domingo, 27 de dezembro de 2020

20 anos de Bloodletting do Over Kill.


Eis mais uma porrada dos americanos do Over Kill, seu 12º álbum de estúdio. A banda que sempre seguiu firme em sua proposta de fazer Thrash Metal vivia uma fase de incertezas, com muitos falsos profetas dizendo que o rock estava morrendo. Concordo que na virada do milênio o Thrash Metal não estava tão em alta, e as bandas clássicas se mostravam cansadas e precisando de alguém que puxasse a carroça de um renascimento eficiente. Pantera, Sepultura e Machine Head seguraram a onda nos anos 90, mas a proposta era um Thrash com mais groove, nada a ver com o Old School praticado por Blitz, Verni e companhia. E é exatamente uma banda sem muita inspiração que ouvimos em Bloodletting. Em "Thunderhead" temos uma base ok, sem muito peso mas o refrão é sofrível. "Bleed Me" tenta reverter a primeira má impressão, e tem uma passagem de guitarra na metade da música onde Blitz começa a cantar de forma mais contida, que ficou muito interessante, uma boa música. "What I'm Missin'" começa com riffs acelerados, mas a produção não deixa as coisas muito claras, e a banda aposta em uma parte com mais groove em sua metade que ficou legal. "Death Comes Out To Play" começa de um jeito que eu não gosto, quando os vocais entram juntos com todos os instrumentos como se você começasse a ouvir a música pela metade, mas tirando isso segue alternando boas mudanças de ritmo. Já "Let It Burn" tem um riff inicial com um efeito horrível, essas necessidades que algumas bandas têm de apresentar algo novo deveriam ser revistas. O bom é que a música continua sem os efeitos e tem um 'quê' de algo um pouco mais comercial, que logo torna-se uma ideia passageira, porque tem muito peso para alguma FM suportar. "I, Hurricane" tem um início cadenciado, com breakdowns e seria um clássico se a produção do álbum tivesse deixado as coisas mais claras e pesadas. "Left Hand Man" tem um início acústico e volta ao Thrash porrada, com destaque às fortes batidas de Tim Mallare. Dave Linsk é o guitarrista da vez, e ele até tentou fazer tudo que era feito com 2 guitarras, mas é claro para quem ouve que falta algo. O álbum segue com "Blown Away" com o baixo estalando, com incursões ao mundo das baladas que voltam à tona para puxar oxigênio, e vem a ser um dos melhores momentos do álbum, "My Name Is Pain" bem acelerada, e fecha com "Can't Kill A Dead Man". Bloodletting foi um momento de incertezas prejudicado pela má produção.

 

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