Chegamos ao 28º dia deste Dezembro Verde & Amarelo e é claro que não deixaríamos de comentar um álbum desta banda maravilhosa de Brasília, Miasthenia com seu Pagan Black Metal. Lançado em 2014, Legados do Inframundo é mais uma obra essencial da carreira destes músicos, como sempre cantado em português pela grande Suzane Hécate. "Deuses Fúnebres" é uma intro nos teclados e vozes e como diz o encarte do álbum, as letras são inspiradas na cosmologia mítica dos Mayas, sobre a morte e o inframundo. "Saga ao Xibalbá" vem acelerada, com as guitarras de Thormianak (que desta feita gravou o baixo também) cortando baixo e em determinado momento, quase no fim, lembrando as bandas dos anos 90 do metal nacional. "Entronizados na Morte" é um dos momentos mais extremos deste trabalho, alternando partes aceleradas a outras mais cadenciadas com o teclado de Hécate ao fundo e um grande trabalho de bateria de V. Digger. "Sacerdote-Jaguar" tem um início bem trabalhado, com batidas de guerra, e muito peso. "Tok'Yah" também é bem agressiva, e ganha uma força extra com o coro de backing vocals no refrão, enquanto "13 Ahau Katún" tem Digger socando numa velocidade a la D.D. Crazy e os sons de sinos deram um charme a mais na música, além de sermos agraciados com um pouquinho das vozes limpas de Hécate, e um belo solo de guitarra, algo pouco comum no som da banda. "Senhores do Mitnal" é outra com bastante peso no início que depois descamba pra pancadaria. A faixa título terminaria o álbum, seus riffs com influências de Power Metal, passagens mais melódicas, onde finalmente conseguimos distinguir nitidamente o som do baixo e vocais limpos (e cantados, não narrados) , mas para nossa sorte, ainda temos uma releitura para "Onde Sangram Pagãs Memórias" como bônus, presente no debut XVI. A arte da capa é bem bonita, pena que na versão em CD esteja muito escura, escondendo vários detalhes. Um belíssimo trabalho de nossa terra natal.
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