domingo, 6 de dezembro de 2020

20 anos de ...and The Sky Turns to Black do Head Hunter DC.


A batalha e perseverança no Metal Underground é árdua, e o Head Hunter DC da Bahia após lançar 2 clássicos avassaladores no começo dos anos 90, ficou sete anos sem um novo álbum. Porém a banda nunca encerrou atividades ou deu um tempo, mas sempre esteve na frente de batalha no metal nacional, na parede de escudos empunhando lança e espada contra tudo e contra todos. E no ano 2000 pela Mutilation eles lançaram este petardo chamado ...and The Sky Turns To Black (the dark age has come), uma alusão pessimista ao novo milênio que chegara. O trabalho abre com a faixa título carregada de energia, pedais duplos e a batera quebrando tudo. Os vocais estão mais concentrados no gutural, mesmo que os rasgados apareçam ocasionalmente, e temos inclusive uma melodia de teclado aqui e ali. A música é um exemplo da musicalidade dos baianos, pois após a pancadaria um dedilhado entrega a transição para um momento arrastado e ultra pesado, como a banda se especializou em fazer no destruidor "Punishment At Dawn". Uma passagem no final desta música joga a banda na fronteira entre o Death e o Black Metal, com morbidez e teclados fúnebres. "Falling In Perdition" começa num clima fantasmagórico, com os teclados dando um toque sensacional, afinal quem gravou o instrumento para este álbum foi ninguém menos que Arnaldo Asmoodeus, durante muitos anos um dos pilares do Mystifier. A música alterna ritmos mais acelerados a outros mais arrastados, com o baixo ganhando espaço e uma presença maior dos vocais rasgados. O time do Head Hunter sempre foi muito forte, e tínhamos mais uma vez o excelente e um dos fundadores da banda, o guitarrista Paulo Lisboa ao lado agora de Fábio Nosferatus, o baixista Alex Mendonça, Thiago Nogueira arrebentando na bateria e o grande Sérgio Baloff nos vocais. "Beyond The Deepest Lie" e "The Glory" passam como dois tratores derrubando paredes enquanto "From Dream To Nightmare" traz algumas influência Thrash, coisa que não ouvíamos desde o debut e temos até umas paradinhas bem legais e pesadérrimas. "Eternal Hatred" é vomitada por Baloff (com direito a vocais falados como diferencial positivo) enquanto o derradeira "Conflicts Of The Dark And Light" é a melhor do álbum, um Death/Doom pegando carona em "Seven Deadly Sins Of The Soul" do play anterior, com muito peso. Em 2005 o álbum foi relançado pelo Dying Music com 5 bônus, versões matadoras para músicas de Kreator, Sodom, Morbid Angel, Possessed e Dorsal Atlântica. 20 anos rastejando com dignidade nos subterrâneos do metal.

 

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