quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Dezembro Verde & Amarelo #3: Witchhammer - Mirror, My Mirror.


Se vocês acharam que nosso Dezembro Verde & Amarelo não teria os clássicos absolutos, estavam enganados. E mesmo que Mirror, My Mirror já tenha sido resenhado em nossa página há pouco mais de 7 anos, novamente dá o ar de sua preciosa graça, por ser uma das obras mais consagradas de nosso metal tupiniquim. Ok, meu álbum favorito da Bruxa ainda estava por vir, mas este álbum aqui tem as 2 maiores composições dos mineiros. Você pode se arrepiar com Silvia Klein e sua voz operística na introdução sensacional chamada "Liberty" para depois quebrar todos os espelhos de sua casa num mosh violento com "Mirror, My Mirror" e se virar com seus 7 anos de azar (olha o número perfeito aí novamente). A introdução da música em si, com aquela bateria massacrante de Teddy sobre o Ohohoh perfeito e as vozes loucas de Paulinho e Casito assustando os ouvintes incautos, é coisa de outro mundo. A pancadaria come solta com o baixo de Casito e as guitarras de Paulinho e Leandro tão bem nivelados que nos faz pensar, como JG studios e Gauguin conseguiam produzir um som desses na virada dos anos 90 com tanta perfeição, coisa que 30 anos depois muita gente não consegue repetir? Bom, a outra música perfeita também tem os vocais femininos no início, numa harmonia que sempre me lembrou a clássica Ave Maria, não me pergunte porque. Por isso ela sempre me soou como a canção mais malévola da Bruxa, sensação totalmente contrária à sua letra de viajem alto astral.Claro que estamos falando do hino destruidor "A Party For The Sunrise". "Underground Ways" segue o fluxo com uma letra positiva e um tanto utópica. A capa, mais uma obra de arte de Kelson Frost, possui muitas referências às músicas, como "The Lost Song", um improvável Blues finalizando o álbum, mas principalmente na faixa título, com os quatro integrantes refletidos no espelho e "From A Suicide Man To God", com o cara caído após se despedir de Deus. Gosto particularmente do final desta música. "Mad Inspiration" tem algo de country, e prova que a bruxa era louca mesmo, e dava um dane-se para os parâmetros. Ainda temos no petardo "The Worm That Turned Into Man", cantada metade português e metade inglês, e baseada no poema "O Bicho" de Manuel Bandeira, "The Ice Starts To Melt Again (Dartherium - Part II), a mais pesada do álbum e com um som de baixo fenomenal e a louca "Hair", listando cabeludos famosos, desde Elvis, passando pela galera de Woodstock até Led, Purple e Sabbath. Poderia faltar em nosso Dezembro Verde & Amarelo?

 

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