tanto, mas o que importa é que eles não foram esquecidos. "I Know Jack" é um interlúdio de 40 segundos que serve de abertura para "Back In The Day", uma ode ao estilo de vida heavy metal, acelerada e que tem a mudança de andamento menos esperada do álbum, como se fossem duas músicas distintas emendadas, mas que eu acho sensacional, e é também uma de minhas preferidas. "Something That I'm Not" é uma música com energia, e sua letra me faz pensar que ele possa ter escrito pensando em algum ex amigo de outra banda famosa mas, não posso afirmar isso. "Truth Be Told" inicia como uma balada, mas quando carrega o refrão, você percebe que é um dos melhores do álbum, e novamente vem algo de Countdown... e com um dos melhores solos do álbum, mesmo que a segunda parte tenha um riff xerox de Hangar 18, e ainda tem um final apoteótico e raivoso. "Of Mice And Men" é uma música até legal que comete um pecado de repetir o refrão excessivamente, nada que não possa ser perdoado. "Shadow of Deth" nem chega a ser uma música completa, para Dave acho que o vale mais nela é a narrativa, mas eu fico com aquela melodia solada de guitarra. O trabalho fecha com "My Kingdom" que não decepciona, tem até aquele som de guitarra aberto de "When" do álbum anterior, mas mostra que as 3 últimas músicas estão 1 degrau abaixo do restante do álbum. Tudo bem, 9 músicas perfeitas em um álbum de 12 é algo pra se tirar o chapéu.
domingo, 27 de outubro de 2024
20 anos de Temple of Shadows do Angra!!!
Se o álbum anterior, "Rebirth", foi na maioria das vezes comandado pelas guitarras, o mesmo não pode se dizer de "Temple of Shadows", quinto álbum do Angra, lançado em 2004. Mesmo que Kiko e Rafael tenham feito um ótimo trabalho, sinto falta dos riffs. Há muita melodia espalhada pelas músicas, que possuem muita identidade cada uma, algo bem difícil de se conseguir em um trabalho com mais 60 minutos de duração, mas que os brasileiros conseguiram com maestria. Por ser uma obra conceitual contando a história de um cavaleiro templário que passa a questionar sua fé e sofre múltiplos perrengues em sua trajetória, acaba influenciando para que tenhamos poucas músicas explosivas, e muitos momentos melódicos, mesmo que eu considere balada mesmo apenas a música "Wishing Well", dentre as demais acusadas de terem seus momentos. "Morning Star" por exemplo, mesmo com toda melodia, ainda tem um trabalho de guitarra bem pesado em algumas partes. Interessante ouvir a voz do Blind Guardian em "Winds of Destination", já que alguns críticos têm o descaramento de dizer que o Angra é uma versão dos alemães, coisa bem bizarra de se dizer. Minha preferência vai para as mais rápidas, como a ótima "The Temple of Hate", um power metal direto ou "Spread Your Fire", que salta aos falantes após a intro "Deus Le Volt" e tem um coral quase à capela para diferenciar seu final. Influência da música popular brasileira? Sim, temos em "Sprouts of Time" e "Late Redemption" com uma participação mais que especial de Milton Nascimento, que fez com que Edu Falaschi se desdobrasse ainda mais para entregar um vocal soberbo. A música "The Shadow Hunter" também deve ser mencionada, com uma estrutura progressiva de bom gosto. A arte da capa mais uma vez merece uma nota alta, que retrata São Jorge numa figura vítrea de igreja, sobre seu cavalo e atacando um dragão, com várias simbologias espalhadas sobre. Se o Sepultura é o lado negro da força do metal nacional, o Angra é o lado da luz.
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
20 anos de Sardonic Wrath do Dark Throne!!!
Enquanto a banda conterrânea e contemporânea Mayhem lançava seu 3º álbum completo, os noruegueses do Dark Throne, conhecidos como Nocturno Culto e Fenriz, já soltavam no mercado seu 11º petardo em 2004, intitulado "Sardonic Wrath". Com uma carreira consolidada dentro do black metal, a banda sempre primou pela simplicidade em sua música, mas este trabalho divide a opinião geral, e geralmente não é citado como o preferido na extensa discografia. O correto é que ele entrega justamente o que o Dark Throne sabe fazer de melhor. Um som cru, sujo, frio, alternando entre o acelerado e o médio, com vocais rasgados. Nenhuma melodia bonitinha, nada para desviar a atenção como o outdoor de uma mulher bonita na beira da estrada, aqui o som segue em linha reta. A intro "Order of the Ominous" é totalmente dispensável, barulhos irritantes que desanimam qualquer ouvinte. Mas "Information Wants To Be Syndicated" traz bons riffs e uma energia segura, baixando a pegada para algo mais arrastado no final, enquanto "Sjakk Matt Jesu Krist" é bem forte e dinâmica. Particularmente prefiro as músicas que variam o ritmo ou têm uma levada mais mórbida, que é justamente o que entrega "Straightening Sharks in Heaven", um estilo que conserva o som dos anos 90, antes que ele decidisse que seria melhor ser mais brutal ou mais melódico, em outras bandas, é claro. Talvez a birra de alguns com este play seja o sentimento de que poderia ser mais agressivo, expirando mais ódio, algo que você encontra na faixa "Hate Is The Law", mas não é o suficiente para te condenar ao inferno. O álbum, que foi dedicado ao mestre Quorthon, tem uma arte de capa bem legal, com todos aqueles anjos apontando espadas para pessoas num cenário totalmente obscuro. "Rawness Obsolete" finda o opus de forma arrastada e com uma aura extremamente maligna, lembrando aquelas faixas que o Marduk da Suécia gravou em "La Grande Danse Macabre" de 2001. Eu diria que vale a pena conferir este play caso você não seja aquele fã ferrenho do Dark Throne e curte black metal ríspido.
domingo, 20 de outubro de 2024
20 anos de Ashes of the Wake do Lamb of God!!!
Os americanos do Lamb of God ganharam popularidade rapidamente no início do milênio e muitos os creditavam como a banda substituta do Pantera na questão groove metal. Vivendo em uma era onde a música é consumida de forma descartável, acho que eles chegaram no topo daquilo que se espera de uma banda de metal nos nossos dias e minha bola de cristal diz que não teremos mais nenhum Metallica ou Iron Maiden enquanto vivermos no mundo da globalização tecnológica. Portanto em seu terceiro álbum o Lamb of God atingia uma quantidade de fãs que perdura por 20 anos, com algum crescimento exponencial pouco significativo ao longo do tempo. É um pouco difícil analisar "Ashes of the Wake" sem deixar de lado uma formação puramente thrash anos 90 e com pés fincados nos 80, onde os riffs, mesmo que sem o mesmo poder do pouco falado "new wave of the amercican heavy metal", ainda assim era mais cativante e menos repetitivo, criando uma identidade muito mais reconhecível em bandas como Kreator, Slayer ou Megadeth, enquanto estes não pensavam em incorporar nada em seu som, e ainda eram portadores da clave do sol, que ditava o que era o correto a ser feito na matéria da relevância. Portanto minhas preferências em "Ashes of the Wake" caminham na direção em que a banda pôde se esgueirar em direção aos anos 90. Nesta toada podemos mencionar o início de "Laid To Rest", onde os riffs mais limpos logo surpreendem, sendo aquele momento inesperado para quem não está tão acostumado ao som do cordeiro. Aliás algo interessante em se dizer, e que talvez você não saiba porque passou os últimos 24 anos em alguma missão espacial da NASA, é que muitos confundiram a banda com white metal naquela época, por ela se chamar "Cordeiro de Deus" traduzindo para o português e seu primeiro álbum "Novo Evangelho Americano", mas se eles soubessem que o nome anterior da banda era "Burn The Priest" ou "Queime o Padre", então... não precisamos dizer mais nada. "Hourglass" é uma faixa ainda melhor que a abertura, com aqueles breakdowns legais, mesmo que isso seja quase uma regra durante todo o álbum. "Now You' Ve Got Something To Die For", uma música muitas vezes citada como a mais fraca do play, tem um riff a cara daquele Slayer que tentou se envolver com Nu Metal, mas não é uma música ruim. Minha preferida é "The Faded Line", com aqueles gritos rasgados no refrão e um ritmo médio com guitarras cavalgadas e... breakdowns again! Vale citar "Omertá" e a instrumental faixa título com uma profusão de solos de guitarra, com participação de Chris Poland, ex Megadeth e Alex Skolnick do Testament, monstros do Thrash!
