sábado, 5 de dezembro de 2020

Dezembro Verde & Amarelo #5: Ode Insone - Relógio

 


E o 5º dia de nosso Dezembro Verde & Amarelo traz um dos nomes mais promissores de nossa cena Doom nos últimos anos, o Ode Insone da Paraíba, com seu debut Relógio de 2018. Com uma capa simples criada pelo vocalista, mas de bom gosto, a banda nos brinda com 8 canções carregadas de melancolia cantada em nossa língua, um diferencial buscado por algumas bandas brasucas e que afastou aquele estigma que corre desde os anos 80 de que o Heavy Metal tem que ser cantado em inglês. Os músicos que deram vida a esta obra magnífica são Mad Ferreira e Lucas Souza nas guitarras, Victor Laudelino no baixo, George Alexandria na bateria e Tiago Monteiro nos vocais. O som é arrastado, cheio de melodias tristes e algumas passagens mais acústicas, com vocais que viajam desde o limpo e sussurrado ao rasgado. "Perfume Negro" e "Pluméria Rubra" abrem o trabalho de forma magistral, onde as letras são poesias góticas de extremo bom gosto. "Folhas de Outono" também é um grande destaque, com uma harmonia de guitarra permeando o refrão dando-lhe beleza e intensidade culminando em um final agressivo. "Míngua" é uma faixa instrumental, muito bela e me parece ao fundo um som de violoncelo, porém não encontrei nenhuma informação ou crédito por ele. "Sublime Abismo" vem num ritmo mais acelerado e Dark, com guturais e guitarras bem pesadas. A faixa título vem no mesmo estilo arrastado e sublime das primeiras do álbum, e "Versos de Dor" tem uma ênfase no baixo maravilhosa. Como é legal ouvir este instrumento tão audível e bem tocado! A música que leva o nome da banda é a mais extrema do álbum, praticamente um Death Metal, carregada de energia e um convite para o bate-cabeça, que em determinados momentos lembra nosso querido Sarcasmo em Metal Morte. A versão física do álbum lançado por vários selos que crescem a cada dia no Brasil, traz 3 músicas a mais que o lançamento digital. São elas "Mesmo Medo", uma versão ao vivo para "Ode Insone" e uma versão para "O Tempo Não Pára" do Cazuza, que ficou bem interessante, e tem um título que casou como uma luva com o nome do álbum. Maravilhoso!!!

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