sábado, 12 de dezembro de 2020

20 anos de Goddess Of Tears do Silent Cry

 


Depois de um início beirando a perfeição e a eterna tristeza, os mineiros do Silent Cry voltavam em 2000 com um álbum com menos Death e mais Doom, extremamente soturno e com harmonias e melodias que realmente arrancam lágrimas nos olhos. "Desire Of Dreams", a faixa de abertura, mostra uma beleza cativante, ao passo que a melancolia nos joga numa escuridão sem fim, onde encontramos no final os vocais agressivos de Dilpho decretando nossa perdição no mundo dos sonhos. "Last Visions" mostra que Dilpho e Cássio Brandi estavam entrosados nas guitarras choradas, que são a força desta música. Suely Ribeiro continua dando um show com sua doce voz, se soltando mais que no debut, mas com um sentimento sempre carregado de profunda tristeza. "Tears Of Serenity" é uma regravação da demo homônima de 1997, com um lindo solo de guitarra, a mesma letra mas quase o dobro de duração, e em seguida vem "Eclipse", um dueto vocálico bem suave que dá lugar aos extremos com muita naturalidade, além de harmonias belíssimas nos teclados do inesquecível Bruno Selmer, que tinha um talento sensacional e certamente é um nome que faz muita falta à música metálica brasileira. "Crying Violins" é outra regravação da mesma demo, quase uma instrumental, com longos momentos de guitarras choradas, e onde podemos apreciar melhor o trabalho de baixo de Roberto Freitas e a bateria de Ricardo Meireles, instrumentos que soam corretos durante todo o álbum mesmo que não se sobressaiam aos demais. "Illusions Of Perfection" tem um início digno do Symphonic Metal, e por isso mesmo Suely solta um pouco mais a voz com Dilpho mais uma vez disparando vozes cavernosas e os teclados comandando boa parte do instrumental, e é um dos grandes momentos do álbum. O play segue com "The End Of Innocence", e outra bela interpretação nos vocais para fechar com "Good-Bye In The Silence", que inicia numa melodia maravilhosa de teclado com a doce voz de Suely causando arrepios, dentro de uma estrutura quase inteiramente acústica, de extremo bom gosto. Com uma arte de capa linda, criada por Catherine McIntyre, com um anjo de mármore em estilo romano e suaves tons azuis, a mais bela capa dos álbuns do Silent Cry, a discografia da banda ficava marcada com mais uma obra de arte.

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