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
20 anos de The Seal of Belial do Lord Belial!!!
A banda sueca de black metal Lord Belial chegava a seu 5º full em 2004, chamado "The Seal of Belial". Confesso que este álbum me pegou de surpresa, pois o trabalho anterior, "Angelgrinder", possui uma brutalidade impecável, enquanto este opus, que não podemos dizer que não é brutal, vem rastejando do submundo, com músicas de ritmo médio a arrastadas. Com 50% de alteração na formação, a troca de um guitarrista e o baterista parecem ter um papel fundamental nesta mudança, pois estamos diante de um trabalho totalmente dark metal, termo que muitos não gostam, mas que serve para relacionar aqueles que praticam um black metal mórbido, enveredado ao death doom, e neste caso ouso dizer, próximo ao slow death. Como muitas vezes os sub gêneros são apenas para direcionar o ouvinte, tire suas conclusões, pois a bem da verdade estamos falando de um trabalho de metal extremo, com a maldade fluindo nas veias. Quem me conhece sabe o quanto aprecio a música arrastada, mas este álbum definitivamente não era o que eu esperava do Lord Belial. Após a semi intro "Prolusio: Acies Sigillum", a faixa "Sons of Belial" chega com peso, guitarras cheias de groove e um vocal rasgado forte, com algumas melodias acústicas interessantes. Você, que está ouvindo o álbum pela primeira vez (não é o meu caso, tenho este trabalho a alguns anos) fica intrigado porque os caras emendaram uma intro arrastada e logo outra música arrastada na sequência. Mas tudo bem, lá vem a "Chariot of Fire" pra corrigir isso, pois ela é... ainda mais arrastada? É quando você descobre que o álbum em mãos não tem nada a ver com o trabalho anterior, e precisa respirar e mudar a mentalidade para continuar a audição. Mas tudo bem, o som é legal e quando entra "Abysmal Hate" com aqueles blast beats a gente relaxa mais, só que a primeira impressão se agarra em nossa mente e insiste em permanecer, então eu sempre penso em "The Seal of Belial" como um álbum totalmente "slow". Mas ouça direito que você ainda encontrará uns 25% de movimentos mais acelerados. A produção de Thomas Backelin e And La Rocque (aquele mesmo) é muito boa, os instrumentos estão nítidos e soam bem. A capa é legal mas os tons muito escuros não deixam ver muitos detalhes, infelizmente. A vocalista Marielle Andersson mais uma vez dá o ar de sua graça com sua voz doce em "Legio Inferi", "Mark of the Beast" (ótima música) e na regravação de "Scythe of Death", sendo sua terceira participação em um álbum do Lord Belial. Formação: Thomas Backelin na guitarra e vocais e Anders Backelin no baixo, e os novatos Hjelmar Nielsen na guitarra e Daniel Moilanen na bateria. Indicado para fãs de Agathodaimon, Graveworm e Siebenburgen.
sábado, 12 de outubro de 2024
20 anos de Leaders Not Followers part II do Napalm Death!!!
A primeira parte de "Leaders Not Followers" veio em forma de EP em 1999, e é provável que tenha sido tão aclamada que o Napalm Death gravou a parte 2 em formato de full álbum em 2004. Álbuns cover nunca são jogo ganho, e alguém sempre irá reclamar que a banda tenha assassinado alguns de seus clássicos preferidos, mas temos dois pontos a dizer sobre isso. O primeiro é que a trupe que ousa gravar as músicas de outros precisa ser uma banda competente e com seu público fiel, algo que estes ingleses se encaixam perfeitamente. Segundo, que eles foram espertos o suficiente para colocar poucos clássicos aqui, e muitas músicas são um tanto obscuras no cenário, e foram transformadas de forma que ouvintes incautos talvez nem saibam que estão ouvindo um trabalho de versões. Dito isso, vamos aos destaques desta bolacha, que são nada menos que 19 faixas em aproximados 43 minutos de caos, pancadaria e muito bom gosto. A primeira surpresa vem na primeira faixa, "Lowlife", da banda Cryptic Slaughter, onde os vocais urrados de Barney Greenway são acompanhados pela voz esganiçada do baixista Shane Embury de uma forma sensacional, depois de um início apenas na bateria de Danny Herrera e as guitarras de Mitch Harris galopando num breakdown de tirar sorriso em qualquer rosto carrancudo. "Face Down in the Dirt" já merece citação por me fazer lembrar de alguma coisa de nosso Ratos de Porão, música composta pelo The Offenders. Importante falar que quase tudo neste álbum tem uma origem hardcore e punk, que casou perfeitamente com o grind death metal do Napalm. "Messiah" do Hellhammer é outro momento especial da bolacha, mesmo que o som seja menos visceral que a maioria das músicas, ficou muito bom. Uma trinca de respeito começa na 9ª faixa, a música "Master" da banda e álbum de mesmo nome que é uma das maiores obras do death metal americano e ficou a cara do Napalm, seguida de "Fire Death Fate" do Insanity, banda americana de death metal, música que está em seu álbum "Death After Death" de 1993, e a clássica "Riot of Violence" do Kreator, a música mais diferente deste álbum de versões, porque mesmo que seja de uma fase mais agressiva dos alemães, presente em seu segundo álbum, "Pleasure To Kill", ela tem muitas variações rítmicas, contrastando com as demais canções mais retonas que casam com o som do Napalm, mas que não precisa repetir que adorei. E para não estender demais nossa resenha, finalizamos citando (e não poderia ser diferente) uma versão poderosa para "Troops of Doom", presente em "Morbid Visions" do Sepultura, forjada em nossa terra mineira, com aquele riff carregado de maldade que só a MGArea conseguia fazer e influenciou outras localidades do mundo inteiro, proferida pela lenda Napalm Death com precisão e com Barney ainda mandando em português aquele famoso 1 2 3 4 no início. "Leaders Not Followers part II", estreia da banda inglesa na Century Media, não é apenas um caça níquel para compor coleção. Ele é imprescindível para quem curte metal extremo com influências de hardcore. Fico aqui com este riff inicial e maravilhoso de "Bedtime Story", do Dayglo Abortions!
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
20 anos de Epic do Borknagar!!!
