Pra você que acha que Fortaleza no Ceará, é o lugar das belas praias, saiba que também é o lugar do Metal Negro. Pelo menos se falamos do Pantáculo Místico, que pratica um Doom Metal carregado de ocultismo, e com uma qualidade ímpar. O álbum Hermético, primeiro da banda, foi lançado em 2016 via Nuktemeron Productions, muito caprichado por sinal. A abertura mórbida se chama "Onde os Extremos se Tocam", com vozes e teclados, serve de aperitivo para a longa "Viagem Astral", com belos violinos logo de cara. O instrumental é arrastado, com guitarras trabalhadas e tudo muito bem produzido, onde os vocais guturais urrados em português por Lídio Barros conduzem a desgraceira permeada pela beleza fúnebre dos teclados de Tork Highill, que também criou a arte da capa cheia de simbolismos pagãos. O baixo está a cabo de Cícero Rui que também faz os vocais de apoio, nas guitarras estão Edson Monteiro e Leandro Rodrigues e na bateria Moisés Souza. "Vagando Por Caminhos Desconhecidos" apresenta teclados hipnóticos, e alguns vocais mais rasgados, além do uso constante dos pedais duplos, enquanto "666+777 - A União do Treze" é calcada em um ritmo mais acelerado (sem susto, nada próximo de um Krisiun) e um soberbo trabalho de guitarras. "Luz do Profundo Abismo" também inicia na mesma pegada mas depois o andamento fica mais arrastado. A banda aproveitou a oportunidade da gravação do debut para novas roupagens a várias músicas da época das demos e "Velado Por Entidades" é uma delas, que leva o título da demo de 2014, e é uma canção com muita energia em que as guitarras se aproximam em alguns momentos do ótimo Amen Corner. O álbum fecha com "Magnitude Oculta", com batidas lembrando rufos de tambores de guerra, outra faixa com mais de 10 minutos carregada com uma aura sofrida e de uma beleza imortal. Primoroso!
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