Há algumas mudanças substanciais em Dance Of Shadows, o terceiro full dos mineiros do Silent Cry, em relação aos dois primeiros e cultuados trabalhos. A primeira delas é a gravadora, Avernus Records, criada pelo vocalista e guitarrista Dilpho Castro em 2002 , mesmo ano deste trabalho, para lançar os álbuns da banda e outros na mesma linha, após um primeiro contrato com a Demise Records. A segunda é a troca da vocalista Suely Ribeiro por Ana Márcia, o que consequentemente ocasionou a terceira mudança, pois o som deixou de ser um Gothic/Doom onde a melancolia reinava e passou à tênue linha que une o estilo ao Symphonic Metal, porque as vocalizações passaram a ganhar aquele tom teatral ao invés de um quarto escuro, e algumas passagens ficaram mais rápidas. Claro que ainda temos algumas músicas na linha mais tradicional da banda, como a linda "Silent Scream", onde todas as vozes (femininas, masculinas limpas e guturais) estão mais contidas, e a letra, mesmo sendo abstrata, dá a entender que é a narração de um feto cuja vida é rompida durante um aborto. O início de "My Evil" é bem agressivo, algo que poderia ter sido melhor desenvolvido, numa faixa maior que seus curtos 2 minutos e meio, o contrário da também violenta "Victory's Time" que inicia com um arranjo espetacular de guitarras, os vocais rosnados de Dilpho num grande momento até a queda de ritmo para um belo trabalho de Ana. Falar em belo trabalho, mesmo que a nova vocalista não estivesse no mesmo patamar de sua predecessora, na música "Only To Love You" ela dá um show, num dos melhores momentos do álbum. Ponto para a percepção de Dilpho ao deixar que a loira tivesse este momento solo. Sintetizando, mesmo que o som do Silent Cry tenha perdido um pouco da melancolia de outrora, estamos falando de um grande álbum, onde os vocais guturais voltaram a ganhar mais destaque, a produção é muito boa e uma maior variedade de melodias como na excelente "Devoured By Words" manteve a banda no topo deste estilo no Brasil.
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