domingo, 13 de dezembro de 2020

20 anos de The Wine Of The Night do Pettalom

 


O Pettalom, de Tatuí, interior de São Paulo, foi mais uma aposta da Demise Records na época de ascensão do Gothic Metal no Brasil, e lançou em 2000 este "The Wine Of The Night" que se tornou um álbum cult no cenário nacional. Sem se prender a uma fórmula que ditasse as regras de sua música, a banda conseguiu gravar um álbum único que assustou os puristas na época. A intro "Beyond The Castle's Door" entrega a roupagem gótica, aliada ao nome do álbum e a arte da capa, mas já em "Ashes Garden" as mudanças repentinas de andamento mostram que a banda tinha ideias saindo pelos poros, com riffs de guitarra Heavy Metal dando lugar a teclados em várias camadas e carregando as harmonias, enquanto a soprano Kátia Santana mostra uma voz forte e bela, e Marcos Riva não berra nem canta, mas acompanha naquele estilo Tilo Wolff do Lacrimosa. O início de "Berenice" é de arrepiar, Kátia entoa de forma mórbida e poderosa, enquanto os teclados do convidado Celso Veagnoli dão uma cor escarlate à faixa. As vozes de Riva aqui estão muito mais narradas, e lembra muito o grande Goat Of Mendes da Alemanha, banda de Folk/Black sensacional. Em "Irate Lizard" talvez tenhamos o melhor momento do álbum, um dueto perfeito sobre melodias melancólicas, solos de guitarras muito bem executados e uma letra cheia de simbologias que não sei se tiraram de alguma cultura oriental, mas que tem tudo pra ser. Os guitarristas da banda eram Alan Augustinis e Fernando Almeida, com Erick André no baixo e André Campos na bateria. Os músicos criaram atmosferas tão peculiares neste álbum, principalmente nas vozes, que você pode ficar anos sem ouvir o álbum e mesmo assim quando o ouve com atenção as melodias voltam à sua mente como se o tivesse ouvido na semana passada. Isso fica claro em músicas como "Feelings Buried Alive" ou até em frases soltas como em "Dungeon". Aliás, em Feelings... temos uma parte em português no final que parece que Rivas incorporou Fernando Ribeiro do Moonspell. Em "Celibate" temos todas as características de uma faixa épica, longa, variada e com belas melodias, letra sugestiva sobre o celibato e belos arranjos de guitarra. Para fechar o trabalho a grandiosa "Sons Of The Light", mais uma em que os vocalistas dão um show à parte, além dos instrumentais continuarem soberbos. Acredito que se The Wine Of The Night fosse lançado nos dias atuais, seria muito melhor recebido e figuraria entre os primeiros de muitas listas do metal nacional.

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