quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Dezembro Verde & Amarelo #2: Attomica - The Trick

 


Está mais do que provado que o Attomica, tradicional banda de São José dos Campos, não segue uma fórmula de criação. Sempre dentro do Thrash Metal e incorporando características das bandas americanas, seja Anthrax, Slayer ou, neste caso, o Megadeth, o Attomica consegue moldar as influências para criar sempre um álbum diferente e de destaque em nosso cenário. Talvez por sofrer o estigma do vocalista, pois este é o quinto trabalho da banda que tem 4 vocalistas diferentes em seus registros, talvez por vontade de fazer algo diferente mesmo, não importa, sempre teremos músicas de alta qualidade, como na faixa de abertura "Give Me The Gun", com fraseados de guitarra bem interessantes intercalados a bons riffs, que logo se tornam mais agressivos, com a voz de André Rod lembrando Mustaine, e os backing vocals muito bem encaixados do guitarrista Marcelo Souza nos refrãos. Lá pela metade da música entra uma parte mais cadenciada com uma melodia fenomenal na guitarra. E aí vem a segunda faixa, "Feeling Bad" e você incorpora o espírito Attomica esquecendo de vez qualquer influência, uma vez que os músicos, tarimbados no cenário, não deixam que você fique com aquela incômoda sensação do "já ouvi isso em algum lugar". Pelo contrário, você viaja na sonoridade Thrash, nos solos, na bateria cheia de empolgação de Argos Danckas, e no baixo preciso de André Rod, que percebemos muito bem na cavalgada "Kill The Hero". "The Last Samurai" é uma porrada visceral, que ganhou video clipe oficial onde a banda já aparece como quarteto, após ter incorporado Thiago Donizeth como segundo guitarrista. A faixa "The Trick - You Bet" é outra carregada de peso, que chega no clímax em uma passagem ultra pesada que lembra os criadores, o Black Sabbath e, criaturas, ficou sensacional, além da última melodia (You Bet) ser um belo dedilhado que enriqueceu enormemente a canção. "Land Of Giants" começa bem suave, quase uma balada, com acompanhamento de teclado por Argos, mas depois de uma passagem com o baixo estourando a música ganha peso e é um dos destaques do álbum pela singularidade. A saideira é "Mistery", uma faixa gravada há mais tempo e que além de Donizeth na segunda guitarra, traz as vozes do saudoso Alex Rangel, vocalista do álbum "4", e que faleceu em 2015 aos 35 anos em um acidente de moto. Uma bela e justa homenagem em um álbum dedicado a ele. A arte da capa traz um rei segurando um Ás de Espadas, (ops), na verdade é um Ás de Attomica, com aquele tradicional símbolo radioativo e parece uma pintura a óleo. Ela foi criada por Fábio Moreira, que já fizera as artes de "Limits Of Insanity" e "Disturbing The Noise" além de que neste último e antológico trabalho, ele também era o vocalista da banda. Ou seja, está tudo em família. Ouça e não contenha a empolgação. O corpo agradece. 

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