O Mork de Brasília, DF, assim como outros grandes projetos de nosso metal, já encerrou atividades, deixando dois registros em sua trajetória de 9 anos. Awake é o último full e data de 2014, quando a banda se resumia a 2 músicos, os primos Samhem (guitarra e vocal) e Foizer (guitarra). Digger, ex Miasthenia, foi o responsável pelas baquetas. O que ouvimos em Awake é um Black orgânico com pitadas de Death Metal, algo como o grande Unearthly andou fazendo nos últimos álbuns. O trabalho dos guitarristas é muito bem feito, seja nos riffs sujos, seja nas melodias ou solos como temos no final de "Untamed". Em "Sacrifice" os riffs lembram uma marcha de guerra e a bateria um rolo compressor. Em "Infirmita Carnis" os teclados fazem um coro bem sucinto que deu uma aura épica à música. Os vocais não são aqueles típicos rasgados do Black Metal, mesmo que caminhem para lá, lembram mais aquelas bandas escandinavas de Viking Black Metal, e são um dos destaques do álbum. Mas os teclados se sobressaem mesmo é em "Three Transformations", mais uma faixa sensacional do álbum. O play foi lançado numa parceria da Sulphur Records com a Eternal Hatred, em versão Digipack e encarte caprichado, e é um daqueles achados que você costuma encontrar entre os demais mortais sem se dar muita conta do tesouro valioso que se descobre após apertar o play. As harmonias e solos de guitarras são o maior destaque do disco, faz você viajar legal, e às vezes trazem algo de Desaster da Alemanha (saca Preached By Death). O opus fecha com a épica e sinistra faixa título com mais de 8 minutos de beleza mórbida e cruel. Este é um daqueles projetos que nos deixaria muito felizes se voltassem das profundezas.
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