O sexto trabalho de estúdio dos noruegueses do Borknagar, nomeado "Epic", é a exata continuação do trabalho anterior, "Empiricism" que foi a estreia de Vintersorg como vocalista da banda do guitarrista Oysten G. Brun. Mas claro que 3 anos entre os trabalhos traria alguma mudança, que percebemos e relataremos a seguir, mas raramente encontrei um trabalho de uma banda que soasse como uma progressão tão natural e próxima, como se fossem irmãos gêmeos, a não ser é claro, quando foram álbuns lançados para serem um duplo, mas não sendo, como Lemuria e Sirius B do Therion ou Load e Reload do Metallica. Mas então o que difere Epic de Empiricism? Primeiro que "Epic" é um "Empiricism" melhorado. A mesma força progressiva aparece nos dois trabalhos, mas neste álbum ela está menos forçada e aparece de forma muito mais natural, sem parecer que a banda está te empurrando isso goela abaixo. Os músicos captaram a essência folk viking e casaram com o black metal, criando uma trinca entrelaçada onde os três poderes se equivalem e nenhum sobrepõe ao outro. Segundo que o trabalho vocal, seja o rasgado ou o limpo, estão muito superiores ao anterior, com músicos muito mais à vontade para rosnar ou cantar sobre um instrumental com muitas variantes, que permitem esta dualização de forma pura e desafiante. E algumas coisas que para alguns idiotas parece bobagem de jardim de infância, como aquele ôôô ôô no final da música (sensacional música) "Origin" quando apresentados por músicos que sabem o que querem e melhor ainda, sabem fazer isso de forma natural, deixa tudo muito mais rico e interessante e são estes pequenos detalhes que diferenciam os reis dos escravos. E todo equilíbrio durante as canções é de se louvar, seja nos momentos acústicos de "Sealed Chambers of Electricity" ou na agressividade de "Future Reminiscence" ou a combinação destes dois momentos na ótima "Traveller" e o interlúdio instrumental muito bem vindo de "The Weight of Wind". Além de Oysten e Vintersorg temos Lars Nedland nos teclados e backing vocals e Asgeir Mickelson no baixo e bateria, já que Tyr, o baixista anterior pulou fora. "Epic" é um trabalho para se ouvir inteiro, do alpha ao ômega, prestando atenção nos detalhes, e se o Metal e Loucuras fosse uma página escolinha, daquelas que dá notas para os álbuns, como se existisse uma regra pra fazer metal, "Epic" só não ganharia um 10 porque tem um tal de Hammond que eu costumo achar que não combina muito com metal extremo. Mas aqui não é uma página escolinha. 20 anos de um álbum épico!
domingo, 29 de setembro de 2024
20 anos de Trova di Danú do Tuatha de Danann!!!
Eu sou um amante do doom metal! Portanto o som alegre não é algo que eu leve muito em consideração, pois a melancolia faz muito mais efeito em minha alma que músicas pra cima possam chegar próximas de fazer. Então deixarei de lado aquilo que mexe com meu íntimo para focar na música, pois estamos falando de uma grande banda brasileira, maior representante do folk metal e além disso, está em nossa região, a MGArea! "Trova de Danú" foi o terceiro full da banda de Varginha, Minas Gerais, a terra que ficou famosa nos anos 90 por supostas aparições de E.T.s e Chupa Cabras. Antes disso a banda consolidou seu nome no cenário com as conhecidas obras "Tingaralatingadun" de 2001 e "The Delirium Has Just Begun..." de 2002. Com um som alegre e festivo, como o estilo folk geralmente pede, o terceiro álbum dos mineiros abre com a acelerada "Bella Natura", uma música exageradamente folk, onde os elementos metal estão em segundo plano, ou quase não existem na realidade. Se a banda tinha a intenção de apresentar o folk de cara com exclusividade, independente da reação dos fãs mais fervorosos do metal, tudo bem. Para quem prefere o som de guitarras mais pesadas eu acho um risco da pessoa parar de ouvir o trabalho logo na primeira faixa. Mas graças aos deuses celtas em seguida temos a melhor música da obra, a sensacional "Lover of the Queen". Essa música saiu em uma coletânea na época, se não me engano no CD promocional do festival paulista B.M.U. que ganhei de uma amiga de Barueri, e é desde então minha música favorita da banda. Ela passa uma seriedade muito superior à primeira faixa, além de ter vozes em coro no refrão que grudam na memória de forma "carrapática", ora sobre o instrumental, ora de forma acústica!!! Os vocais de Bruno Maia também são os melhores do trabalho, além de melodias de guitarra bem interessantes e uma flauta bem aplicada no início. Em "Dannan's Voice", um prelúdio de 46 segundos, temos uma voz feminina que lembrou de imediato o Cruachan da Irlanda. "The Land's Revenge", a música que eu escolheria para abrir o álbum, começa com guitarras pesadas, e logo entram vocais carismáticos e flautas que transmitem uma calma reconfortante, e depois acelera por um período, cai numa melodia bonita e em seguida entra uma guitarra pesada quase doom. Essa música mostra a riqueza na construção das músicas pelo Tuatha, e a preocupação em fazer um som interessante a todo momento. Para os que sentem falta de um vocal mais grave, vá para a faixa 7, "Believe, It's True", que ainda tem a melhor interação entre flauta e guitarra do álbum, ou a ótima "The Arrival" que em suas últimas estrofes temos realmente vocais guturais, e que particularmente, achei que casou muito bem (com a música e meu gosto hehe)! O álbum fecha de forma magistral com "The Wheel", com mais de 7 minutos e alguns convidados, a música é uma verdadeira viagem por todas as nuances que o Tuatha emprega em sua música, da calmaria à brutalidade. Recomendo!
domingo, 22 de setembro de 2024
20 anos de Tales From The Black Book do Vulcano!!!
Primeiro álbum de aniversário de 20 anos do Vulcano que resenhamos nesta página, afinal a banda paulista estava a 14 anos sem um lançamento, desde "Retrace" de 1990, e só começamos a resenhar álbuns com 20 anos lançados a partir de 1997. Explicação mais do que clara sobre esta falta em nossa página de uma das bandas mais icônicas do metal nacional, vamos a "Tales From The Black Book", este que é pra mim, um dos melhores trabalhos do Vulcano. A capa, em tons marrons e preto é perfeita para o estilo obscuro do trabalho, e ficou excelente. O que ouvimos durante a execução do petardo é uma exposição indecente de riffs de muito bom gosto, músicas que variam entre a pancadaria e a morbidez e um vocal que despeja uma urgência demente que poucos conseguem exercer. Aqui temos duas faixas em português, lançadas originalmente no álbum "Live!" de 1985, ganhando suas versões definitivas quase 30 anos depois e, apesar das letras adolescentes, podem ser considerados alguns dos melhores momentos deste trabalho, pois resgatam aquela aura inocente do metal extremo dos primórdios de nossa terra, bem próximo do speed metal. No mais, temos faixas entre o detah e thrash metal, sem muita variação entre as faixas, com solos de guitarra que os aproxima mais daquele thrash alemão. O som é propositalmente sujo, se você gosta somente daquela limpeza que produtores como Andy Sneap imprimiu em alguns trabalhos nos anos 2000, esqueça. Aqui temos um som primitivo, mesmo que os riffs sejam potentes o suficiente para estarem num álbum melhor produzido. Os vocais acompanham a sujeira e eles destoariam do instrumental se assim não fosse. "Gates of Iron" foi uma música sabiamente escolhida para abrir o petardo, pois ela emprega violência sonora após a narração de início e depois cai numa base perfeita para o mosh e o headbanging. O líder Zhema voltava a atacar no baixo como nos primórdios do Vulcano e para as guitarras vieram André Cigano e Cláudio Passamani, na bateria o velho de guerra Arthur Von Barbarian e nos vocais o grande Angel. Um álbum do metal nacional para ser frequentemente apreciado!
sábado, 14 de setembro de 2024
20 anos de Batalha Ritual do Miasthenia!!!
