Quem viveu a segunda metade dos anos 80 e a primeira metade dos anos 90 sabe como os metalheads brasileiros tinham orgulho desta entidade chamada Sepultura. A cada trabalho lançado uma legião de malucos passava horas falando sobre suas músicas favoritas, o visual dos caras e suas conquistas no exterior. E após um início ultra extremo calcado no Death Metal, a banda se estabelecia como um dos maiores nomes do Thrash Metal com o fodido Schizophrenia de 1987. Após uma intro tirada do clássico filme Psicose de Hitchcock, com Max berrando o nome do petardo, porém com o audio de trás para frente, temos seguramente uma das melhores músicas dos mineiros, a destruidora "From The Past Come(s) The Storms", uma música agressiva, com a bateria de Igor Cavalera quebrando tudo e os vocais de Max ainda agressivos, porém agora bem mais inteligíveis. As guitarras deram um salto de técnica, com riffs poderosos e ótimos solos. Detalhe, Jairo Guedz compôs boa parte do álbum antes de decidir sair para se dedicar melhor à família, então pára com falatória comparando sua técnica à de Andreas Kisser que gravou o álbum, pois ambos são excelentes guitarristas e se você insistir é melhor engolir umas 5 cópias de "The Hangman Tree" pra ficar esperto. "To The Wall" é outra faixa matadora pra bater cabeça, com um ritmo mais cadenciado e um final estupendo. O segundo maior destaque do play tem a alcunha de "Escape To The Void", perturbadoramente bem executada, com aquela pegada a la Kreator, com mudanças de andamento e vocalizações cavernosas. "Inquisition Symphony" é a mais longa faixa e é instrumental, e não me assustaria se dissessem que a banda se inspirou nas instrumentais carregadas de criatividade do Metallica. Porque música sem vozes e sem criatividade é um saco! O início de "Screams Behind The Shadows" é épico, mesmo que curto e tem a cara do próximo trabalho, o fodástico "Beneath The Remains". A porrada e o bom gosto perduram por faixas como "Septic Schizo", com seu refrão inconfundível e a ótima "Rest In Pain" escolhida a dedo para fechar o álbum e fazer você sentir ímpetos de ouví-lo novamente. A arte criada por Ibsen é bem simples, mas seus tons de azul se tornaram tão clássicos que ainda assim é uma arte que dá gosto de apreciar.
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