A segunda safra do metal nacional tem em seu cast bandas maravilhosas, de qualidade suprema, e um dos maiores representantes deste período é o Miasthenia de Brasília, que após 4 anos do lançamento de seu debut "XVI" nos oferecia esta obra sensacional chamada "Batalha Ritual". Com uma dose maior de melodias, principalmente nos teclados, a banda traz um pagan black metal muito bem feito e produzido. Conservando a mesma formação do primeiro álbum, com Mictlantecutli na bateria, Mist no baixo, Thormianak na guitarras e Hécate nos teclados e vocais, Batalha Ritual mostra crescimento na musicalidade da banda, atingindo uma coesão e muito bom gosto. De cara em "Necromânticos Ritos de Guerra" ouvimos a melodia na cara, com teclados em primeiro plano, vocais rasgados e alternâncias de velocidade muito bem vindas. A segunda faixa é uma de minhas preferidas, "Soturna Selvageria" e encontro muitas nuances de bandas que eu costumo ouvir e gostar muito, como aquele dedilhado no início que lembra Anathema na fase do "The Silent Enigma", depois lá pelos 3 minutos e meio tem outra melodia que lembra demais alguma coisa de "Dance of December Souls" do Katatonia, além de que nos momentos mais acelerados, uma aura Cradle of Filth logo me vem à mente. Claro que nada destes elementos se configuram como falta de identidade, certamente são características ocultas de quem também é fã de um bom metal ríspido e melódico extremo. O petardo, mais uma vez lançado pela Somber Music, tem um encarte caprichado em papel brilhante, com muitas imagens e fotos da banda, com a arte bem melhor produzida que no debut. O play segue com "Dimensão Totêmica Ancestral" bem acelerada, "De Natureza Infernal" mais cadenciada e com mais peso na guitarra, esta é outra faixa que gosto muito e que termina com um belo solo de guitarra, a instrumental "Sacrifício Final" que remete aos noruegueses do Dimmu Borgir, "Nos Domínios de Cã", "Zôster", "Mítica Escuridão do Eldorado" que também é instrumental e de muitíssimo bom gosto, e fechando "Essência Canibalística" com um dos melhores trabalhos de teclados do álbum. Excelente!!!
20 anos de Reason do Officium Triste!!!
Já fazia um tempo que eu ouvia falar muito bem da banda holandesa Officium Triste sem, na verdade, ter ouvido sua música até pouco tempo atrás, quando o selo carioca ColdArt Industry lançou no Brasil os 5 primeiros trabalhos da banda. "Reason" é o terceiro opus, lançado em 2004, e certamente um dos melhores, e aqui saiu com o logo da banda e nome do play em letras douradas que deixaram a simples, bela e angustiante capa com um destaque reluzente e fascinante. São apenas 5 músicas, mas o trabalho total chega a 42 minutos, pois o som do Officium é um atmospheric death doom extremamente bonito, lento, com linhas de guitarra que se arrastam como uma serpente sobre o lençol, doce e pesada quando necessário. O som deste álbum tem melodias tristes e muito bem criadas, sejam nas guitarras ou nos teclados, e os vocais são guturais quase a todo momento, mas vozes limpas e faladas aparecem em algumas faixas, como na bela "The Silent Witness", cujos teclados lembram o som de violinos. O som não fica repetitivo, mesmo nas músicas mais longas, pois temos muitas mudanças que evitam qualquer tentativa de tédio que você queira ter. A produção também é um ponto bem positivo, onde todos os instrumentos aparecem de forma equilibrada. As demais faixas são "In Pouring Rain", que abre "Reason" de forma esplêndida, sendo a mais curta com quase 6 minutos, ela condensa em um som melódico e por vezes até mais rápido, toda aura pulsante e sentimental de bandas que nos jogaram neste poço de tristeza e solidão no início dos anos 90, como Anathema e My Dying Bride, e que de forma alguma ficamos ofendidos por esta perversidade. "This Inner Twist" com seu início pesado, "The Sun Doesn't Shine Anymore" que passa dos 10 minutos e meio, com uma letra carregada de tristeza, paixão e desilusão, e fechando, com seu belo início nos teclados, "A Flower In Decay", e uma letra tão pesada, onde a gente se coloca no lugar de alguém que observa outra pessoa que ama mas que se entregou e por algum motivo perdeu o desejo de lutar pela vida, algo que esmaga nossas almas, principalmente porque sempre existe ou existiu alguém em nossas vidas que passou por isso, sejam amigos ou amores que se entregaram à depressão, ou à dor física e incontrolável. A música bela pode ser tão cruel conosco, e o Officium Triste consegue fazer isso de forma admirável, rasgando nossos corações com melodias e palavras de desesperança, dor e tristeza.
20 anos de Brain Cleaner do Mortification!!!
Em seu 11º álbum de estúdio, "Brain Cleaner", os australianos do Mortification davam sequência ao bom "Relentless" lançado 2 anos antes, e seguindo o mesmo resultado, apesar de achar este trabalho menos thrash que o anterior. Na formação, temos pela primeira e única vez o baterista Mike Forsberg, hoje no Martyrs Shrine, e a banda voltava a ser um trio com apenas Michael Jelinic na guitarra, além do mentor Steve Rowe no baixo e voz. Mais um trabalho lançado por sua própria gravadora, com capa desenhada por Troy Dunmire, bem feita, mas eu não gostei da cara da criança que segura o livro, colocaria um velho ou alguém com o rosto parcialmente oculto por um capuz. As três primeiras faixas são muito boas, um deathtrash não tão rápido mas com energia, onde o baixo de Rowe está bem mais na cara que no álbum anterior. Seu vocal também está mais gutural, pra que não esqueçamos a veia death de seus primórdios. Talvez o fato de sacar uma guitarra da banda tenha evidenciado mais o som das 4 cordas. A trinca é composta por "Boaconstrictor", "Too Much Pain" e a melhor de todas "Purest Intent", bem pesada. Uma faixa instrumental chamada "Free As a Bird" e que é até legalzinha antecipa a faixa título que, por incrível que pareça, é a mais fraca do trabalho, com um refrão repetitivo e riffs mais thrash, porém bem simples. "I'm Not Your Commodity" corrige isso retornando com a pegada death, só que mais arrastada agora, além de não se diferenciar demais da primeira seção do álbum, chegando a causar uma dúvida sobre o restante da obra. "The Flu Virus" afasta a dúvida e vem com duas partes rítmicas bem legais, com uma guitarra solada e mais clássica. Aliás, o álbum não tem tantos solos que chamam atenção, mas quando Jelinic acerta a mão dá um up interessante na música. "Living Like a Zombie" traz riffs bem legais e intercala momentos rápidos e lentos, além de conter um ótimo solo melódico, e é a música mais longa e trabalhada do álbum, passando de 7 minutos que vale a pena conferir. "12 Men" é um versão para a música "Fishers of Man" da banda que Rowe fazia parte nos anos 80 e chegou a lançar 2 trabalhos oficiais, a "Light Force", e essa música está na primeira demo de 1986. "Louder Than The Devil" e "E.D." (Evil Death) fecham o trabalho. Diga o que quiser, o som do Mortification é bem legal.
sábado, 7 de setembro de 2024
20 anos de Chimera do Mayhem!!!
O Mayhem nunca foi uma banda prolífica. Em 2004 sairia apenas o 3º álbum de estúdio deles, 10 anos depois de lançar seu clássico debut. O álbum anterior, devidamente resenhado aqui no Metal e Loucuras anos atrás, foi um baque na moleira de qualquer blackbanger, uma vez que chegou carregado de experimentações, tanto eletrônicas, quanto nos vocais e no clima das músicas, sendo considerado até hoje um dos mais ousados trabalhos de vanguarda do black metal norueguês. Mas "Chimera" chegou em 2004 para acalmar os corações negros, com uma banda muita técnica, porém voltando para o lado cru da história. Crua também é a arte da capa, uma foto de algum filme B de mais de 1 século atrás, que eu particularmente acho horrível, (a capa, o filme não conheço). As músicas variam entre muito aceleradas, como a abertura com "Whore" ou "You Must Fall", e outras arrastadas como a ótima "My Death", que apresenta até um coral de monastério e de imediato a tornou uma de minhas favoritas da banda. Riffs de guitarras são jogados incessantemente no ar abafado de uma floresta em chamas, não riffs bonitinhos, mas aqueles que são quase tão complexos e no limiar de soarem estranhos, mas que não soam para nosso sossego. Não vou falar das letras, porque não entendo quase nada que eles dizem, claro, tem muita coisa "na cara", mas parece que as ideias são todas jogadas num liquidificador e servidas como uma sopa de letras desconexas. O baixo de Necrobutcher pode ser ouvido com clareza na música "Impious Devious Leper Lord", mas não é aquele som gordo que gosto de ouvir. Já os vocais de Maniac que chegava a seu segundo e último trabalho com o Mayhem está ótimo, rasgado e forte como deve ser. Blasphemer manda muito bem na guitarra, que a produção deixou bem forte e com uma distorção precisa, enquanto o batera Hellhammer nem precisa de citar, pois é considerado um dos melhores bateristas do black metal. Destaque ainda para a faixa-título que encerra o álbum, com 7 minutos cravados, e é a música com a aura mais maligna do play, alternando momentos arrastados e outros acelerados.
20 anos de The Spirit of the West do Master!!!
Ah, como o Master é legal!! "The Spirit of the West" é o sétimo trabalho de Paul Speckmann, lançado em 2004, ao lado do tcheco Alex Nejezchleba, que entrou na banda no ano anterior e permanece até hoje comandando as 6 cordas, e do eslovaco Zdenek Pradlovsky, que entrou na mesma época e ficou sentado atrás do kit de bateria por 16 anos. Um timaço, diga-se de passagem, pois o trabalho realizado neste play é de tirar o fôlego. O fato de mostrar o baixista e vocalista na capa (e não me diga que aquele cowboy não é ele) como um personagem do velho oeste, inclusive sobre um Pepe Legal, não indica que o death thrash do Master tenha se enveredado para o country. Mas é verdade, a capa é bem tosca. Estamos diante de uma música rápida e com ótimas variações, às vezes caindo num mid interessante, como em "The Gold Mine", mas na maioria das vezes praticando aquele death thrash sensacional, empoderados pelos ótimos vocais de Speckmann, que não variam quase nada, mas que são tão bons que não precisam de variação. A guitarra não é gorda, mas se aproxima da serra elétrico do death sueco, e o baixo fica em evidência em alguns momentos, claro, o chefe é quem manda, e desta vez está armado. A bateria é cheia de energia, e alterna levadas com precisão. Se você fica entediado com bons álbuns que parecem tocar a mesma música do início ao fim, ouça essa pérola resgatada em algum baú do velho oeste, e não se arrependerá. Solos de guitarra inspirados são ouvidos em vários momentos do trabalho, não em todas as músicas, como "Pistols, Whips and Coyotes", que nem chega a 2 minutos e, portanto, sem tempo para um solo. E por falar em solo, no final de "Long Knifes" também temos um de bateria. A bolacha encerra com uma versão para "Ring of Fire", da cantora e compositora note americana Anita Carter (1933 - 1999), música que ganhou maior destaque através de Johnny Cash, e é o som mais próximo de um faroeste que você ouvirá neste álbum.
domingo, 1 de setembro de 2024
20 anos de Soundtrack To Your Escape do In Flames!!!
Então vamos lá. "Soundtrack To Your Escape" dos suecos do In Flames. Quando meus arquivos metálicos do Metal e Loucuras mostraram que chegou a hora de resenhar mais um álbum do In Flames, e sei que estou com o cronograma um pouco atrasado este ano, logo arrumei outras coisas pra fazer e resolvi procrastinar por mais um dia. Mas cá estou ouvindo o sétimo filho de uma banda que resolveu sair de seu lugar comum e construir uma nova história a partir ao álbum anterior, o "bem ruim Reroute To Remain". A arte da capa é até bonita, mesmo não sabendo o que ela significa, mas saber o que uma arte significa não é uma regra ensinada na escola, mas sim o que você sente perante aquela arte e, sim, me sinto bem vendo esta capa, apesar de não concordar que uma banda altere seu logotipo para algo mais compreensível, sempre serei contra este tipo de postura. Pois bem, já estou na oitava faixa do álbum, em um total de 12, e não acho que o restante me levará para outra direção, portanto... o que ouvi até aqui, e que de início pensei que me provocaria náuseas, na verdade me surpreendeu. Este trabalho pode ter se afastado do death melódico, mas seria incorreto dizer que ele abandonou o metal. A maior surpresa está nos vocais, pois Anders Fríden continua berrando da mesma forma de sempre, talvez agora um pouco mais inteligível que outrora, e com algumas choradeiras limpas, mas pensei que seria assim o trampo inteiro, mas não. Tem mais vocais da morte aqui do que em muitos álbuns pouco criticados por aí. As nuances eletrônicas estão mais reforçadas, coisa incorporada na nova era da banda, e mesmo que eu não goste disso, não vou dizer que a forma como foi aplicada tenha me incomodado. Talvez o que mais faz "Soundtrack To Your Escape" pecar seja a falta de mais emoção, seja melancólica nas partes mais clean e agressiva em todo o restante. É um álbum frio, feito como se a banda estivesse pisando em ovos, e isso talvez se deva pelo trabalho anterior, quando os caras devem ter ouvido muita coisa que não queriam, sei lá. O que vale é que eles conseguiram fazer um álbum melhor, corrigindo alguns exageros, mas ainda assim carente de alma. Mas se me perguntarem se ouvirei este play novamente algum dia, direi que certamente sim. Me surpreendi com o In Flames desta vez.
sábado, 31 de agosto de 2024
20 anos de Evilwar do Evilwar!!!
Depois de um início perfeito com o clássico "Unholy March" de 2001, os seres blasfemos de Curitiba intitulados Evilwar voltavam à guerra espiritual com mais um opus forjado no metal negro, o poderoso autointitulado "Evilwar" de 2004. Com uma arte de capa privilegiando o logo da banda e suas armas de combate, e um belo e diferenciado encarte, onde as páginas do meio se abrem em 4 painéis com as fotos dos integrantes caracterizados como pede o estilo. Uma mudança radical foi a troca dos dois guitarristas Haborym e Azarack (que voltaria ao Murder Rape) por Halphas. Há uma diferença no som também, uma vez que o debut era aquele black metal que pendia para o death constantemente, enquanto nesta bolacha negra a regra é mais black. Lançado novamente pela Somber Music, a arte ainda mostra o mesmo escudo presente no primeiro álbum, mas agora bem flagelado, com marcas de sangue e danificado por espadas, como se a banda já houvesse vencido a primeira batalha, mas com muita violência envolvida. Com quase 40 minutos de duração, o petardo nos brinda com 9 hinos de guerra. O vocalista Sabatan ainda rosna gutural, mas os rasgados estão bem mais presentes. O som é rápido e brutal, mas sempre tem espaço para alguma passagem mais cadenciada, com os instrumentos alternando momentos intercalados de raiva e agressão. Mais uma vez temos o finado baterista Ichthys Niger destruindo seu kit, com técnica e ferocidade. Talvez minha faixa favorita seja "Damned The Week", música rápida, com vocais rasgados, guitarras pesadas, pedais duplos na alta. Já "Kill, Blaspheme, Desire to Destroy", tem um dos riffs mais legais do álbum, logo de início, e é uma das faixas com mais mudanças de andamento, todos bem velozes. As demais faixas são "Prelude of Destruction", "Evilwar", "Miserable", "Dark Face of Evil", Unholy War", Insatiable Souls Hunter" e "Christians Nightmare".
domingo, 25 de agosto de 2024
20 anos de Warkult do Malevolent Creation!!!
Durante muitos anos o 9º álbum do Malevolent Creation, "Warkult", esteve em minha coleção, porém sem o devido reconhecimento de minha parte. Desde sempre um fã de música extrema, com o death metal sendo um de seus maiores representantes, não sabia explicar exatamente porque este trabalho não enchia meus olhos, o que fez com que eu não buscasse ouvir outros trabalhos da banda, deixando de lado por muito tempo, inclusive, as duas pérolas inicias dos caras. Ok, hoje eu consigo enxergar aquilo que me afastava de "Warkult", e sabendo disso, consigo dar muito mais valor a este trabalho dos americanos. A produção. O responsável por ela foi Jean-François Dagenais, o guitarrista canadense do Kataklysm, e que já produziu e masterizou muitas outras obras, mas sem nenhum destaque especial. Acredito que as guitarras estejam um pouco crocantes demais (usando um termo que usam lá fora e não gosto muito, mas que deve explicar bem este sentimento). Mas isso é tudo de negativo em se tratando de produção, algo que para você talvez nem seja nenhum problema, porque no mais, está tudo normal, muito peso e instrumentos facilmente identificáveis, bateria (inclua pratos) bem na cara e vocais também. Não há nada de errado com as músicas, que realmente são ótimas. Se você pegar as duas primeiras, "Dead March" que me recuso a tratar apenas como uma intro, de tão pesada e malévola, e a ótima "Preemptive Strike", com aquela melodia destoante e perfeita em seu desenrolar. Só estas duas já valem o petardo. Mas "Warkult" não se resume a elas, faixas poderosas como a dupla em sequência "Captured" e "Merciless" irão te pegar de jeito. "On Grounds of Battle" com seu andamento mais lento te recordará imediatamente ao Deicide, mas isso não é problema, já que estamos na mesma cena da Flórida. "Tyranic Opression" nos brinda com várias mudanças brutais de andamento, dos blast beats a riffs exclusivos para headbanging. Os guitarristas Phil Fasciana (fundador) e Rob Barret (Cannibal Corpse) são os pilares neste álbum do Malevolent Creation, e se as guitarras tivessem um som um pouco mais "liso", Warkult seria um trabalho bem melhor reconhecido. O baterista Dave Culross também deve ser mencionado, com todas as viradas e a brutalidade com que socou seu kit de bateria. Completam o time o baixista Gordon Simms e o vocalista Kyle Simons, muitas vezes questionado por ser o sucessor da lenda Brett Hoffmann (falecido em 2018). O petardo fecha com a ótima versão para "Jack The Ripper" da banda australiana Hobbs Angel of Death.
20 anos de Sworn Allegiance do Unleashed.
Lançado em 2004, a sétima obra dos suecos do Unleashed veio para solidificar um retorno ao bom metal da banda, uma vez que sua obra anterior, "Hell 's Unleashed", mesmo com toda boa vontade do mundo, e dentre todos os problemas pelo qual o death metal passou (leia a resenha do álbum anterior em nosso blog para entender), não foi o álbum definitivo para reconquistar o casamento da banda com seus fãs. Mas o novo opus, cujo título indica juramento da fidelidade, então podemos dizer que de alguma forma, eles indicavam um reatamento de relações junto aos fãs. Se conseguiu, só você, fã de longa data da banda poderá responder. Por mim, considero "Sworn Allegiance" um trabalho melhor que seu antecessor. É um play mais fiel ao death metal também, com os rosnados característicos de Johnny Hedlund voltando um pouco à velha forma, mas nem tão guturais assim. De cara, a música "Winterland" já mostra uma banda revigorada, com andamentos rápidos que só escorrem pro "slow" na hora do solo de guitarra, com bons riffs, porém com um som agudo de guitarra durante boa parte da música que faria um enorme bem à humanidade simplesmente se não existisse. "Destruction (of the Human Race)" é uma ótima música, aquele riff cavalgado com acompanhamento eletrizante da bateria de Anders Schultz é sensacional. Aos poucos você vai percebendo os prós e contras do trabalho, e logo nessa música podemos citar os solos de guitarra e riffs, como super positivos, ponto para Tomas Olsson e Fredrik Folkare (que também produziu a bolacha), e a produção também é um ponto forte, deixando tudo muito audível, e ainda assim com as guitarras com um bom percentual de sujeira, mesmo que no limite inferior da barra de medição. Ponto negativo para as letras bobas e frases muito repetitivas nas músicas, coisa que você pode comprovar na faixa "Only the Dead" como principal exemplo. "The Longships are Coming" é outra faixa muito boa, mas que parece que Hedlund ficou com preguiça de escrever a letra e preferiu ficar repetindo exaustivamente seu refrão. Você acaba acreditando que a porra dos navios estão chegando mesmo, e fica parecendo aqueles malucos com um bíblia no centro da cidade gritando "Deus está voltando!" Ok, podemos desconsiderar a parte lírica, mas tampar os ouvidos às repetições é quase impossível. Mas ao menos são estes os poucos defeitos de "Sworn Allegiance", aliado ao som estranho vez ou outra das guitarras, como mencionei na primeira faixa. A capa traz em destaque o Mjolnir, com o fundo marrom e o logo sensacional da banda que tem o poder de aumentar a nota para qualquer arte. Um destaque que não posso deixar passar é a melodia quase oriental de guitarras na música "To Miklagard", dando um toque totalmente diferente do usual da banda. Unleashed mostrou que ainda tinha lenha pra queimar e o death metal agradeceu.
domingo, 18 de agosto de 2024
20 anos de Serpent's Embrace do Agathodaimon!!!
Agathodaimon é, com certeza, uma de minhas bandas favoritas daqueles lados da Europa. Seu primeiro álbum, o imperdível "Blacken the Angel" foi, durante anos, meu álbum mais bem protegido da coleção. O material da banda é, de alguma forma, bem difícil de conseguir aqui no Brasil, mas este "Serpent's Embrace", sua quarta obra, ainda é facilmente encontrado por aí, um lançamento da Nuclear Blast. Com uma capa azul, cor que a banda adotou como principal em suas obras, a edição brasileira, que infelizmente tenho em mãos, apresenta uma das falhas mais bizarras da história de um álbum normal. Digo normal porque em relançamentos, principalmente lá pelas bandas da Argentina, acabam trocando a ordem das músicas ou informando bônus que não existem, mas neste caso, surrupiaram uma música do tracklist. Porém ela está creditada no encarte e na contra capa, fazendo com que ao olhar no mostrador de seu aparelho, a partir da terceira faixa, todos os títulos estão errados em relação à posição da música que você está ouvindo, pois a música 3, "Rebirth", simplesmente não existe nesta versão. É uma música de andamentos mais lentos e apresenta vocais guturais, junto ao vocal já conhecido e rasgado de Akaias. Mais um motivo pra deixar qualquer um fulo da vida. Insatisfação registrada, vamos ao trabalho que, em minha opinião, é o registro menos inspirado da carreira do Agathodaimon. A maioria das faixas carrega a estrutura das músicas do álbum anterior, o fantástico "Chapter III", porém sem a mesma pegada, a mesma raiva, ou a mesma beleza nos vocais limpos de outrora. "Cellos For The Insatiable" abre com estes elementos, mas já percebemos um teclado dando um toque mais melódico ao som, e o álbum segue este padrão de ser aquele que mais se aproximou do melodic death na discografia. A questão é que houve uma troca nos teclados, quando a banda perdeu Christine Schulte e ganhou Felix Walzer. A faixa título apresenta ainda mais melodias, com as góticas vozes limpas, nada que já não fosse bem explorado anteriormente, porém agora Sathonys, o guitarrista dono das vozes limpas, não está cantando de forma tão triste como antes. A próxima faixa, "Light Reborn" começa de forma pesada, lembrando até alguns dos momentos mais nervosos da banda, mas tem um dos refrãos mais melosos do álbum, além de apresentar alguns sintetizadores que, se ouvidos com muita atenção, acabam incomodando um pouco, mas nada que possa levar você, que não se considera um troozão, a chamá-los de eletrônicos. Já "Faded Years" lembra de verdade a aura do primeiro álbum, com aqueles vocais mais malévolos e uma guitarra a la "Ribbons/Requiem" que fecha o debut, mas logo vem aquela voz sem vida que Shagrat começou a usar no "Puritanical" e outro refrão meloso. "Solitude" é a faixa que destoa das demais, com teclados, batidas e vocais femininos, a cargo da convidada Ruth Knepel (não a Ruth que cantou no Anathema), que é até legal, apesar de alguns fãs não acharem assim. "Limbs of A Stare" é a música mais brutal do play, e possui aquele sentimento vampírico do segundo álbum, "Higher Art of Rebellion", e também tem alguns grunhidos guturais, a exemplo de "Rebirth". A melhor faixa do álbum, que segue com "The Darkness Inside" com riffs a la "In Flames", a pesada "Bitter End" e "Feelings".
sábado, 17 de agosto de 2024
20 anos de Inferno do Motörhead!!!
E o saudoso Motörhead chegava a seu 18º trabalho de estúdio (😨) em 2004 com o singelo e simples nome "Inferno". Joe Petagno novamente criando uma arte sensacional, com a cabeça do mascote carregada de correntes e chamas em 3 direções diferentes e pessoas, aparentemente em posição de guerra se virando na parte de baixo. O trabalho começa com uma faixa bem pesada, a ótima "Terminal Show", onde o trabalho de guitarras de Phil Campbell está bem timbrado pra cascalho, quase um thrash. "Killers" vem bem suja na sequência com alguns "stop and go" meio tímidos e logo em seguida o grande destaque do trabalho "In The Name of Tragedy", que música sensacional, senhoras e senhores, trabalho perfeito do trio e mais um ótimo ataque de Lemmy. "Suicide" não tem lá nenhum diferencial britânico mas serve para manter a bolacha quente, enquanto "Life's A Bitch" é bem mais rock 'n roll, naquela vibração típica da banda, além de ter dois solos de guitarra legais. E por falar em solo de guitarra, a exemplo da pancada faixa de abertura, em "Down On Me" temos um solo violento de ninguém menos que Steve Vai, convidado de peso para o Inferno!!! "In The Black" é uma música que fará a alegria da galera que curte muito a fase com 4 membros (inclua-me) com riffs pesados e o acréscimo de vozes no refrão, uma música que não muda muito e segue reta como um tanque de guerra, com Mikkey Dee socando seu kit sem dó. "Fight" tem uma veia speed, embora Lemmy não cante mais na velocidade de adolescente, enquanto "In The Year of the Wolf" é aquela música perfeita pra 4 caras barbados cantarem juntos no veículo em uma autoestrada, com uma guitarra gorda sensacional. E você que gosta de um rock sujo nacional como o dos Velhas Virgens, "Keys to the Kingdom" é a faixa ideal para você. Pra fechar a bolacha temos a enérgica "Smiling Like a Killer", quando você achava que o fôlego da trupe já tinha acabado e "Whorehouse Blues", com Lemmy tocando gaita e direito a vídeo clipe oficial cheio de belas garotas! Motörhead é Motörhead!
domingo, 11 de agosto de 2024
20 anos de Lichtgestalten do Vanitas!!!
O derradeiro trabalho da banda austríaca Vanitas, Lichttalten, de 2004, começa muito mais energético que seu antecessor, e os vocais de Andreas Schärfinger bem mais na cara, com aquele gutural muito mais aberto e inteligível, em alemão, como de costume. O som na faixa em questão, "Endlosschleife" está mais acelerado, deixando a banda muito mais próxima do death metal do que daquele gothic doom anterior. Na sequência "Lebenslauf" mantém o ritmo e percebemos que a vocalista Maria Dorn continua fazendo um papel secundário, cantando em coral nos refrãos, junto a outros músicos. Temos uma passagem épica nesta faixa, muito bonita, aliás, violinos e celos permeiam o trabalho em vários momentos. "Tausende Quadrate" resgata a sonoridade mais antiga, com vocais mais guturais e andamento mais lento, mesmo que o baterista Marcus Rechberger continue soltando o braço. 'Sammelleidenschaft" apresenta riffs pesados de guitarra e um peso excelente. Vemos que a banda se soltou muito mais neste trabalho, fazendo um som até mais moderno que o anterior, melhor produzido, saindo daquele nicho de "A Bela e a Fera" em que se encontrava, um som muito mais na linha dos alemães do Crematory em seus melhores momentos, ou até mesmo o Amorphis e Cruachan, com guitarras carregadas de melodia, passagens épicas com teclados muito presentes, como ouvimos em "Missverstanden", e vocais guturais, e um levíssimo toque folk. Se você é alguém como eu, que não entende absolutamente nada de alemão, mas acha muito legal quando uma banda deste estilo canta nesta língua, que soa mais sinistra que muitas outras, vale a pena pegar algumas letras deste álbum e jogar no google tradutor. Podem ser bem subjetivas, mas têm conteúdo, seja falando de temas mais ocultos como reencarnação ou algo mais tradicional como algum jogo (Kontrollverlust). Eu gosto muito do álbum anterior, "Der Schatten Einer Existenz", e seu gothic doom pesado, mas o peso de várias tendências misturadas neste trabalho também me deixou muito satisfeito. Uma banda de vida curta que ainda tinha muito a oferecer.
20 anos de The Book of Heavy Metal do Dream Evil!!!
O Dream Evil da Suécia lançou seu primeiro trabalho em 2002, "Dragonslayer", com a faixa de abertura "Chasing The Dragon" de ponto alto e a única que realmente me traz alguma lembrança daquele álbum. No ano seguinte lançaram o excelente "Evilized", com o power metal muito mais evidente e muitas músicas sensacionais, mesmo que letras como a de "Made of Metal" sejam um pouco forçadas, mas traz bom humor a nossos dias difíceis. Mas parece que "The Book of Heavy Metal" sofre do mesmo estigma do debut. A faixa título, desde que foi lançada, é um hino do heavy metal moderno, com suas mdanças de andamento e um ótimo trabalho vocal de Niklas Isfeldt, mandando agudos impressionantes. A construção da música mostra uma preocupação em forjar algo pra ficar na memória dos metalheads. Já as duas faixas seguintes não são nenhum destaque, "Into the Moonlight" e "The Sledge", poderiam ter colocado no lugar delas a quarta faixa, "No Way", que mesmo não sendo aquele primor, em determinado momento parece que temos Ozzy cantando como convidado. "Cruzaders' Anthem" é uma balada, como sempre colocam umas 2 em cada álbum, e ela mostra a beleza da voz de Niklas mas não traz nenhum atrativo mais envolvente em seu instrumental. "Let's Make Rock", como o título entrega, vem numa veia mais hard rock e cumpre bem o seu papel, apesar de você ter colocado este álbum para ouvir um bom heavy metal. O guitarrista Gus G. é muito bom, não é a toa que tocou com Ozzy um tempo, mas neste período ele estava envolvido em 1.000 projetos diferentes, mas parece que o sucesso do Firewind ofuscou um pouco sua participação em outras bandas, inclusive no Dream Evil, fato é que esta foi sua última participação na banda, ao lado de Fredrik Nordström, que continua até hoje. "Tired" é uma música legal, com andamento lento, assim como "Chosen Twice", músicas que mostram a banda muito mais preocupada com um som mais épico do que raivoso. Aliás, "Chosen Twice" é bem legal pra você colocar na sua playlist pra ouvir no carro, ao lado de músicas de Bon Jovi e companhia. O play segue com a forte M.O.M. com o coro masculino dando um up no refrão, "The Mirror", "Only For The Night", mais uma para evidenciar os bons vocais e "Unbreakable Chain", mais uma canção de ninar, que não é ruim, mas que pesa no lado clean da balança, fazendo de "The Book of Heavy Metal" um livro de baladas.
domingo, 4 de agosto de 2024
20 anos de How Innocence Dies do Avec Tristesse!!!
Que prazer em ter a oportunidade de resenhar este álbum magnífico do Avec Tristesse do Rio de Janeiro, uma vez que já resenhei o álbum anterior e o posterior a esse que, em minha opinião, é o melhor da banda, e um dos melhores do gênero darkdoom do Brasil. Com uma capa belíssima (na impressão do CD que tenho em mãos estes olhos não estão tão azuis), e um encarte bem trabalhado, com fotos dos 3 membros em situações corriqueiras, além de algumas outras que se relacionam com a temática do trabalho, "How Innocence Dies" foi lançado pela Hellion e gravado pelos músicos Nathan Thrall (bateria e vocais), Pedro Salles (vocais, guitarras e teclados) e Rafael Gama (baixo) e pode se dizer que trata-se de um álbum conceitual. As nuances e sonorizações, quando ouvidas com a devida atenção entrega muito do que as letras falam, e algumas cenas são criadas automaticamente em nossa mente no decorrer das faixas. Classificada como uma banda de progressivo, mesmo que muito de seu som se encaixe nisso, não podemos deixar que este gênero prenda o Avec Tristesse, uma vez que influências de doom, melodic death e black metal estão por toda parte da obra. A introdução "I Am But One" já ganha o ouvinte, pois tem uma beleza mórbida sensacional, remetendo ao som praticado por bandas como Silent Cry e Eternal Sorrow, mesmo que carregue vocais masculinos limpos como diferencial. Já "All Love Is Gone" chega acelerada e tem sua base no black metal, com teclados fazendo fundo e mudança de andamento, partindo para uma passagem extremamente doom, onde o vocais falados lembram algo que o Draconian da Suécia faria no ano seguinte em seu poderoso "Arcane Rain Feel". "A View of the End" é um dos melhores momentos do trabalho, mesmo ele sendo muito homogênio, mas esta canção tem seu lugar especial em minhas escolhas, com melodias ricas naquela veia de black metal melódico de países como a Finlândia. A gravação deste trabalho é perfeita, com todos os instrumentos em harmonia, inclusive o baixo (ouça a longa "Escapism"). O álbum, como já devem ter percebido, não agrada apenas os amantes da morbidez. Se pegar uma música como "Lost In Your Complexity", certamente fará a alegria do metal extremo, com uma agressividade bem acima de tudo mais no trabalho. Enfim, a única tristeza é saber que enquanto esta obra riquíssima de nosso metal completa 20 anos, a banda não está na ativa, mesmo que aparentemente dando um tempo. Que lembranças como esta resenha do Metal e Loucuras sirvam para encorajar Nathan e companhia a reativar o Avec Tristesse, ainda mais em um momento em que este estilo de metal deprê nunca esteve tão em voga em nosso território.
domingo, 28 de julho de 2024
20 anos de All For You do Annihilator!!!
Muita gente critica "All For You", o 10º álbum da carreira do Annihilator, pela entrada do jovem e inexperiente vocalista Dave Padden. Eu, particularmente, acho que este trabalho apresenta a mesma sonoridade mais modernosa que a banda fazia neste período, apesar de achar que realmente algumas coisas aqui possam cair sobre a experiência com o jovem vocalista, mas não por falta de talento e garganta, uma vez que ele acertou quase tudo no álbum seguinte, o bom "Schizo Deluxe". A faixa de abertura já começa com o refrão que leva o nome do álbum, cantado de forma limpa, pendendo pro lado dos vocais limpos do Fear Factory, para logo se transformarem em vocais mais nervosos, dando uma dica daquilo que o vocalista Jeff Waters pretendia com seu novo trabalho. Talvez uma pequena imersão no Nu Metal, com uma pegada meio industrial. A música não é ruim, mas também não é lá tão digna de um repertório de uma das bandas mais respeitadas em se falando de thrash metal do Canadá. Já a faixa "Dr, Psycho" passa dos 7 minutos e as vocalizações tentam passar aquela sensação de loucura e medo que a letra meio boba pede, e que ficaria bem mais legal sem o vocal meloso do refrão. Ponto para o som de baixo na cara nos primeiros instantes. Em "Demon Dance" temos um instrumental rápido, com riffs e solos que poderiam ser melhor aproveitados se os vocais não fossem tão robotizados e em momentos como se Padden cantasse com um megafone. "The One" é uma balada, com um leve toque de Faith No More, principalmente nos vocais. "Bled" é uma música bem pesada, onde quando você já está acostumado com os vocais de Padden, e pode curtir um riff forte e bem construído. A capa de "All For You" é simples, mas bem legal, principalmente se você pensar no significado do título e todos os problemas que ele pode te trazer num relacionamento obsessivo. E o play segue na mesma pegada com a longa "Both Of Me" e na raivosa "Rage Absolute", para dar uma refreada em uma balada chata chamada "Holding On", volta a ter energia em "The Nightmare Factory" e termina com a instrumental "The Sound of Horror". Mudou o mundo 20 anos atrás? Não. Mas também não foi o desastre que pintam.
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